52. Dia de Jogo

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9 de janeiro de 2022

Raquel

Depois de uma manhã a passear pela cidade com os meus pais, aproveitando o meu último dia de folga antes da nova semana de trabalho começar, nós decidimos almoçar num restaurante italiano ótimo que descobri pouco depois de chegar a Manchester.

- As coisas entre ti e o André estão mesmo bem, não estão? – a minha mãe aproveita que o meu pai e o Santiago estão mais afastados de nós, a ver uma montra qualquer de uma loja de videojogos, para perguntar.

- Sim. – confesso, sorrindo – Isto é um bocado estúpido, porque eu não acredito muito nestas coisas, mas... É como se o destino tivesse tudo planeado para nós, sabes? Não deu certo da primeira vez porque não era suposto dar certo. Agora, é tudo perfeito. O timing das nossas vidas é o perfeito para podermos começar algo em conjunto, mais forte e duradouro.

- Não acho que seja estúpido, filha... Há coisas que acontecem e para as quais não temos explicações lógicas. A vida e o destino têm as suas razões que ninguém conhece. – a minha mãe afirma, sorrindo – Ver-vos ontem juntos foi um consolo, querida. Nota-se a léguas o carinho que vocês têm um pelo outro. E eu gosto muito do André, ele é mesmo um rapaz com bom coração.

- Eu gosto tanto dele, mãe... Com ele, sinto-me sempre segura, sabes? Ele tem esse dom de me acalmar, de me fazer sorrir, de me fazer sentir sempre bem. – suspiro, apaixonada – É ele, sabes? O homem da minha vida, é ele.

- Não imaginas como fico feliz por ti. – a minha mãe sorriu, deixando um beijo carinhoso na minha bochecha – Mereces tanto ser feliz! E acho que ninguém te pode fazer tão feliz como o André. Tenho a certeza que desta vez vai tudo correr bem convosco.

- Espero que sim, mãe. É o que eu mais quero. – revelo e a minha mãe assente.

O nosso momento a duas é interrompido pelo regresso do Santiago e do meu pai. Regressamos a casa, para podermos prepararmo-nos para o jogo, às 18h. Eu tomo duche e visto uma roupa mais quente, visto que o tempo está bastante frio, e obrigo o Santiago a vestir roupa mais quente por baixo da t-shirt com o nome do André, de que ele não abdica. Os meus pais preparam alguns petiscos para comermos antes de ir e saímos de casa cerca de quarenta e cinco minutos antes do início do jogo. Optamos por ir de táxi, visto que é esperado que o metro e os autocarros estejam cheios de gente com o mesmo propósito que nós, por isso chegamos cedo e podemos procurar os nossos lugares com calma. Como é óbvio, o André arranjou-nos lugares excelentes com uma ótima vista, o que deixa o meu pai e o Santiago radiantes. O amor que ambos nutrem pelo futebol é gigante e muito bonito de se ver. Faltam ainda trinta minutos para o começo do jogo, por isso nós ainda apanhamos o período de aquecimento. O André olha na nossa direção, por isso nós fazemos questão de lhe acenar e demonstrar a nossa presença. Quando recolhem ao balneário, decido enviar-lhe uma mensagem.

Para: André

Mensagem: Passo só a desejar-te boa sorte, meu amor. Mostra o que vales, como sempre fazes. Tenho muito orgulho em ti. Beijinhos

Rapidamente, o meu telemóvel vibra anunciando a resposta do moreno.

De: André

Mensagem: Obrigada, amor. Só de saber que estás aqui até vou jogar com mais vontade. Beijos (vemo-nos depois do jogo?)

Respondo-lhe um rápido sim e depois paro a encarar o fantástico ambiente que se começa a formar no estádio. Milhares de adeptos forram o estádio, começando a entoar os cânticos para apoiar os seus clubes. Decido fazer um pequeno vídeo e tirar algumas fotografias com o Santi e os meus pais, para mais tarde recordar.

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