Capítulo 62

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Raulf:

Passando alguns meses da nossa volta, fomos procurar uma advogada que nos orientasse sobre toda a burocracia para adotar uma criança, nossa prioridade era uma criança que já entendia para que ela já viesse para nós cientes que éramos dois homens, que seríamos os seus pais e que ainda assim ela seria amada e protegida, porém ao chegarmos ao orfanato e vimos pela primeira vez todas aquelas crianças de variedades de idades e expressões, ficamos na dúvida sobre qual escolher, entretanto quando chegamos ao berçário ficamos encantado com uma criança que ali estava.
Um pedacinho do nosso coração agora batia fora do peito ao ver aquela criaturinha tão frágil, Theo e eu logo se encantamos por aquela menininha tão linda das bochechas rosadas, ela havia sido deixada no hospital assim que nasceu e levada ao orfanato para ir à adoção.
Assim que bati os olhos naquela criança o meu coração palpitou, não foi preciso dizer nada ao Theo para saber pelo olhar dele que ele também sentiu o mesmo que eu. Ela era a única recém-nascida naquele orfanato e sabíamos que conseguir ficar com ela seria complicado devido a tantas famílias estarem à procura de uma criança recém-nascida, enquanto os mais velhos acabavam não tendo a oportunidade de conseguir um lar. Ainda assim queríamos ser os pais daquela criança tão linda.

Não descartamos a possibilidade de adotarmos uma criança mais velha, entre três a sete anos, e logo percebemos uma menininha dos cabelos cacheados, seus olhos castanhos claros casavam perfeitamente com a pele de ébano que ela possuía.

Se pudesse eu levaria todas aquelas crianças para casa, mas isso era impossível, escolher entre tantas crianças era difícil, pois cada uma daquelas crianças merecia uma família que o amasse e o desejasse.

Eu sabia que muitas crianças ali haviam sido abandonadas por seus pais e que isso deixava o Theo sensibilizado talvez por essa razão ele se encantasse por aquela recém-nascida, por isso ela foi a nossa escolha primordial, mas também queríamos adotar a menina maior.
Entramos com o pedido de adoção das duas:
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Dois anos depois a advogada que havíamos contratado nos telefonou para dar a notícia.

_ Alô!

_ Olá Juliane, alguma notícia para nós?

_ Sim Raulf tenho excelente notícias, a guarda da Alice já é de vocês, da recém-nascida ainda estamos tentando, mas a maiorzinha assim que assinarem o papel da adoção já será seus pais.

_ E quando poderemos fazer isso Juliane?

_ Agora mesmo, eu estou indo agora ao orfanato levar a carta assinada pelo juiz concedendo a vocês o direito de serem os pais da Alice.

_ E como está o processo de adoção da Cristal?

_ A procura pela Cristal é maior do que a da Alice, mas não desistimos dela, mas entenda Raulf que tem outras famílias interessadas por ela e duas famílias estão frente de vocês, eu sinto muito dizer isso mais provável que outra família a adote.

_ Nós queríamos muito ser os pais da Cristal, mas se não conseguirmos, ficaremos feliz em saber que ela está com uma família que a ame e a proteja. Muito obrigado Juliane, vou acordar o Theo e iremos buscar a nossa filha.

O corpo despido de Theo naquela cama era uma tentação, comecei a beijar suas costas próximo ao ombro e tive que conter o desejo de me entregar a ele naquele momento pois tínhamos algo importante para fazermos:

_ Theo... Acorda, precisamos buscar a nossa filha.

Theo abriu os olhos meio que confuso com aquela conversa, me olhou sentando-se sobre a cama:

_ O que você acabou de dizer pequeno?

_ Que nós conseguimos, assim que assinarmos o papel podemos trazer a nossa filha para casa. A Alice é nossa filha.

Theo abraçou-me apertado, beijando-me os lábios:

_ Eu vou tomar um banho rápido para que possamos ir buscá-la imediatamente.

_ Enquanto isso eu vou telefonar para o Vlad e para o Chris para avisá-los.

Theo levantou da cama e se conduziu ao banho, mas antes ele voltou a beijar-me, e eu telefonei para o Vlad:

_ Alô Vlad.

_ Raulf? _ Caramba ainda é muito cedo meu irmão, sabe que eu só funciono bem depois do meio dia.

_ Então trate de funcionar mais cedo hoje, estou indo agora mesmo buscar a sua sobrinha.

_ Como é ? _ Você conseguiram a guarda da criança?

_ Sim, a Alice é nossa filha agora, o juiz já assinou a guarda dela.

_ Depois de dois anos e muitas visitas do conselho tutelar enfim vocês conseguiram parabéns meu irmão. Os outros já sabem?

_ Ainda não, pensei se você poderia fazer isso?

_ Claro que posso, pode deixar, quando vocês chegarem em casa a casa vai estar cheia de presentes.

_ Tudo bem meu irmão, vou deixar a chave em baixo do tapete.
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Chegamos de mãos dadas ao orfanato, Alice já estava sentada na sala da diretora a nossa espera, ela nos olhou com um sorriso assim que nos viu e correu para os meus braços que abri assim que percebi que ela vinha ao nosso encontro, ela que tinha seus seis anos já entendia que agora éramos os seus pais e o abraço que recebi dela indicava que ela havia gostado bastante dessa notícia. Quando afrouxei os braços do seu pequeno corpinho ela olhou para o Theo que se abaixou para ficar da sua altura:

_ Alice, você sabe que agora somos os seus pais?

Ela moveu a cabeça positivamente:

_ E está feliz com isso?

Novamente ela moveu a cabeça confirmando, ele então a abraçou a pegando em seu colo e ela agarrou-se ao seu pescoço:

_ Posso te chamar de papai?

_ Claro que pode agora eu sou o seu papai e o Raulf também é seu pai.

_ Então você será o meu papai e ele o meu pai, eu não tinha ninguém e agora eu tenho dois pais, eu estou muito feliz papai.

Theo a abraçou ainda mais, e eu me juntei ao abraço, em seguida assinamos o documento com direito a fotografia e tudo mais, aproveitamos para falar sobre a adoção da Cristal, mas a diretora não nos deu muita esperança de conseguir adotá-la.

Saímos do cartório já passava do meio dia, mais agora oficialmente tudo estava devidamente resolvido e Alice agora recebia os sobrenomes Cooper Delacroix, era definitivamente nossa filha e do cartório a levamos em uma loja de brinquedo para que ela escolhesse o que desejasse. A nossa felicidade só ficou maior quando viramos com o carro na rua em que morávamos e assim que nos aproximamos da casa que havíamos comprado com o dinheiro da venda do flat, logo na rua Ander e Thales segurava uma grande faixa com as palavras:

_ Seja bem vinda a família Alice, nós já te amamos, seus avós e seus titios.

Theo desafivelou o cinto de segurança da cadeirinha onde Alice estava sentada e a tirou nos braços e colocando-a no chão ela ficou um pouco tímida com todos os seus tios a olharem, mas logo ela se adaptou a tanta loucura quando cada um lhe entregava um presente dando-lhe um beijo:

_ Todos eles são os meus tios?

_ Sim Alice, todos eles são os seus titios, aquele é o Vlad, ele é meu irmão, aquele é o Chris, ele é primo do papai Theo, esse é o Ander, Thales e o Alef, tem outro titio também mais ele ta bem longe morando fora do Brasil, o nome dele é Maik, aquela mulher bonita ali é a titia do papai Theo e aquele do lado dela é o marido dela, e aqueles dois são os meus pais.

_ Então além de um monte de titios eu agora também tenho avós? _ Eu estou muito feliz pai, agora eu tenho você que é meu pai, o meu papai Theo, um monte de titios e meus vovós, eu não poderia estar mais feliz.

_ Nós também estamos muito feliz, você é nossa filha e prometemos te amar sempre.

Theo se juntou a nós colocando a mão em meu ombro:

_ Agora você não está mais sozinha pequena, tem o seu pai e tem a mim, e eu agora tenho meus dois pequenos e meu coração está cheio de felicidade.

A adaptação dela foi instantânea, Vlad e Chris pareciam duas crianças com ela, brincaram até mesmo de cavalinho, ela era o centro da atenção, e abraçados Theo e eu nos rendia em amor por aquela pequena que agora era nossa menina, nossa filha. 

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