capítulo 28 - Refúgio

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Sinto muito por você ter me visto agitada
Fique comigo por um dia
Eu não tenho ninguém para me abraçar
Porque eu, eu faço todos irem embora

Eu não quero estar sozinha
Mas eu sou melhor sozinha

Porque eu sou frágil
Deus, eu sou frágil

Sinto muito que você tenha me visto quebrar
Mas fique comigo, não se afaste
Deus, eu gostaria que você me segurasse perto
Não pense que eu não sinto o mesmo

Eu sou melhor sozinho
Mas eu não quero ficar sozinha.

Dizeram tantas vezes que a gente colhe oque planta, mas eu nunca recebi das outras pessoas oque eu as ofereci, então quando tudo estava se encaminhando para oque deveria ser meu final feliz, tudo deu errado de novo, e me tornei essa muralha que qu...

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Dizeram tantas vezes que a gente colhe oque planta, mas eu nunca recebi das outras pessoas oque eu as ofereci, então quando tudo estava se encaminhando para oque deveria ser meu final feliz, tudo deu errado de novo, e me tornei essa muralha que quase ninguém consegue penetrar, aprendi com a dor que os mais fracos sempre vão sofrer, então é melhor sempre achar uma maneira de ser erguer, aprendi com a vida que mesmo que esteja cansada e fatigada dela, temos que continuar enfrente, suportando e lidando com tudo que aparecer, seja sendo egoísta ou gentil, seja sendo insuportável ou lidando de forma madura sobre tudo.

Mas, já chega, estou sobrecarregada, estou cansada de remar contra a maré, de lutar e nunca  ser recompensada, de desejar a liberdade e nunca se quer ter chegado perto de toca-lá, de sempre ter que se ergue todos os dias, de fingir que não me importo quando na verdade, me importo mais do que deveria.

Lágrimas caem pelo o meu rosto sem que eu perceba, ainda segurando o garfo da primeira mordida na torta de banana.

— Porque? Porque estou chorando? — questiono com a voz embargada pelas lágrimas, o Oliver apenas me encarar de forma séria.

— Minha mãe me disse que uma pessoa que já sofreu muito, é capaz de chorar ao se deparar com algum calor humano, seja ele em forma de gente ou no conforto de uma torta deliciosa. — fala de maneira simples e gentil. Estende a mão e segura a minha enquanto me encarar. — Por isso, não tenha vergonha de chorar, você está sobrecarregada é normal, essas lágrimas vão te deixar mais leve, acredite em mim.

É por isso, por causa dele, do calor que ele emana, da aura protetora, da sua faladeira irritante, da sua maneira de lidar comigo, esse choro compulsivo é porque a barreira que venho erguendo esses anos está caindo.

— Chore Emma, eu estou aqui. E não vou a lugar nenhum, não vou julga-lá, nem condena-lá, chorar não vai fazer você se tornar fraca perante as outras pessoas, apenas que você é forte por ainda está respirando, por ainda não ter desistido, então chore. — E eu choro, em seus braços, enquanto ele acaricia meu cabelo, sentindo o seu cheiro.

Não percebo quando caiu no sono, mais o sono mais tranquilo que tive em todas essas semanas, foi quente e reconfortante, como um refúgio e não precisei de nada além de um ombro amigo, não precisei recorrer a bebidas, nem a sexo e muito menos a toneladas de remédios. Por alguma razão é melhor que um calmante e muito mais eficaz.

ENFIM VOCÊ - Livro 1 - irmãos santoreOnde histórias criam vida. Descubra agora