2

4.5K 285 82
                                    

Alex Oliveira ( Cobra)
Sexta
10:40am

Me afastei totalmente da Laís e não tenho uma explicação boa o suficiente pra dar.
A um tempo eu comecei a me sentir sufocado por ela, pelas minhas obrigações com o movimento e agora com o bebê. Que nem nasceu eu já sei que não é uma responsabilidade que eu vou conseguir dar conta.

De início eu tentei ser participativo, mas aos poucos fui deixando de lado.

Passava dias fora de casa e só ia lá as vezes e não passava mais de duas horas.
Não sento vontade de estar ali, gosto de ficar na rua e de ter essa sessão de liberdade.

Quando eu comecei a trair a Laís, que foi uma consequência do distanciamento, eu me envolvi com a Vanessa, uma mina firmeza que eu conheci por acaso e acabei me envolvendo mais do que deveria..

Acho que a Laís foi me deixando de mão também, agora ela não faz questão que eu participe das coisas como antes que me mandava foto e vídeo das consultas e perguntava se eu queria escolher o nome do bebê.
Não participei de nada disso, Laís é orgulhosa de mais e nem o dinheiro que eu dou pra ela todo mês ela usa.

Quando não fico em casa, fico em um barraco meu perto da boca, não é o mais confortável, mas dá para o gasto.

Vim em casa ver como estavam as coisas e ela não me deu bola e eu sei que não posso exigir nada dela.

O quarto do bebê ficou foda, todo decorado em azul claro, algumas nuvens brancas e balões. O nome do bebê estava em cima de uma prateleira e foi como eu fiquei sabendo do nome que ela escolheu.

Lucas.

Minha visita não demorou muito e logo tive que ir resolver as minhas pendências.
Não curto essa parada de ficar só preso em uma sala, mas alguns dias não tem outra alternativa.

Não havia tem dez minutos que eu tinha chegado e um dos caras que ficam fora da minha sala bateu à porta.

— Aí chefe, Vanessa tá querendo falar contigo.— avisou e antes que eu falasse alguma coisa ela foi entrando como se estivesse em casa.

— Tá fazendo o quê aqui?— pergunto sério sem querer dar asas pra ela.

— Vim te ver, não pode?— cruzou os braços deixando os seios ainda mais expostos no top que não cobre praticamente nada.

— Já te passei a fita que não te quero aqui, tá se fazendo?— não alivio pra ela.
Nunca tive muita descrição com os meus casos, essas visitas na boca eram mais frequentes e por isso as fofocas corriam e chegavam rápido na Laís. Em uma dessas vezes ela quase perdeu o bebê e o mínimo que eu poderia fazer era tentar evitar que isso acontecesse de novo, por mais passei a ser discreto com as minhas paradas.

— Tá estressado hoje por quê? Vim te ajudar a relaxar!— sorri expandindo os lábios pintados com um tom avermelhado e eu só consigo lembrar de como prefiro ela ajoelhada, de boca cheia e caladinha. Mas não tinha tempo agora, mesmo que quisesse dar uma relaxado.

— Eu tô ocupado agora.— dispenso.— Depois eu passo na tua casa!— Ela fecha o semblante por ter sido contrariada, mas concorda.

— Tá bom! Vou te esperar mais tarde!— mandou beijo e saiu da sala me dando a visão de sua bunda.

— Bem que eu senti o cheiro de piranha!— Caco, meu irmão de criação, entra sala torcendo o nariz e com a cara de nojo.

Luz em todo morroOnde histórias criam vida. Descubra agora