Capítulo 18

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O mais sensato a se fazer era não o procurar mais, e seguir a vida normalmente, tratei de ocupar a mente com várias ocupação, três dias haviam se passado e eu não conseguia esquecer tudo o que aconteceu entre Raulf e eu, tinha vontade de procura-lo, de dizer que sentia sua falta mas para que?
As nossas vidas caminhava em rumos opostos e não tinha como conciliar, era como chegar a beira do abismo e ter que decidir entre pular ou permanecer firme sobre a superfície, era assustador me imaginar apaixonado por alguém.
Tudo isso me fazia recordar do dia em que minha mãe biológica foi embora e meu pai, implorava para que ela ficasse dizendo que a amava. Ainda assim ela sem se importar foi embora sem nem mesmo olhar para trás, como agora eu poderia acreditar que algo bom provinha de um sentimento que te prendia a outra pessoa, não... eu não podia.

Era quase hora de irmos para o Essência e eu não estava nem um pouco animado, minha vontade era de permanecer na minha cama e dormir até esquecer tudo o que aconteceu o que me fazia pensar em Raulf, os beijos trocados com ele, as carícias, sua pele grudada a minha, isso nunca mais iria acontecer.

Quando encontrei meu primo, antes que ele fizesse qualquer gracinha eu me adiantei:

_ Você vai hoje sozinho para o Essência, eu irei de moto.

_ Theo, a gente sempre vai junto?

_ Então está na hora de ser independente não é, não nascemos grudados.

_ Certo priminho, então te encontro lá.

Saí rapidamente de casa, subi na minha moto e saí em velocidade, mas o meu primeiro destino não foi o Essência, eu fui para a frente da casa de Raulf, eu queria vê-lo nem que fosse uma última vez, vi quando o carro de Vlad saiu da garagem, mas não sabia dizer se ele estava sozinho ou se Raulf estava com ele.

"_O que é que eu estou fazendo aqui?"

Eu perguntei isso a mim mesmo em pensamento, me recriminando, indiscutivelmente eu tinha que sair dali imediatamente, antes que fosse surpreendido por alguém.

Cheguei no Essência meia hora mais tarde do que o habitual, Chris já estava por ali e moveu a cabeça negativamente, Alef veio até mim:

_ Estávamos preocupados com você meu irmão, o Chris disse que saiu de casa já faz tempo e não tinha chego aqui.

_ Eu desviei um pouco o caminho, mas não se preocupe eu estou bem, você viu o Vlad por aqui?

_ Sim, ele está bem ali.

_ Ele veio sozinho?

_ O irmão dele não veio, é isso o que você quer saber?

_ Eu não quero saber de nada, para de supor que sabe o que eu penso.

Caminhei entre aqueles homens e era certo muitos ali queriam ter a minha atenção, então por que eu não estava animado, por que parecia que aquilo me entediava. Fui até o Vlad e interrompi a conversa dele com um rapaz:

_ Vlad, podemos conversar?

O rapaz arregalou os olhos quando me viu:

_ Nem tem como disputar.

Vlad sorriu:

_Ele deve ter pensado que você veio me procurar... por interesse, mas eu sei o porquê veio, por causa do meu irmão não é... pode me dizer o que aconteceu entre vocês?

_ Ele não te contou?

_ Não, por mais que eu pedisse, por mais que eu o pressionei ele não disse uma única palavra, mas desde da noite em que saiu com você que está lá respirando feito bobo, tem horas em que fica aéreo e horas em que fica rindo sozinho. Eu não entendo mais nada, será que você consegue me esclarecer isso?

Antes que eu conseguisse responder Alef fez um gesto para que eu olhasse para trás e para minha surpresa Raulf acabara de adentrar no Essência:

_ Eu não acredito que meu irmão está aqui, eu insistir para que ele viesse e ele se negou e agora veio sozinho, eu não sei o que é que está acontecendo entre vocês, mas a minha promessa está feita, se magoar meu irmão eu esqueço que você é um VIP.

Ele atravessou todo o salão para chegar até o irmão, eu fiquei de longe apenas o observando, Ander se aproximou e perguntou-me:

_ Não vai falar com ele?

Eu estava tão distraído que nem havia me dado conta que ele estava por perto:

_ Não, acho que ele prefere assim também.

Todos os rapazes foram falar com ele, mas eu não me aproximei, vez ou outra nossos olhares se cruzavam, mas ele tratava logo de romper o contato visual.
Mas lógico que Chris não iria se contentar em não me constranger, e ele praticamente puxava o Raulf pelo braço, Vlad os acompanhava:

_ Theo, olha só quem está aqui, pela educação que recebemos seria deselegante não ir falar com os amigos, mas como achei que você estava distraído resolvi lhe fazer o favor de convidar o Raulf para ele mesmo vir falar com você.

_ Muito perspicaz você Chris, muito obrigado.

Foi então que eu olhei para Raulf e ele desenhou um sorriso envergonhado no rosto e eu lhe dei um beijo no rosto:

_ Tudo bem Raulf, bom te ver por aqui.

_ Pois é primo, não é que ele retornou, mesmo me dizendo que não voltaria.

Sem desviar o olhar do dele e ele do meu, eu respondi ao meu primo:

_ Você agora é o guardião dos passos dele, para criticar se ele volta ou não volta a algum lugar?

_ Não, não sou priminho, mas me surpreendeu devo admitir.

_ Não apenas a você Chris eu estou estarrecido, meu irmão afirmou que jamais voltaria aqui.

Raulf não havia conseguido dizer uma única palavra com aqueles dois ali no nosso encalço falando sem parar, foi então que eu segurei a sua mão e me dirigi aos dois:

_ Já que conversar com os dois tagarelando nos nossos ouvidos é algo impossível, vou seguir o seu conselho Chris e ir falar com o Raulf em outro lugar.

De mãos dadas o levei para o quarto reservado a mim, e fechei a porta em seguida após passarmos por ela:

_ Esses dois conseguem transformar algo simples em um espetáculo.

_ Sim, agora quando sair desse quarto todos estarão curiosos para saber quem é o rapaz que o mais desejado dos homens desse lugar trouxe para o quarto.

_ O mais desejado...?

Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas voltou a fechar:

_ Raulf... eu...

_ Você?

_ Você foi embora e a gente nem tivemos oportunidade de conversar depois disso.

_ Theo... você tem algo a me dizer?

 _ Algo a dizer... tenho, eu senti sua falta.

_ Só isso, é só isso que tem a dizer Theo?

_ Eu não sei o que quer que eu te diga Raulf.

_ Então desculpe, eu não tenho nada a fazer aqui nesse quarto.

Ele abriu a porta mais eu a empurrei com a mão, puxei ele para mim beijando-o, ele correspondeu mais logo afastou-se:

_ Não Theo, por favor não me beije se você não sabe o que quer. Eu já disse, não me considere mais um na sua lista de conquista.

Ele saiu rapidamente antes que eu conseguisse detê-lo, e eu fiquei ali embasbacado sem saber o que fazer. 

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