70. Clara

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N.A.: Antes de começarem a ler o capítulo, quero pedir imensas desculpas pela demora em atualizar. Contudo, já vos tinha dito que, com o estágio, o meu tempo livre reduziu bastante e, a acrescentar a isso, o fim de semana passado foi de loucos, por isso não tive tempo de vir até aqui. Seja como for, deixo aqui hoje aquele que é o ú

Oito meses depois – 24 de julho de 2025

Raquel

Apesar de o verão em Inglaterra não ser propriamente quente – pelo menos, não da forma que é em Portugal -, o dia de hoje está bastante quente para o que é normal, por isso eu demoro algum tempo a decidir o que vestir. O jogo de hoje do City é em casa, por isso eu e o Santi vamos assistir com o Afonso, que veio cá passar uns dias. Ou seja, o suposto é eu vestir algo confortável, mas fresco ao mesmo tempo, o que tendo em conta que estou com um barrigão de oito meses de gravidez não me deixa muitas alternativas. Opto por vestir um vestido largo e confortável, que me dá pelos joelhos, de um azul clarinho, e que tem alguns folhos nas mangas. Calço umas sandálias rasas e coloco uma maquilhagem simples e discreta, pegando apenas no casaco de ganga para levar comigo, porque é provável que fique mais fresco, ao cair do dia.

Como tem sido esta gravidez? Bem, uma verdadeira surpresa. É totalmente verdade quando as pessoas dizem que não há duas gravidezes iguais. Talvez por ser tão nova, a gravidez do Santi acabou por ser bastante atribulada e eu tive todos os sintomas e mais alguns que são comuns numa gravidez. Contudo, desta vez, após os enjoos iniciais, tudo tem corrido bastante bem, muito tranquilamente. Agora, devido ao peso da barriga e pelo facto de o termo da gravidez se estar a aproximar, tenho algumas dores na lombar e fico cansada com maior facilidade, mas tirando isso estou ótima. Tem sido maravilhoso viver este processo com o André ao meu lado, partilhar cada momento, cada novidade com ele. Na primeira ecografia, em que ouvimos o batimento do coração, chorámos agarrados um ao outro como dois bebés. Quando sentimos o primeiro pontapé, chorámos. Basicamente, nós tornámo-nos os dois uns grandes bebés chorões e eu sou a única que pode usar as hormonas como desculpa. 

Decidimos que não queríamos saber o sexo do bebé até ao parto, por isso temos feito as nossas apostas, o Santiago incluído. O meu filho está absolutamente radiante com a ideia de ir ter um irmão ou uma irmã mais nova. Por mais que me custe a aceitar, ele está a entrar na adolescência e esta ideia de ter a responsabilidade de tomar conta de um ser mais frágil que vai depender dele é algo que o deixa feliz e que, honestamente, lhe tem feito bem. Resumidamente, acho que estamos os três (assim como as nossas famílias) muito felizes com a ideia de um bebé vir a integrar esta família e mal podemos esperar por o/a conhecer. 

 - Estou pronta. – afirmo, juntando-me ao meu cunhado e ao meu filho, que estão no sofá da sala a jogar playstation.

- Finalmente. – o Santiago resmunga.

- Até parece que eu demorei assim tanto tempo! Além disso, tu estiveste bem ocupado, por isso não resmungues. Deves achar que é fácil mexer-me com esta barriga. – refilo, provocando uma gargalhada ao Afonso – Não te rias, que o meu mau humor de grávida também chega para ti.

- Vá, cunhadinha, não é preciso. Anda, puto. – o Afonso diz.

Eles desligam a playstation e a televisão e depois saímos os três de casa. Dou a chave do meu carro ao Afonso, visto que não me sinto muito confortável a conduzir, e depois entramos no veículo. Como é dia de jogo, mesmo que de pré-época, o trânsito está ligeiramente mais caótico do que o normal e demoramos mais quinze minutos que o previsto a chegar ao estádio. Retiro da mala as três credenciais que o André me deu e mostro-as ao segurança da entrada, que logo nos guia até ao nosso camarote. Envio mensagem à Sophia, que também vem assistir ao jogo com o pequeno Thomas, a dizer-lhe que já chegámos, recebendo em resposta que está presa no trânsito, mas não deve demorar muito mais. A Sophia acaba por chegar quando as equipas regressam aos balneários, após o aquecimento. Sorrio perante o pequeno Thomas, de seis meses, ao colo. Ele é um bebé super querido e super calmo.

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