Alex (Cobra)
Quinta
22:30pm
Estava tudo calmo de mais pra ser verdade.
Ninguém estava esperando quando os caras de um morro rival chegaram de surpresa e chegaram com tudo menor.A nossa sorte foi que estávamos esquipados se não tinha rodado geral.
Mais de uma hora de confronto e o caras não davam pra trás de jeito nenhum.
Subi pra um lage com alguns caras e ficamos lá.
Era fácil identificar eles, estão todos com uma camisa preta com o logo do tcp.Fala sério, parecia um bloco de carnaval.
Os caras foram pra cima, só dedo nervoso. Tínhamos perdido alguns dos nossos e outros ficaram feridos, mas já estavam sendo cuidados.
Eles começaram a se aproximar da lage que estávamos, mas ninguém arregou não, trocamos igual. Eles eram bons, mas não tão bons quanto o necessário.
Abaixei atrás da caixa d'água depois de dar uma sequência de tiros e levantei voltando a atirar.
Senti uma queimação na minha perna, mas não senti dor nenhuma, deve ter sido só de raspão.
Voltei a atirar, não dava pra arregar agora.
- Tão recuando, tão recuando!- avisaram pelo radinho.
Continuamos no confronto com os que ficaram na nossa área até o último ser derrubado. Respirei aliviado quando não tinha mais nenhum.
- Caralho Cobra, tua perna tá sagrando pra caralho!- um dos manos que estavam na lage comigo veio na minha direção.
Olhei pra minha perna e estava sangrando muito, estava banhada de sangue.
Larguei o fuzil botando a mão encima do lugar e pressionando na tentativa de estancar o sangue.
Não foi tiro de raspão, foi tiro mesmo e bem na coxa.
Senti a perna ficar pesada e até as minhas vistas ficaram pesadas. Segurei numa pilastra pra não cair.
- Manda um carro aqui pra boca da rua sete, o Cobra levou um tiro!
Foi a última coisa que eu ouvi antes de apagar.
Será que da pra morrer com um tiro na coxa?
Eu espero que não, vai que Deus achou pouco quinze anos preso e resolveu me matar agora?
Faz isso comigo não Deus.
(...)
____________
Sexta
8:30am
Abri meus olhos e logo fechei por conta da luz forte.
Caralho quê que aconteceu?
Não faço ideia, mas espero que quando abrir os olhos eu esteja vivo.
Abri os olhos forçando um pouco a visão e aos poucos foi me acostumando com a claridade.
Já identifiquei que estava no postinho e já vi que não tinha morrido.
Só se Deus tem uma réplica do postinho no céu.
Lembrei da minha perna e já tentei mexer pra ver se não tinha perdido os movimentos e respirei aliviado, consegui mexer, mas doeu um pouco e ela ainda estava meio dormente.
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Luz em todo morro
RomanceLuz Em Todo Morro 3030 "Ontem faltou luz em todo morro Eu vi ela passando sob a luz da lua O medo e a incerteza rondavam pelas vielas E o vai e vem distante, vindo das luzes nas ruas Sigo procurando, quero encontrar aquela Tal felicidade que já moro...