Raulf:
_Theo me tira daqui... por favor me tira daqui.
_ Calma Raulf, eu vou te tirar, fica calmo.
Theo me levou ao seu quarto abrindo caminho no meio dos clientes curiosos que estavam a nos observar, eu ainda tremia pela tentativa de Thobias em forçar uma relação.
Vlad e os rapazes ainda ficaram, mas, tudo o que eu desejava era sair dali o mais rápido possível. Eu me sentia sujo, envergonhado, nunca imaginei-me passar por algo semelhante, ter Theo comigo foi imprescindível nesse momento, porém ele queria que denunciássemos o que havia acontecido as autoridades, coisa que eu me recusava veementemente, isso só serviria de chacota para os policiais e eu me recusava passar por isso.
Theo tentava me convencer, mas eu estava convicto da minha resposta e não me prestaria a esse papel, afinal nada havia acontecido, e eu devia a ele ter chegado a tempo de impedir que Thobias fizesse tal loucura:
_Theo você não vê que isso é ridículo, vamos até a polícia dizer que um homem tentou fazer sexo comigo a força, então os policiais perguntarão onde foi que isso aconteceu, e diremos numa casa de sexo. Eu não vou me prestar a isso.
_ Raulf, entenda, quando a pessoa diz Não, significa Não, e o Thobias desrespeitou isso, ele quis te forçar.
_ Theo, por favor... eu não quero ir, eu não vou a delegacia.
Estava decidido, eu não iria ir a lugar algum repetir aquela história que traria ainda mais sofrimento, tudo o que eu queria era deitar na minha cama e dormir para esquecer aquele episódio.
Deixamos passar alguns minutos para que o aglomerado de homens se dissipasse da frente daquela porta e Theo fez sinal para que Maik e Alef entrasse no quarto, eu nem conseguia olhar para eles de tão envergonhado que me encontrava:
_ Alef, Maik, eu preciso que vocês distraíam esses homens que ainda estão aqui na frente do quarto para que eles não vejam o Raulf e eu sairmos, eu preciso tirar o Raulf daqui para ver se ele se acalma, ele ainda está muito agitado devido ao que aconteceu.
_ O que pretendem fazer?
Maik olhou para o Alef após a pergunta feita e complementou:
_ Você vai levá-lo a delegacia para denunciar o canalha?
_ Eu queria, mas o Raulf não quer denunciá-lo. Eu o levarei para casa e depois decidimos isso. Podem me fazer um favor?
_ Claro Theo, só falar, o Maik e eu faremos o que nos pedir não é mesmo Maik?
_ Com toda certeza. Até mesmo capar o desgraçado.
_ Bem que eu queria arrancar as bolas do canalha com minhas próprias mãos, mas não é nada disso, hoje o Gerard me chamou a atenção devido a semana passada ter saído fora do horário, mas eu não vou poder deixar o Raulf aqui nesse estado, eu novamente terei que sair mesmo depois de ter levado uma advertência, bem o que quero é que distraíam o Gerard caso ele pergunte por mim, mas se não tiver como mesmo esconder diga que tive que resolver algo sério, só não lhe diga o que aconteceu, o Raulf não quer que mais ninguém saiba dessa história.
_ Faremos isso.
_ Obrigado rapazes.
Theo se direcionei para mim e sorriu estendendo-me a mão:
_ Vamos, eu vou cuidar de você.
_ Maik... Alef... Agradeço o apoio de vocês.
O tom da minha voz saiu tão baixo que quase não se pôde ouvir.
Assim que eles deixaram o quarto, Theo se aproximou para abraçar-me, automaticamente eu recuei para trás:
_ Desculpa Theo...
_ Hei você não precisa se desculpar... Vamos... Respirar um pouco fora daqui te fará bem.
Conseguimos sair sem mais percalços, e fomos direto para o flat, eu estava mais calado do que o habitual e a expressão que eu observava no rosto de Theo era de preocupação:
_ Raulf, eu acho que você precisa descansar um pouco, depois com calma a gente resolve o que vamos fazer.
Balancei a cabeça e fui para a cama, mas aquela cena se repetia na minha mente, Thobias havia passado de todos os limites com uma atitude tão esdrúxula.
Eu não consegui dormir, mas permaneci na cama, sem coragem para encarar o Theo, no finalzinho da noite ouvi vozes, Vlad e Chris estavam por ali, eu me encolhi ainda mais na cama quando ouvi a conversa que Theo estava tendo com eles:
_ Vlad o Raulf se nega a denunciar o Thobias, eu me sinto de mãos atadas, não posso deixar ele em pune depois do que ocorreu, mas tenho que respeitar a vontade do Raulf.
_ É um absurdo o Raulf não querer denunciar o babaca do Thobias, se você não tivesse entrado naquele quarto a tempo eu não sei o que ele teria sido capaz de fazer com o meu irmão. Theo, você tem que convencer ele.
_ Não sei Vlad, talvez o Raulf tenha razão.
_ Como é que é Chris, como que o Raulf pode ter razão se ele não quer denunciar.
_ Eu sei que é absurdo Vlad, que é injusto, mas vamos ser práticos, agir com praticidade e não com a emoção do momento, se é para o Raulf denunciar ele tem que está preparado para perguntas como, você estava em uma casa de sexo e veio denunciar por que alguém tentou fazer sexo com você?
Todos ficaram calados, Chris prosseguiu depois de uns minutos:
_ Theo, acha que o Raulf está preparado para perguntas do tipo, nesse clube vocês ficam nus o tempo todo? _ Desculpe eu acho que não, ele não está preparado, se acha que ele está preparado para olhares de julgamento eu me prontifico a ir à delegacia junto com vocês.
_ Então faremos o que? _ Deixamos aquele crápula ficar impune do seu crime, ele tentou abusar do Raulf?
Reunindo toda a coragem que me restava, eu me levantei e anunciei:
_ Não... eu não quero que o Thobias fique impune, eu vou denunciá-lo, Theo eu quero que o Thobias pague pelo que ele me fez.
_ Faremos ele pagar Raulf, pode ter certeza de que ele pagará.
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Essência Libertina
RomanceUma noite foi o suficiente para Raulf ser convencido de que precisava de muito mais do que uma simples aventura. Após uma traição e um começo de depressão, Vladmir arrasta Raulf para uma noitada e ele o leva para o clube Essência Libertina onde o pr...