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Cecília Oliveira
Quinta
15:40pm


Agora a tarde os meus pais foram dar uma olhada numas casas de praia mais afastadas pra comprar e levaram o Lucas. Eu bem queria ir, mas tinha aula no galpão e eu não podia faltar.

Eles saíram depois do almoço, fui pro galpão, voltei e nada deles.

Mas o meu pai também já me ligou umas trinta vezes pra saber como eu estava e pra avisar que eles iam demorar um pouco mais porquê a minha mãe não estava conseguindo escolher e estava pedindo ajuda da tia Bruna por ligação.

Aliás a tia Bruna tá linda grávida, tá bestinha porquê é uma menina, Alicia, eu que ajudei a escolher o nome.

Maria está aqui em casa também, ajudei ela a estender as roupas e depois resolvi fazer um spay day.

Peguei o pote de hidratação, a minha argila e as máscaras fáceis. 
Ainda levei a caixinha de música, porquê música motiva a fazer as coisas.

Meti a minha cabeça embaixo da torneira da pia da área e comecei a lavar o cabelo.
O meu cabelo não da tanto trabalho, agora ele está um pouco a baixo dos ombros.

Passei a hidratação e depois parti pra argila, esfoliei e deixei secar no rosto.

Quando tocou um pagodinho eu tive que cantar e dançar ainda por cima. Porquê é uma coisa que vem de dentro.

- Você vive deixando pra lá nossos problemas. Nós chegamos ao ponto de que nada vai bem!- na minha cabeça eu estava arrasando, fazendo o pente de microfone. - Se desculpar, justificar não é o que deve fazer.

- Oi!- olhei pra trás soltando um grito que daria pra ouvir lá no pé do morro. Puta merda, o segurança nova, estava bem aqui na minha frente e eu com a cara cheia de argila.

Meu Deus do céu. 

Ele riu de canto com uma vasilha de água na mão.

- Desculpa aí se te assustei!- falou e eu pausei a música.

- Não, eu estava distraída!- e agora com vergonha.  Por que logo comigo Deus?

Ele é bem bonito, tem mais ou menos a altura do Lucas, é moreno e tem os olhos bem escuros. O cabelo não sei como é, porquê todas as vezes que o vi, ele usava boné, como agora.

- Vim trazer a vasilha de água!- estendeu a vasilha e eu peguei. Mas ele é meio cara de pau, porquê estava olhando na cara dura- acho melhor tu botar uma blusa, os caras ficam olhando e se teu pai sonhar vai matar todo mundo!- a argila verde na minha cara impediu que ele visse que ela ficou vermelha, porquê eu tenho certeza que ficou.
Eu estava de short mais com a parte de cima do meu biquíni preto. 

Ainda não me acostumei com essa de seguranças, tirando a nossa privacidade.

- É... eu já vou entrar!- ele concordou ainda rindo, peguei o meu celular e a vasilha e entrei praticamente voando. Morta de vergonha.

Deixei a vasilha na ilha da cozinha e corri pro meu quarto. Depois dessa cena eu queria era entrar no guarda roupa e sair em Nárnia.

Tomei um banho e quando saí os meus pais já tinham chegado.

Meu pai e Lucas estavam tomando banho.

Aproveitei e saí rebocando a minha mãe pra contar pra ela.

E ela riu da minha cara.

- Poxa mãe, a senhora tá rindo da minha desgraça? Eu tava parecendo a Fiona!- reclamei.

Luz em todo morroOnde histórias criam vida. Descubra agora