Capítulo 13

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Foi um golpe para o meu ego saber que Raulf não havia me esperado, eu nunca precisei correr atrás de ninguém ao contrário, era eu decidir que queria ficar com alguém e ali estava a pessoa disposta a querer me agradar, principalmente ali no Essência que eu era venerado por muitos, mas aquele rapaz rompera esse ciclo e me deixou com uma sensação estranha, confuso, podendo classificar o que eu sentia com um desapontamento que eu nunca havia sentido antes.
Os rapazes logo chegaram até mim e Thales foi o primeiro a perguntar:

_ Que cara é essa Theo, nunca te vi tão consternado assim?

_Nada não, apenas achei que alguém iria me esperar aqui.

_ Aquele branquinho que você beijou?

Alef perguntou:

_ É deixa para lá, vamos embora.

Chris que vinha por último colocou a mão no meu ombro dizendo:

_ O irmão do Vlad mexeu mesmo com você priminho.

_ Cala a boca Chris.

_ Apaixonou, o senhor grande poderoso do Theo se apaixonou.

Até tu Brutos, brinquei com Ander, e Maik arrematou:

_ Difícil crer que estou vendo isso, o nosso amigo está correndo atrás de alguém.

_ Já se divertiram bastante às minhas custas?

Um fazia gestos aos outros, e eu balancei a cabeça negando, mas de fato ter sido ignorado daquela forma me incomodou.

Cheguei em casa irritado, e fui direto para o quarto, mas aquela noite mal peguei no sono, era um milagre acontecer mais Chris já estava acordado tomando café quando eu fui para a cozinha:

_ Já de pé?

_ Eu já, mas olhando o seus olhos vermelhos e seu rosto inchado, acho que está no estado sonâmbula, juro que um zumbi está mais bonito que você.

_ Bom para ele.

_ Hum, de mau humor logo cedo, ainda é a história do rapaz?

_ Claro que não.

_ Que bom, porque ele me disse que não voltaria mais a frequentar o Essência.

_ Ele te disse isso?

Tentei não mostrar interesse, mas Chris deixou escapar uma risada:

_ Disse sim, ele me falou que terminou um relacionamento e o Vlad praticamente o arrastou para o Essência mas que tinha combinado com ele que seria apenas aquela noite. Então você não precisa se preocupar, ninguém vai ficar sabendo que você foi rejeitado.

_ Rejeitado... eu... não foi você mesmo quem disse que ele estava interessado, não vejo como eu fui rejeitado.

_ Nunca vi ninguém ir embora depois de você ter pedido para espera-lo. 

_ Perdeu a chance, simples assim. Agora chega desse assunto.

Enchi a xícara com café e coloquei um pouco de leite e tomei um gole, Chris estava calado apenas me olhando:

_ O que foi dessa vez?

_ Se você quiser posso te dar o número do Vlad, não é difícil conseguir se quiser eu consigo fácil para você.

_ Eu não quero ok.

Eu não iria admitir ao meu primo que queria saber o número do Vlad para saber notícias do irmão dele, ele iria me irritar durante dias e eu não estava afim de ser o motivo de gozação entre os rapazes, mas assim que terminei o meu café subi novamente para o quarto e o toque do celular alertou-me de uma ligação vinda do Essência:

_ Alô?

_ Theo... aqui é o Nylson, trabalho de segurança aqui no Essência.

_ Eu sei quem você é, qual o motivo da ligação?

_ É sobre o rapaz que você estava procurando ontem, ele está aqui no Essência agora.

_ Ele está aí hoje?

_ Sim, o irmão dele o Vlad veio buscar o carro, estou ligando por que preciso saber se ainda quer encontra-lo, ontem você estava procurando por ele.

_ Se eu quero encontra-lo, sim, eu quero sim, peça para ele me esperar eu já estou indo para o Essência.

_ Ah seu Theo, eles já estão dentro do carro para ir embora, não sei se conseguirei segurar eles aqui.

_ Então passa o meu número a ele e pede para ele me ligar, diga que estou esperando a ligação dele.

_ Esse é o motivo da ligação, perguntar se estou autorizado a passar o seu número a ele?

_ Sim, está autorizado. 

Aquele dia eu não desgrudei do meu celular, mas Raulf não ligava, já havia desanimado quando no finalzinho da tarde ele me ligou:

_ Alô?

Minha voz saiu ansiosa demais até mesmo para minha concepção, tentei ser o mais normal possível:

_ Achei que não iria me ligar.

_ Na verdade eu nem sei se deveria ter ligado. Mas meu irmão me infernizou tanto que resolvi ligar de uma vez.

_ Então o motivo por ter ligado foi o seu irmão?

_ Sim, quer dizer em partes.

_ Em partes, acho que terá que ser mais especifico porque você é meio esquivo, me confunde.

_ Eu te confundo?

_ Sim, você tem algum compromisso hoje a noite?

_ Vou deitar e dormir.

_ Não quer sair comigo hoje?

_ Sair com você?

_ Calma vou me encontrar com uns amigos, para comemorar...

_ Comemorar o que?

_ Meu aniversário.

_ Hoje é o seu aniversário?

Não era, mas não tinha como desmentir agora:

_ Sim, vamos comemorar.

_ Está bem, eu vou encontrar você, me passa o endereço?

_ Não, me passa o endereço você eu vou busca-lo. 

Fiz uma ligação para o Alef, e pedi pra ele reunir os rapazes rapidamente no barzinho que costumamos nos reunir, sentia que assim Raulf ficaria mais confiante e isso sustentaria a minha pequena mentira, enquanto isso fui até o Chris para convidá-lo:

_ Chris é... você tem algum compromisso hoje?

_ Não, não tenho nada planejado.

_ Os rapazes e eu vamos nos encontrar naquele barzinho de sempre hoje, eu irei levar uma pessoa comigo, por favor não seja indiscreto.

_ Uma pessoa, quem seria?

_ Ele...

Chris gargalhou e perguntou:

_ Ele, ele quem?

Olhei sério para ele e ele continuava com o sorriso nos lábios:

_ Ele... o Raulf, irmão do Vlad.

_ Você conseguiu falar com ele?

_ Ele me ligou e marcamos um encontro.

_ Um encontro coletivo pelo que estou vendo, vai surgir uma suruba grupal.

_ Se situa Chris, veja lá se eu participo de suruba ainda mais com vocês, toma vergonha da sua cara .

Meu primo era totalmente sem noção, mas parecia se divertir com tudo aquilo, enquanto ele confirmava que iria ou não, eu subi para o meu quarto afim de tomar um banho, logo estaria no endereço passado por Raulf afim de busca-lo para o nosso encontro. 

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