• convivência •

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1 ano depois...

Sinceramente, se tivessem me dito antes como é ruim morar com alguém que tem o gênio parecido com o seu, eu com certeza estaria morando debaixo da ponte, mas não estaria morando com o Katsuki.

Com toda aquela história da Hannah sobre ir morar com o Senhor Manipulador de Calcinhas pra evitar a irmã dela, eu acabei ficando tentada a ir morar junto com meu mozin também. Conversei com a minha mãe, ele conversou com os pais dele, a gente conversou, e o problema - que era o dinheiro, que no caso não tínhamos - foi se resolvendo conforme a gente começava a nossa carreira de Pro-Hero.

Dois meses depois a gente já tinha conseguido arrumar um apartamento relativamente pequeno pra se morar, mas que era confortável e ficava em um ponto muito bom da cidade. E também não era muito longe das agências que escolhemos trabalhar. Ele ficou na Savior, e eu preferi voltar pra a agência do Enjibosta porque eu já estava acostumada, e conhecia o pessoal.

Até aí tudo bem. A gente levou um tempinho pra decorar o apartamento, comprar os móveis e tudo mais - nas primeiras semanas a gente dormiu em um colchão no chão - mas conseguimos aos poucos formar o nosso lar.

Olha que lindo, nem parece que é o demônio que tá narrando.

Acontece amados, que conviver com o Katsuki, era bom só até um certo ponto. Porque assim, a gente tem gênios parecidos, pouca paciência e tudo o que ele fala pra mim eu rebato do mesmo jeito, então já viu né? Fora que eu sou meio desorganizada, e o bonito, é organizado para um caralho.

Eu lembro que às vezes eu tava comendo meu almoço, e ele inventava de lavar a louça. E ficava me apressando pra eu terminar logo pra ele poder lavar também.

Vê se pode uma coisa dessa.

Nos primeiros meses era tudo meio estranho, já que apesar de a gente sempre ficar junto na escola, no dormitório e etc, ainda tínhamos nosso espaço pessoal, tá ligado? Mas morando junto, quase que não tinha isso.

Fora o sofrimento que foi pra gente perder a vergonha um com o outro quando precisava cagar, ou peidar, ou às vezes se aliviar sozinho. Porque sim, mesmo a gente transando, experimentando de tudo um pouco, eu considero masturbação algo íntimo demais pra se fazer com alguém no mesmo cômodo que eu. E Katsuki pensava igualzinho. Mas a gente acabou perdendo essa vergonha, e depois eu falo como.

Lê-se risadinha maliciosa.

Nos finais de semana era uma tortura ficar com ele. E sabe por quê? Porque o infeliz não consegue passar um dia sem acordar cedo. Em pleno sábado, e ele acordava sete horas. Sete horas da manhã! Me diz, que ser humano acorda nesse horário, sábado, um dia depois que a semana acaba e você pode muito bem dormir o quanto você quiser depois de ter sido obrigado a acordar cedo por causa do trabalho?! Que ser humano?!

Bakugo Katsuki.

Só que, ele não pode acordar e fazer as coisas dele quieto, sem fazer barulho. Não. O filho da puta gosta de me atentar. E enquanto tá fazendo o café dele, ele liga o rádio e bota em um volume que não deveria ser permitido tão cedo. Perdi as contas de quantas vezes eu quase caí - fora as que eu caí - da cama por causa do susto.

E a dor de cabeça que vem depois? Nossa, é motivo pra eu xingar ele o dia todo.

Mas eu tenho que ser justa. Morar com Katsuki não tem só pontos negativos. Tem pontos positivos também. E é só por causa deles que eu não desisti dessa convivência e voltei pra casa da minha mãe.

Ele que faz as nossas refeições - algumas vezes eu ajudo, mas isso é raro -, ele que desce o lixo, não mija fora do vaso, não deixa toalha molhada em cima da cama - como citei antes, organizado pra cacete -, quando eu tô precisando de alguma coisa ele tá sempre ali pra me ajudar, não ronca - graças a deus, obrigado pai! -, é super atencioso, quando tô estressada ele vem tentar me distrair, divide todas as atividades da casa comigo então não sobrecarrega ninguém, e sempre que volta das rondas dele - às vezes durante as rondas que ele faz - me traz algum chocolate.

𝐁𝐀𝐊𝐔𝐆𝐎 𝐊𝐀𝐓𝐒𝐔𝐊𝐈, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora