3

4.4K 302 82
                                    


1 semana depois
____________________


Laís Silva
Quinta
10:45am

Entrei nos nove meses e desde segunda começaram as contrações de treinamento, elas acontecem de três a quatro vezes ao dia, principalmente quando o Lucas se mexe.

Comecei a sentir contrações ritmadas e de um minuto cada, fiquei monitorando. Não importava o quanto eu mudasse de posição, continuava doendo.

O Alex só dormiu aqui aquele dia, depois sumiu, nem procurei saber por onde anda.
Estava descendo as escadas quando senti algo molhar as minhas pernas, olhei pra baixo e só vi o líquido escorrendo.

Meu Deus!

— Maria!— gritei da escada segurando a minha barriga com uma mão como se o Lucas fosse cair da minha barriga e o corrimão da escada com a outra— Maria, minha bolsa estourou! — gritei tentando controlar a minha respiração. Maria apareceu na sala, toda afobada tadinha. — Liga pra Bruna, fala pra ela vir correndo!— peço tentando descendo a escada, quando cheguei embaixo sentei no sofá pressionando os lábios na tentativa falha de reprimir os resmungos de dor. Comecei a sentir uma pontadas no pé da barriga e achei que não aguentar parir esse menino.

Maria estava com o celular no ouvido esperando a Bruna atender.

— Dona Bruna, corre pra cá, a bolsa da dona Laís estourou!— ouvi o grito da Bruna do outro lado e ela avisando que estava vindo.

— Maria pegar as bolsas, os meus documentos estão dentro— ela assente e sobe as escadas correndo. Tentei controlar a respiração a minha respiração mais uma vez.—  meu filho eu sei que você tá com pressa pra sair, mas espera a gente chegar no hospital.— peço passando a mão na barriga.

A porta foi escancarada e a Bruna passou por ela toda nervosa e ofegante. Eu até ia rir se não estivesse sentindo dor.

- Meu afilhado vai nascer porra!- comemora vindo na minha direção e me ajudando a andar. Maria veio logo atrás com as bolsas e entramos no carro.

Bruna dirigia rápido e ainda buzinava pros outros carros avisando que tinha uma mulher parindo no carro, para que eles dessem passagem pra gente.

Chegamos no hospitalar, desci do carro e logo apareceram alguns enfermeiros pra ajudar.

Me levaram pra ala da obstetrícia enquanto a Bruna prenchia a ficha.

Dali pra frente foi tudo muito rápido, fiquei um tempo na bola e depois na banheira e no chuveiro para aumentar a dilatação. E tive dó das enfermeiras que me aguentaram de gritando e chorando sem parar.
Eu estava ansiosa de mais, meu coração batia acelerado e agora as contrações vinham mais fortes e com mais frequência.

Eu achei que não ia aguentar, rezei mais vezes do que lembro pra que fosse rápido, mas que ainda assim fosse no tempo do Lucas.

A médica que fez todo o meu pré natal mediu novamente a minha dilatação e me encaminhou pra sala de parto.

Respirei aliviada quando ela disse que "já estava no ponto".

Segurava a mão da Bruna e sentia as lágrimas escorrem pelo meu rosto, de dor, de ansiedade e de medo.

— Vai dar tudo certo amiga, daqui a pouco o Luquinhas tá aqui com a gente!— acariciou o dorso da minha mão e eu assenti, porquê não conseguia falar nada.

Luz em todo morroOnde histórias criam vida. Descubra agora