Capítulo 58

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Theo:

A felicidade não cabia no peito ao ouvir cada palavra dita pelo celebrante, por vários momentos tive que segurar a emoção para não chorar diante de todos, mas confesso que houve momento que tive que respirar fundo para conter o choro.
Raulf era mais sensível e percebi que ele chegou a derramar algumas lágrimas durante a cerimônia, o clima estava harmonioso, e quando o celebrante deu o consentimento para o beijo eu não economizei, beijei com vontade aquele que era agora o meu marido, sob os aplausos de todos.
Recebemos os parabéns de todos na recepção que os meus sogros e meus tios organizaram e confirmamos que não precisávamos de um casamento luxuoso para fazer algo bonito e que nos identificávamos e até mesmo o Chris e o Vlad tiveram que dar o braço a torcer ao nos dizer que tudo estava perfeito.
Porém o melhor de toda aquela história foi quando o Raulf sem medo, sem neura me arrastou para o quarto e fechando a porta me olhou diretamente nos olhos a dizer:

_ Enfim sós...

Um riso frouxo deixei escapar dos meus lábios ao se aproximar do meu marido o levando para a cama a fim de nos amarmos. Não sei dizer se foi a emoção do momento, ou o estado civil que mudou que gerava aquele clima mais romântico só o que sei é que nunca vi Raulf tão entregue, tão envolvido, fazer amor com Raulf sempre foi perfeito, mas, aquela noite ele se superou, tomando iniciativas, envolvido, empenhado de verdade em se render ao prazer.

Após chegarmos ao ápice, acabamos adormecendo, despertei com um cheiro forte de café vindo da cozinha, Raulf ainda dormia, olhei rapidamente no relógio pelo visor do celular e percebi que ainda era muito cedo, mas acabei levantando e encontrando minha sogra na cozinha:

_ Theo... Acordei você?

_ O cheiro do café me despertou.

_ Senta um pouco, vou te servir, e podemos conversar um pouco.

_ Preciso ter medo?

_ Um pouquinho.

Nós dois sorrimos, e ela colocou uma xícara de café a minha frente e se serviu de outra:

_ Sabe Theo, o Raulf é meu filho mais velho e desde cedo ele tomou a responsabilidade de cuidar do Vlad e até mesmo de mim, como você sabe o pai dele vive viajando e passa bastante tempo longe, ele é forte quando se trata de cuidar de alguém, mas quando o assunto é alguém cuidar dele, ele dificulta um pouco.

_ Percebi que ele é um pouco teimoso mesmo.

_ Eu te entreguei a minha maior riqueza Theo, e sei que você vai cuidar dele.

_ Ele cuida mãe.

Nós dois olhamos para o Raulf que vinha nos fazer companhia, ele sentou-se na cadeira ao meu lado:

_ Eu não duvido disso meu filho só olhar para o brilho dos seus olhos para comprovar que está feliz, mas não custa alertá-lo que se ele não cuidar de você eu busco ele nem que ele se esconda em um buraco debaixo da terra.

_ Você ouviu não é Theo, trate de cuidar direitinho de mim.

_ Com todo o prazer.

A conversa durou um pouco mais e depois nós dois voltamos ao quarto para um banho, quando saímos Vlad e Chris que também havia pernoitado na casa dos pais do Raulf já estavam acordados, não seria o Chris se ele não soltasse um comentário:

_ E aí pombinhos, houve diferença?

_ Diferença do que Chris?

Raulf perguntou confuso:

_ Ah... Agora vocês são casados, quero saber se houve diferença... ah vocês sabem do que estou falando.

Eu tinha certeza de que apesar da pergunta aparentemente inocente, Chris estava se contendo por causa da mãe e do pai de Raulf, porém Vlad também havia notado isso e esse não nos poupou de completar a pergunta do Chris:

_ O que o Chris quer saber é se o sexo antes do casamento é diferente do sexo depois do casamento?

Raulf corou no mesmo instante, a mãe de Raulf quase engasgou com o café que estava tomando e o pai do Raulf abaixou a cabeça com um riso preso, eu procurei responder de uma forma que não fosse vulgar para nenhuma parte:

_ A diferença é que antes não havíamos assinado um papel Chris, a semelhança é que o que acontece entre o Raulf e eu continua sendo algo particular nosso.

Dessa vez a mãe do Raulf deu risada:

_ Vocês hein... Mas o que o Theo falou tem grande importância, um casamento tem seus altos e baixos, e vocês dois tem que resolver no particular, normalmente quando um casal permite que uma terceira pessoa se envolva no casamento, acaba gerando atritos.

Vlad então brincou:

_ Isso a senhora está falando sobre um casal mãe, e quando é um trisal?

_ Eu não entendo esse negócio de trisal Vladmir.

_ Isso é coisa do Vlad mãe .

Chris mudou rapidamente de assunto:

_ Vamos ter que mudar um pouco a organização do que tínhamos planejado lá no Êxtase, mas a festa do casamento de vocês será tão linda quanto foi a cerimônia.

_ Eu tenho medo do que vem da cabeça de vocês.

_ Nem vem cunhado, vocês já enfiaram uma faca nas nossas costas, se essa festa não sair de acordo como planejamos, vocês dois ganharão um inimigo pelo resto da existência de vocês.

_ Nós não ousaríamos meu irmão, a festa será exatamente como vocês organizaram, tem carta branca para fazerem o que acharem que precisa ser feito.

_ Acho bom, por que o que planejamos é algo que vai deixar os dois de boca aberta.

_ Tenho certeza disso.

_ E o que estão planejando, o Raulf e eu podemos saber?

_ Claro que não, na hora certa vocês irão saber, mas no momento tudo o que queremos saber é se querem que acrescente alguém que não estava aqui ontem para a festa?

_ Queríamos que o Maik estivesse, mas ele está longe.

_ Milagre não fazemos Theo, o Maik foi para longe a trabalho, seria difícil a presença dele. Mas fora o Maik, alguém mais?

_ Não, as pessoas importante para nós estavam aqui.

_ Está bem, já adianto que a festa não é nada formal.

_ Nada formal?

Raulf me olhou com uma indagação, depois se voltou ao irmão:

_ Como assim nada formal Vlad, não se esqueça que os nossos pais e os tios do Theo estarão presentes.

_ Nós pensamos nisso Raulf, não vamos expor os nossos pais a ver o que nós vimos todas as vezes que vamos ao Êssen... Êxtase.... Pensamos em contemporizar, ou seja nada de vestido ou terno social, pensamos no meio à meio, nem formal nem pelados.

_ E o que seria o meio à meio Chris?

_ Ah lindinho, eu pensei em uma regata e short.

_ Eu não sei o que os dois estão planejando, mas vou confiar em vocês.

Tudo o que Raulf e eu tínhamos que fazer era confiar, acreditando que os dois tivessem coerência nas suas escolhas.

Abracei Raulf assim que todos se afastaram e o beijei:

_ Agora é preparar o nosso psicológico para o que está por vir.

_ Eles são dois malucos Theo, mas tenho certeza de que planejaram algo de acordo com a cabeça deles que acreditam que vamos gostar.

_ E acredita que acho que vamos mesmo gostar.

_ Acredito, o pior é que eu acredito.

Aproximei-me e o puxei pelo quadril ao meu encontro beijando o meu marido demoradamente:

_ Eu te amo senhor Raulf Cooper Delacroix. 

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