Capítulo 7

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Perplexo com aquela pergunta, fiquei olhando o aparelho celular vacilante em responder, até que ele voltou a perguntar:

_ E então, tem compromisso para essa noite?

_ Não!

_ Você por acaso não gostaria de vir me encontrar, estou em um barzinho com alguns amigos, hoje é o meu aniversário e estamos aqui comemorando. Então você gostaria de se juntar a nós?

_ Nós nem mesmo somos amigos, porque eu iria?

_ Porque estou te convidando, por que quero ter a sua companhia...

_ Está certo, eu irei lhe encontrar, me passa o endereço.

_ Não, é você quem precisa passar o seu, eu irei te buscar de moto, assim chegamos mais rápido.

_ Não, melhor não, eu nunca andei de moto.

_ Para tudo se tem uma primeira vez. Vamos tente pelo menos uma vez.

_ Tudo bem, vou passar o endereço.

Passei o endereço e meia hora depois ele chegou, ele estava vestido o que deixava ele bem apresentável, diferente da visão que sempre desenhava em minha mente.
Theo desceu da moto e se aproximou insinuando que me beijaria, eu recuei e ele sorriu:

_ Fiquei feliz em ter aceito o meu convite.

_ Vamos logo, antes que eu me arrependa.

Theo me entregou o capacete e eu o coloquei, ele me estendeu a mão para ajudar-me a subir e disse:

_ Melhor se segurar.

Segurei em sua jaqueta jeans e ele virou a cabeça para olhar-me:

_ É assim que pensa que vai se segurar, essa máquina voa Raulf, é melhor se segurar direito.

Ele segurou em meus braços circulando o seu quadril:

_ Não precisa, eu me seguro bem.

_ Deixa de ser teimoso, eu não vou te deflorar se segurar direito, estou apenas pensando em sua segurança.

_ Eu não sou nenhuma garota para que você deflore. Isso foi um erro, acho que é melhor que eu desista de uma vez de ir a qualquer lugar com você.

_ Você sabe manobrar uma máquina assim?

_ Não, claro que não.

_ Então confia em mim, eu não deixo ninguém manobrar essa máquina, mas deixaria você se soubesse dirigir.

_ O que quer dizer com isso?

_ Que eu não vejo problema algum em segurar você.

Aquela afirmação me surpreendeu ao mesmo tempo em que me assustou, ele parecia sincero ao dizer aquelas palavras mas ao mesmo tempo a insinuação embutida atrás de cada sílaba era ameaçadora a minha estrutura.

Theo voltou a segurar os meus braços e circular em volta do seu corpo, e dessa vez eu não o retirei, ao contrário apertei aquele abraço, e o movimento daquela máquina se iniciou, chegamos ao bar um pouco depois, e ele segurou em minha mão me conduzindo a uma das mesas ocupada por cinco rapazes, entre eles Chris:

_ Olá gatinho, achei que não o veria mais.

_ Oi Chris.

_ Então o Theo e você estão juntos?

Antes que eu conseguisse negar, Theo se antecipou:

_ Deixa ele em paz Chris, não sabe que a curiosidade matou o gato?

_ E você não vai nos apresentar ao seu acompanhante Theo?

_ Claro... esse é o Thales, Maik, Alef, Ander e o Chris que você já conhece. Esse é o Raulf.

_ Raulf...

Eles se entreolharam com um sorriso no rosto, Thales então comentou:

_ É um prazer conhecer você Raulf, juro que nas últimas horas o seu nome foi o assunto principal entre nós.

_ O meu nome?

Alef quem respondeu:

_ Sim, quer dizer, não diretamente por que não sabíamos de quem se tratava, mas todos estávamos querendo saber quem era você, todos nós queríamos saber quem o Theo traria com ele, quando ele nos avisou que traria alguém com ele ficamos curiosos.

_ Mas para ser sincero, nunca imaginei que fosse você Raulf.

_ Para com isso galera, vão deixar o Raulf sem graça, já foi difícil o suficiente para convence-lo a sair comigo, e vocês não estão ajudando.

Nos acomodamos e para tirar o foco de cima de mim acabei perguntando:

_ E então, quantos anos está fazendo hoje?

Todos eles se entreolharam curiosos, e Theo exibiu um sorriso no rosto, mas foi o Maik quem perguntou:

_ Alguém está fazendo aniversário hoje e eu esqueci?

Thales soltou uma leve risadinha:

_ Acho que alguém fez uma pequena travessura com você meu rapaz.

Olhei irritado para Theo:

_ Você mentiu para mim?

_ Achei que seria mais fácil de você aceitar vir.

_ Xiiii, meninos vamos ser testemunha de uma D.R. entre eles.

_ Cala a boca Chris. Raulf eu só queria que você aceitasse o meu convite, só isso.

_ Não deixa de ser uma mentira.

Eu levantei-me no exato momento em que dois rapazes adentrava o local de mãos dadas, eu petrifiquei e acabei sentando-se novamente, isso não passou despercebido a nenhum ali naquela mesa:

_ Raulf o que foi?

_ Ele ficou pálido de repente.

Ander me olhava com preocupação

_ Dá um copo de água para ele Theo.

Maik logo o instruiu:

_ Não, não precisa, eu só vi uma pessoa que não esperava ver.

Antes mesmo que eu conseguisse me recuperar, ouvi uma voz a me chamar:

_ Raulf...

_ Thobias.

Todos os olhares se voltaram para ele, que olhava cada um analítico, como se estudasse cada um através daquele olhar:

_ É uma surpresa te ver aqui, você nunca foi de sair.

_ As coisas mudam Thobias.

_ Estou vendo, e a surpresa fica ainda maior, nunca imaginei que você iria sucumbir a isso.

_ Isso, isso o que?

_ Garotos de programa.

Eu estava para responder, mas o Theo levantou-se parando bem rente ao corpo dele:

_ A quem se refere quando disse garotos de programa, por acaso seria meus amigos e eu?

Ele continuou os olhando agora em silêncio, crítico Theo continuou:

_ Eu não sei quem é você, mas eu estou aqui com os meus amigos e o meu namorado e pretendo não ser incomodado com conjecturadores tão insignificantes.

_ O Raulf... o Raulf é o seu namorado, boa sorte então, dormir com uma pedra de gelo é mais excitante.

_ Dizem que o toque do violão se ajusta ao tocador.

Aquela conversa estava indo longe demais, eu me ergui e segurei na mão do Theo, sussurrando em seu ouvido:

_ Por favor me tira daqui.

Por mais que não houvesse nada de sedutor naquele meu gesto, aquilo pareceu íntimo demais a julgar pelos olhares abismado, incluindo o de Thobias, Theo sorriu e selou os meus lábios:

_ Rapazes, foi muito bom encontra-los, mas agora vou curtir um momento a dois com o meu namorado.

Ele piscou para os rapazes, segurou em minha mão me conduzindo para fora do bar, ignorando totalmente o olhar repreensivo de Thobias. 

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