Capítulo 20

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Seguiu-se o plano e dali do hospital Raulf e eu fomos direto para o flat, Vlad e Chris ficou responsável por trazerem algumas peças de roupas para nós e eu o questionei assim que chegamos:

_ Você está confortável com a ideia que os rapazes tiveram de ficarmos juntos?

_ Eu não quero deixar minha mãe preocupada, posso até não me sentir tão confortável mas não tem outra solução.

_ É tão desagradável estar comigo Raulf?

_ Você sabe que não, e é esse exatamente o problema Theo, estar aqui com você é perturbador, mas não desagradável.

_ Para mim também não é diferente, não me desagrada em nada ter você aqui.

Ele sorriu com uma expressão de triunfo:

_ Temos todo o tempo disponível agora para conversarmos não é mesmo?

_ Acho que o tempo está te favorecendo de alguma maneira.

_ Acho que devo agradecer.

Nós dois sorrimos, e ele sentou-se, retirando a tipoia do braço:

_ Está doendo?

Meneando a cabeça ele negou:

_ Acho que eu preciso de um banho e uma noite de descanso.

_ Acho que vai precisar de ajuda para retirar a sua roupa.

_ É verdade, eu esqueci desse detalhe, o Vlad ficou de vir amanhã então ele me ajuda.

_ Não seja bobo Raulf, eu estou aqui para cuidar de você.

_ Não, você não precisa.

_ O que... te dar banho, Raulf te ver pelado não é novidade para mim, e sem pressão te tocar também não, então vamos parar de frescura e ir logo para esse chuveiro.

_ Mas você vai se molhar todo.

_ Eu não tenho medo de água. Vai indo para o banheiro, eu vou separar uma blusa minha para você usar e pegar duas toalhas limpas e já chego para te dar um banho.

Raulf concordou meio sem jeito e tomou o rumo do banheiro, separei o que tinha que separar e fui encontra-lo, já de frente a ele, eu informei:

_ Eu vou tirar suas roupas.

Raulf concordou e eu levei os dedos aos botões de sua blusa, desabotoando um a um, eu estava nervoso e percebi que meus dedos tremiam quando deslizei o tecido por seu ombro tendo um pouco de dificuldade em passar pelo braço enfaixado dele, mas com cuidado o despi, com a calça não tive nenhuma dificuldade, em seguida retirei minha blusa e minha calça, nós dois ali nus era como um convite velado, a troca de olhar era intensa e eu liguei o chuveiro deixando a água morna cair, Raulf recuou os passos para que a água escorresse por seu corpo e eu peguei a esponja para passar em seu corpo, escorri um pouco do sabonete líquido sobre a esponja e comecei a escorregar por sua nuca, depois deslizei por seu pescoço, desci para o seu tórax e percebi que seus músculos estavam teso, eu tinha cuidado para não molhar o braço dele, então eu sussurrei a ele:

_ Preciso te lavar por inteiro, as costas e nas suas parte intimas inclusive.

Com a voz vacilante ele respondeu-me:

_ É para isso que está me dando um banho, porque não posso usar uma das mãos.

Ainda sem desviar o olhar do dele, desci a esponja por seu abdômen e mordi o meu lábio inferior quando senti o volume entre suas pernas, ele abriu seus olhos e sem que conseguíssemos conter o desejo que sentíamos nós nos beijamos avassaladoramente, nossos corpos molhados se moldado era uma avalanche de tesão que nos envolvia. Foi inevitável, nós nos beijávamos ali embaixo daquela água morna, lavei cada parte de seu corpo, deslizando aquela esponja com suavidade.

Não era bom abusar da sorte, e tudo o que fizemos foi nos beijar, embora ele tanto quanto eu desejávamos mais, mas tudo deveria acontecer na hora certa, ele estava ali para que eu cuidasse dele e naquele momento era primordial que ele descansasse. Fui o primeiro que saí do banho e ele ainda ficou um pouco mais, quando ele saiu do banheiro eu já havia me trocado, lhe ofereci um sorriso e ele correspondeu:

_ Eu vou te ajudar a colocar a blusa.

Aproximei e ele não apresentou nenhuma resistência quando tirei a toalha de seu corpo e passei a enxuga-lo, tentei distrair tanto ele como eu com minhas falas:

_ Você tem que tomar um analgésico para dor...

_ Eu vou tomar.

Eu passava a toalha sobre os seus cabelos, e sobre o seu corpo, mas evitava o seu olhar e falava sem parar:

_ Mas depois do remédio, você tem que se alimentar, já sabe o que vai querer comer, podemos pedir, eu não sou bom com a cozinha e mesmo que você seja bom não vai poder mexer com fogo, então só me dizer o que deseja comer e eu ligo para trazerem aqui.

_ Certo eu acho que vou querer um X-salada.

_ Eu até peço um X-salada para você Raulf, mas primeiro você precisa de uma alimentação saudável, eu irei pedir um prato de arroz, feijão, frango à milanesa e uma salada de alface, tomate e pepino, se não concordar com algo me avisa e eu peço para tirar.

_ Está perfeito.

_ Também irei pedir um copo de suco natural de melancia, se preferir outro sabor.

_ Pode ser de melancia mesmo Theo, não tem problema.

Antes de pedir a refeição, fui até a cozinha e peguei um copo de água, enchi até dois dedos e peguei o remédio que Raulf deveria tomar:

_ Aqui Raulf, precisa tomar esse remédio de 6 em 6 horas, o doutor disse que isso faria diminuir a dor durante o sono.

_ Obrigado.

_ Você não quer descansar um pouco enquanto eu fico esperando o nosso jantar, quando chegar eu te acordo.

_ Tudo bem, eu vou deitar um pouco, mas se precisar de qualquer coisa me avisa e eu levanto no mesmo instante.

Aproximei-me dele e o beijei, terminando de vesti-lo e sorri:

_ Você fica bem com a minha blusa.

_ Ah tá... até parece.

Dei risada e um tapinha na bunda dele:

_ Vai... vai deitar, depois eu te chamo.

Ele foi indo para a cama, mas parou o seu caminhar e virou-se para mim:

_Theo...

_ O que?

_ Obrigado por tudo isso, por tudo que está fazendo por mim.

_ É minha obrigação, afinal foi eu quem causou esse acidente.

 _ Não, não foi, aquele carro nos fechou.

_ Eu acabei te machucando...

_ Não foi nada grave, nada que algumas semanas não cure.

_ Eu não me perdoaria se fosse algo grave.

_ Eu estou bem, graças a você que estava dirigindo devagar e estávamos de capacete, se estivesse correndo o que aconteceu poderia ter sido irreversível. 

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