Capítulo 8

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Eu não estava preparado para aquele encontro, encontrar-me com Thobias havia me abalado e Theo me tirar dali era tudo o que eu desejava que nem mesmo me importei com o que ele havia dito.
Subi na moto circulando os braços em torno de seu corpo e ele nos tirou de lá rapidamente, eu me sentia humilhado e escondia o rosto sobre suas costas para poder chorar, nem mesmo percebi qual foi o caminho que Theo havia seguido, somente quando o motor da moto cessou que desocupei o assento foi que me dei conta de que não era minha casa o destino a qual ele tomou:

_ Que lugar é esse Theo?

Logo o questionei:

_ Um flat, eu aluguei a uns meses atrás.

_ Por que me trouxe aqui Theo? _ Se a sua intenção for comprovar aquilo que o Thobias disse, acho melhor esquecer.

_ É bom saber como me julga em excelente pedestal... não, apenas achei que precisava de um lugar calmo, sem que ninguém te incomodasse.

Ele me deu passagem e fechou a porta atrás de nós iluminando o local ao acender a luz:

_ Desculpa, eu não deveria ter dito isso.

_ Se você preferir, eu vou embora e volto mais tarde, quando tiver mais calmo. Eu sei que as vezes precisamos de um tempo a sós.

_ Não, por favor fique, é um absurdo eu te tirar do seu flat.

_ Quanto a isso não tem nenhum problema.

_ Não, é sério por favor fique.

_ Tudo bem, eu estou aqui.

Seguiu-se um longo minuto de silêncio que ele mesmo quebrou:

_ Se quiser tem toalhas limpas na segunda gaveta, e tem roupas minhas no guarda-roupas, fica à vontade.

Um sorriso cheio de vergonha surgiu em meu rosto e então eu respondi:

_ Se não se importar mesmo eu irei tomar um banho...

Eu disse aquilo no exato momento em que ele retirou a jaqueta e todos os meus músculos ficaram teso, ao imaginar que eu estava sozinho com aquele homem naquele quarto. Uma onda de desejo me sobreveio e eu rapidamente me apressei em ir em direção ao banho, após quinze minutos eu saí com a camisa dele que ficara maior e mais larga em mim e uma calça moletom:

_ Eu preciso ligar para casa... preciso avisar que...

_ Não se preocupe com isso, eu já liguei para o seu irmão.

_ Você fez o que?

_ Liguei para o Vlad, achei melhor ligar e dizer que você iria dormir aqui.

_ Com certeza meu irmão deve ter vibrado com isso.

_ Você conhece ele melhor que eu.

_ Para ele ceder aos desejos carnais é mais importante do que viver um romance.

_ E para você, o que é mais importante?

Eu não esperava aquela pergunta e ergui o olhar a encará-lo:

_ Eu acabo de me separar a mais ou menos dois meses, um casamento de dois anos, acho que só isso já responde a sua pergunta.

_ Aquele cara?

_ Sim, um casamento que eu me dediquei e acabei pegando ele com outro homem na nossa cama.

Theo moveu lentamente a cabeça concordando:

_ Você o ama?

Fiquei em silêncio, eu não sabia responder aquela pergunta, se fosse a dois meses atrás eu não teria a menor dúvida e teria respondido "Sim", mas agora eu não tinha essa certeza portanto não sabia o que dizer:

_ Se tivesse me perguntado isso a dois meses atrás eu teria a resposta, hoje não sei mais, hoje foi o primeiro encontro depois do fim do nosso relacionamento, foi estranho, ele é o mesmo, mas acho que eu mudei de alguma forma, não sei explicar.

_ Compreendo. Se me permite perguntar, ele foi o seu primeiro?

_ Primeiro o que... marido?

_ Não, a pergunta é se ele foi o seu primeiro homem?

Fiquei em silêncio julgando se deveria responder ou não aquela pergunta, então respirei fundo e respondi:

_ Sim, ele foi o meu primeiro, eu havia dado alguns beijos antes dele, mas chegar até o final foi com ele.

_ E não teve outras experiencias?

_ Para mim não funciona assim.

_ Pela sua resposta acho que nunca tentou?

Balancei a cabeça em negação:

_ Posso te desafiar?

_ Desafiar a que?

_ Uma brincadeira... você não é obrigado a nada, você escolhe um sentido, tato, paladar, visão, olfato ou audição, tato é um toque, paladar é um experimento, quem sabe uma fruta, olfato é um cheiro, visão não preciso explicar e o audição é uma fala, uma frase. Como disse não é obrigado, mas se entrar na brincadeira tem que ir até o final.

_ Minha vida em um jogo?

_ As regras é você quem faz, você escolhe, eu vou fazer só o que você escolher.

_ Se eu aceitar entrar nesse seu jogo o que eu ganho com isso?

_ Que tal tentar e depois você me diz o que quer ganhar.

_ Ok, então eu escolho o paladar.

Ele ergueu a sobrancelha e sorriu:

_ Está certo da sua escolha?... _ você não poderá voltar atrás depois que iniciar.

_ A vida é um risco não é, escolho o paladar.

Novamente ele sorriu e levantou-se abrindo o frigobar, tirando de lá uma forma de gelo depois seguiu até a geladeira e tirou de lá uma fatia de bolo recheado de chantili e um cacho de uvas, aproximou-se e retirou uma uva do cacho com a boca e beijou-me, depois ele passou o dedo por aquele chantili e com o toque bem suave passou aquela guloseima no meu rosto e foi escorregando por meu pescoço, involuntariamente eu fechei os meus olhos quando ele lambeu a pele passando a língua afim de limpar aquele doce mas não satisfeito ele agora abria dois botões daquela blusa que era maior que eu e me fez arquear levemente as costas para cima quando senti o gelo escorrer por meu peitoral e ele mordeu o lábios e sorriu em seguida, colocando aquele gelo na boca, com um único puxão ele fez todos os botões voarem para todos os lados.
Por um minuto ele parecia me examinar, antes de circular aquela pedra gelada pelo bico do meu mamilo, e eu levei ambas as mãos ao rosto, mas ele segurou meu pulso prendendo com a sua mão acima de nossas cabeças:

_ Olhe para mim, veja o quão faminto eu estou de senti-lo por inteiro.

Eu mantinha os olhos fechados, mas aos poucos fui abrindo-os e encontrei os deles fixo sobre os meus:

_ É um jogo e a regra é que eu posso te sentir, mas eu não quero te forçar a nada, então me responda, eu posso te sentir?

Essência LibertinaOnde histórias criam vida. Descubra agora