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Laís Silva
17:40pm

Quando os tiros começaram eu tive que ir para casa da Bruna com as crianças e a Maria, por questão de segurança.

Ficamos todos na sala em silêncio, não tem muito o que falar nessas horas, até porquê ficamos preocupadas com quem está lá fora.

Graças ao silêncio conseguimos ouvir uma movimentação estranha lá fora, nos olhamos e dali já sabíamos que não estávamos mais tão seguras.
Não tínhamos tempo de esperar que entrassem para tomar uma iniciativa.

— Tem um quartinho nos fundos, precisamos ir pra lá— Bruna avisa e saímos pagando as crianças para ir pro quartinho.

Era um cômodo bem nos fundo da casa e aparentemente estava abandonado e caindo aos pedaços. Estava tudo limpo e arrumado,
era omo uma salinha.

Mas antes que pudéssemos entrar a casa começou a ser invadida, não daria tempo pra todas nós entrarmos então demos preferência as crianças e a Maria. Eu tinha uma arma dentro da bolsa, afinal nunca se sabe, e a entreguei nas mãos da Maria.

— Não pense duas vezes antes de usar— Não tinha tempo pra respostas, precisamos fechar a porta e voltar para casa.

— Tem algumas armas na cozinha — assinto e  corremos pra dentro, mas antes de colocarmos as mãos nas armas a cozinha já estava sendo invadida por três caras, dois deles estavam encapuzados.
Não tinha para onde correr, o medo já estava por todo o meu corpo, minha respiração chegava a falha.

— A coroa vale mais, eu fico com ela — o cara tatuado segurou no braço da Bela!que tentava se soltar, mas foi inútil, ele era bem mais forte. Bruna tentou impedir e levou um tapa no rosto, sendo segurada logo em seguida por um dos outros. Estávamos sem saída.

— Me solta — me debati quando o outro veio me segurar.

— Acho melhor a dona ficar calada — tira  uma faca do bolso e a aproxima do meu pescoço. Meu sangue gela e parece me faltar oxigênio no corpo. Meus olhos ardem pela vontade de chorar. Pensar nos meus filhos me deixa ainda mais preocupada.

Fomos todas arrastadas pra sala e o tatuado começou a falar no radinho. Reconheci a voz do Caco, olhei pra Bruna que já estava chorando e tentei a convencer com o olhar que ia ficar tudo bem. Apesar do medo precisávamos nos acalmar e enxergar uma saída.

O tempo parecia ter parado, o Caco não chegava nunca e eu já estava ficando mais nervosa, a respiração pesada e até senti a cabeça doer. O desgraçado apertava o cabelo da Bela cada vez mais forte, o rosto dela estava avermelhado pelo choro silencioso.

Minha esperança já estava indo embora quando a porta se abre de uma vez e a figura do Caco invade a casa junto com vários outros homens. As armas grandes estavam apontadas para todos os lados, um tiro poderia matar qualquer um de nós.

Fechei meus olhos assim que ouvi o primeiro disparo. Alto e seguido por mais um. Por um momento pensei que ia desmaiar tamanho medo.

Aproveitei a distração do cara que me segurava e joguei a cabeça para trás com toda a força que eu tinha. Só ouvi o estralo alto de algo quebrando.
Ele me soltou levando a mão ao nariz e eu aproveitei para ir até a Bruna que estava chutando a cara do outro que nem estava mais se mexendo.

Mas o que me chamou atenção foi a Maria parada com a arma que eu dei a ela na mão, o rosto molhado de lágrimas e tremendo como uma vara verde.

Corri até ela e a envolvi em um abraço.

— Eu... eu matei esse homem. Meu Deus — ela não correspondia ao abraço, só repetia as mesmas coisas. Tirei a arma da mão dela e travei jogando no chão. Maria estava em Pânico.

Luz em todo morroOnde histórias criam vida. Descubra agora