51. Almoço de Família

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7 de janeiro de 2022

Raquel

Estou, neste momento, dentro do comboio a caminho do aeroporto para ir buscar o Santiago e os meus pais, que chegam hoje de Portugal. Na segunda, o Santiago recomeça as aulas e os meus pais aproveitaram para vir cá passar uns dias também e conhecer a cidade. Confesso que já tenho saudades do meu filho e já sinto falta da sua animação lá por casa, até porque a Tânia ainda está de férias e eu tenho passado grande parte do meu tempo sozinha em casa. É claro que tenho sempre o André, mas nem sempre os nossos horários são compatíveis e, por isso, não nos temos visto tanto quanto gostaríamos. Contudo, com a chegada dos meus pais e do Santiago hoje, eu decidi que lhes vou contar as novidades e amanhã o André vai juntar-se a nós para almoçar. Sei que o Santiago vai ficar muito feliz e sei também que os meus pais vão apoiar totalmente a nossa decisão de dar uma segunda oportunidade à nossa relação.

Quando chego ao aeroporto, o voo deles ainda não aterrou, por isso aproveito para comprar algo para o meu pequeno-almoço, visto que saí de casa a correr para não me atrasar para o comboio. Segundo os painéis, o voo está ligeiramente atrasado, por isso eu como a minha tosta mista e bebo o meu sumo de laranja na maior das calmas e ainda tenho de esperar um pouco até, finalmente, aparecer nos painéis que o avião já aterrou. Desloco-me então para a zona de desembarque e tento ficar atenta, procurando pelos meus pais e pelo meu filho.

Depois de alguns minutos de espera, finalmente vejo o Santiago a caminhar e logo atrás dele os meus pais. Aproximo-me mais e aceno durante alguns segundos até eles, finalmente, me verem. O Santiago desata a correr até mim, saltando para o meu colo e abraçando-me, apesar de estar bastante crescido e um pouco pesado.

- Olá, olá! Tive muitas saudades tuas, meu amor. – declaro, deixando beijos nos seus caracóis.

- Também tive saudades tuas, mamã. – ele sorri, abraçando-me uma vez mais.

Os meus pais, que obviamente não se puseram a correr pelo aeroporto, juntam-se a nós pouco tempo depois, cumprimentando-me também.

- A viagem correu bem? – questiono, enquanto caminhamos, desta vez, na direção dos táxis para que a viagem para casa seja mais rápida.

- Sim. Saímos do Porto com algum atraso, mas tudo decorreu dentro da normalidade. – o meu pai responde – E como é que estás, filha?

- Estou ótima. – respondo – As férias, mesmo que curtas, ajudaram-me a recarregar baterias para voltar ao trabalho e o meu horário deste mês até está bastante soft, pelo menos, para já.

- Ainda bem que estás feliz. – a minha mãe sorri.

- E como estão todos por lá? – questiono.

- Está tudo bem. A Mariana está gravidíssima, só à espera que a bebé nasça. – a minha mãe sorri.

- Queria imenso poder estar lá quando isso acontecesse, mas já lhe disse que vai ser difícil... - suspiro – Acho que só vou conhecer a minha afilhada por videoconferência. – brinco.

- A tua prima compreende, querida. E a seu tempo poderás conhecê-la. – o meu pai afirma.

Finalmente, encontramos um táxi e eu indico a minha morada ao condutor, que rapidamente inicia o trajeto até à minha residência. O Santiago aproveita para me contar o que fez durante os dias em que permaneceu em Portugal e acaba igualmente para revelar que já tem saudades dos seus novos amigos e da escola.

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