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Laís Silva
Terça
8:40am

— Acho melhor eu dirigir — Alex fala pela terceira vez em dez minutos e a gente nem saiu do morro ainda. Já me arrependi de não ter mandado ele ir no carro dele.

— Alex, fica quieto aí, que saco — peço já estressada com ele.

— Tô só falando, eu em — se faz de ofendido. Fingido demais.

Passamos pela barreira aqui do morro e eu fui em direção ao Leblon. Aquele inseto mora num puta apartamento lá.

O trânsito estava uma merda, andava um pouco e parava por conta de um acidente mais a frente.

Liguei o som do carro para passar o tempo e fui pulando as pastas. Lucas e Cecília tem até um gosto bom pra música, aprendi a ouvi até esses raps que eles gostam, mas também tem alguns que não da pra entender nada que estão cantando.

Cheguei na pasta que eu queria e aumentei um pouco o volume.

Já estava agoniada ali dentro, ainda mais do lado de um "estranho", até porquê necessariamente eu não conheço esse Alex.
Ele, sem dúvida, não é o mesmo cara de anos trás, ou então aprendeu a fingir muito bem.

Quase vinte minutos depois nós chegamos enfrente ao prédio, como o porteiro já me conhece liberou a minha entrada.
Deixei o carro no estacionamento e fomos andando até o elevador.

— Pra que você tá trazendo isso?— Perguntei mais nervosa do que já estava por toda situação assim que o Alex tirou uma arma da cintura e começou a mexer nela.

— Nunca se sabe, vai que esse coxinha tenta alguma coisa?— Justifica na maior cara lisa.

— Eu espero que você não use ela, não quero chamar atenção e muito menos ser presa.

— Calma, filha. São anos na profissão, não ia dar uma dessas. Ela tem silenciador — me mostra uma peça que estava encaixada na arma.

Nem falei mais nada. Melhor não discutir.

Entramos no elevador e eu apertei o botão do andar do Rodrigo.
Essa hora ele está em casa, se brincar ainda está dormindo.

A porta do elevador se abriu e nós andamos até a porta do apartamento.

— Você fica aqui. Por favor, Alex — ele só concorda e se afasta da porta ficando no corredor ao lado. Toquei a campainha uma três vezes até que o Rodrigo abriu.

- Laís? Tá fazendo o que aqui? Você não avisou que vinha!- falou pondo um sorriso no rosto. Mas meu sangue já estava fervendo já fui logo dando um tapão na cara lisa daquele infeliz- que isso Laís?- falou lavando a mão ao lugar e me olhando indignada.

- Isso é pouco pro que eu quero fazer com você seu desgraçado.

- Você tá louca de bater na minha cara?

- Eu tô doida, doida pra caralho. Mas você quem estava quando achou que ia conseguir me dar um golpe!- na hora os olhos deles se arregalaram- ou você achou que eu não ia descobrir?

- Você está realmente louca!

- Admiti logo, eu já sei de tudo e tenho provas. Você vai morrer na cadeia seu desgraçado!- na hora ele me puxou fechando a porta e me prensou a parede do lado pondo a mão no meu pescoço e apertando de leve.

- E quem vai me denunciar? Você?!- puxei o ar e encarei ele.

- Não aguentou ouvir a verdade? Achou que eu não ia descobrir?- ele riu, passando a mão livre no rosto.

Luz em todo morroOnde histórias criam vida. Descubra agora