Capítulo 19 - Calor × Frio

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A Angel morreu

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A Angel morreu.

A menininha que corria despreocupada com o perigo e sorridente, que adorava me abraçar e me fazer contar histórias para ela, que amava doces, na mesma medida que adorava dançar, a mesma menininha que me abraçava quando me via sozinha em um canto, e que me arrancava risos com a sua inocência.

A pré-adolescente que tinha a carreira toda planejada, que iria para uma escola de balé, que seria rica e nós daria um futuro melhor, enquanto encantava o mundo com a sua beleza e doçura, espalhando para o mundo a sua forma de amar em forma de dançar. A menina que dizia que para sempre iria me amar. Se foi.

A mulher que a poucos segundos estava na minha frente, não passava de uma estranha, não tinha mais aquela inocência no olhar, nem sonhos, só havia uma mulher que almejava o topo, orgulhosa e que não daria para trás, mesmo se isso significasse, ficar ao meu lado.

Uma Santore de fato.

Mesmo que eu desejasse, aquela faltar de ar me tomou, a mesma angústia no peito, que me fazia querer morrer, meus olhos se encheram de água sem permissão, enquanto eu sentia tudo ao meu redor querendo desaparecer. Eu sentia muito frio, um frio que me puxava para a escuridão.

— Ei, tá tudo bem, respirar fundo, eu estou aqui, vai ficar tudo bem. — uma voz distante falava comigo, duas mãos quentes tocava o meu rosto e me obrigava a encarar seus olhos. Olhos claros e preocupados. — Isso, respirar fundo, desse jeito.

Ele me abraçou enquanto eu voltava a respirar, seu perfume e seu abraço, o calor que emana do seu corpo, foi aos poucos me acalmando, e quando tomei consciência de que estava em seus braços e que ele viu a minha fraqueza, meu desejo era desaparecer.

Me afastei dele, sob seu olhar atento, então ele sorriu.

— Se você queria um abraço era só ter pedido. — brinca ele, mesmo sem querer contenho um sorriso. — Não negaria um abraço a você, mas saiba que eu prefiro beijos, muitos beijos.

— Idiota. — digo negando com a cabeça, ele conseguiu me acalmar.

— Nossa Emma, você se aproveitar de mim e ainda me chama de idiota? Me sinto usado e isso mágoa. — sorriu e ele vai para sua mesa.

— Oliver. — chamo seu nome, ele se vira e me olha, antes de sentar. — Obrigada.

— Eu que agradeço, ter seu corpo colado ao meu é sempre uma honra. — provoca e eu balanço a cabeça em negativa, mas sem conseguir controlar o sorriso. Ele é meio estranho.

Lá por volta do meio dia, sou despertada da minha concentração com uma confusão na porta, mas nem me dou o trabalho de olhar, seja quem for o inconveniente sem horário não pode entrar.

— Emma! — alguém chama meu nome.

— Hum... — levanto a cabeça e me deparo com o Rafael parado a minha frente, todo lindão de roupa social. — Sim Rafael, o que deseja?

ENFIM VOCÊ - Livro 1 - irmãos santoreOnde histórias criam vida. Descubra agora