59. Decisões

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9 de abril de 2022

Raquel

Já passa das dez da noite quando me despeço dos meus pais, da Mariana, do Tiago e da minha pequena afilhada, que vão regressar ao hotel onde estão instalados. Despeço-me também do meu filho, que insistiu em ir com eles, até porque ficou apaixonado pela nova prima bebé.

- Anda cá. – o André chama-me e ambos entramos no seu quarto. Ele senta-se na cama e puxa-me para o seu colo – Gostaste do dia de hoje? Estás feliz?

- Claro que sim. Mais do que feliz, André. – sorrio, abraçando-o – Não me canso de te agradecer por teres feito tudo isto por mim.

- Faço tudo o que eu puder por ti, para te ver com esse sorriso de orelha a orelha. – o André afirma – Eu amo-te. – ele beija-me calmamente.

- E eu amo-te a ti. – retribuo, intensificando um pouco o beijo.

- Bem, ainda tenho de te dar a tua prenda de anos. – o André relembra, sentando-me ao seu lado e levantando-se para ir até ao armário do seu quarto – Tu já sabes que eu não sou grande coisa a dar presentes, mas espero que gostes.

O André entrega-me uma bonita caixa, com um padrão floral, de um tamanho razoável e com uma pequena nota colada na parte superior da caixa – Para te sentires sempre bonita, como mereces. Eu sorrio perante a mensagem, deixando um beijo rápido nos lábios do moreno, antes de prosseguir com a abertura da caixa. A primeira coisa que me salta à vista é um pequeno conjunto de maquilhagem, com uma pequena paleta de sombras e um batom. De seguida, por baixo de uma fina folha de papel, está um vestido lindíssimo que eu adoro. É completamente o meu estilo e o André sabe disso.

- Gosto muito, André! Mesmo! – exclamo, abraçando-o.

- Ainda está aí mais uma coisa. – ele informa, apontando para o fundo da caixa, onde está ainda um saco.

Abro o saco e deparo-me com um conjunto de lingerie branco, rendado, absolutamente lindo. Nem quero imaginar quanto dinheiro é que o André gastou comigo! Mas as prendas são todas incríveis e ele sabe exatamente aquilo que eu gosto e, mais do que isso, aquilo que eu preciso.

- É tudo lindo! – eu exclamo, entusiasmada, abraçando-o novamente – Amo-te tanto, André! Nem acredito na sorte que tenho em ter-te comigo.

- Quem tem sorte sou eu! – ele responde e ambos nos rimos.

O André cola os seus lábios aos meus, primeiro de forma calma e romântica, mas rapidamente o beijo se transforma em algo muito mais intenso e selvagem, com as nossas línguas a tocarem-se em perfeita sincronia. Sento-me novamente no seu colo, desta vez com uma perna de cada lado da cintura do André e os nossos troncos praticamente colados, entrelaçando os meus dedos nos seus curtos fios de cabelo.

- Os teus pais estão no quarto ao lado e o teu irmão na sala. – relembro-o, quebrando o momento.

- Não quero saber. – ele murmura contra o meu pescoço e eu rio-me.

- Nem penses que vai acontecer alguma coisa com eles ali. – respondo, saindo do seu colo para o fazer perceber que estou a falar a sério.

Eu amo o André, eu desejo-o e quero estar com ele, agora, tanto como ele quer estar comigo, mas não vai acontecer nada sabendo que os pais dele estão mesmo no quarto ao lado.

- A tua casa está vazia, não está? – ele pergunta e eu assinto – Então, podíamos ir para lá. Eles ficam bem aqui sem mim, mas eu não fico bem aqui sem ti. Sobretudo, depois de me teres provocado, há segundos atrás. – ele diz e eu rio-me com a sua última frase.

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