• festival desportivo •

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- Pois saiba senhor Todoroki, que ninguém pode me controlar. - falo firme, encarando os olhos cerúleos, que me encaravam de volta com tanta intensidade quanto. - Nem você, nem Nezu, nem a Liga dos Heróis. E quer saber por quê? Ninguém controla o Diabo. - e sorrio debochada, saindo dali e o deixando sozinho.

Respiro fundo, sentindo minha pele formigar de raiva e o caos se formar em minha mente. Mas que porra...? Como eles descobriram? Só minha família sabe dele. Ou era como deveria ser. Ah, foda-se! Ligo pro Matt depois.

Meu pai sempre foi um assunto desagradável pra mim. Por tudo o que fez. Por ter abandonado minha mãe, meus irmãos...eu. Mas, havia algo sobre ele que não revelei à ninguém. Nem mesmo Katsuki sabe sobre isso. E não era pra ninguém saber.

Quando meu pai foi embora, eu e minha família seguimos em frente, pagando as dívidas que ele criara, e o apagando pouco a pouco de nossas memórias. Mas, teve um dia que ele voltou. Foi apenas um dia, o último que o vi.

Ele estava diferente. Eu não sei explicar exatamente o que eu senti quando olhei nos olhos dele, e vi tudo o que fez, e tudo o que queria fazer. Ele estava mais forte, mais poderoso, e pela primeira vez na minha vida, eu o temi.

Ele não veio pra casa. Ele estava parado perto de onde eu geralmente ia pra pensar. Ser adolescente revoltado as vezes cansa, e um pouco de tranquilidade ia bem de vez em quando.

Mas quando eu cheguei, lá estava ele. Alto, musculoso, a pele morena desenhada por tatuagens e cicatrizes que eu nunca tinha visto antes. Os olhos não tinham mais o brilho covarde que eu sempre via. Ou pelo menos achava ver. Ele me causou medo e espanto. Lembro que o choque foi tanto, que tudo o que eu fiz foi encará-lo, enquanto ele me permitia desvendar cada canto obscuro de sua alma.

Foi assustador.

Eu não sabia se chorava, gritava ou continuava parada. No final, escolhi o último. Minha mente estava um caos. Ele realmente se tornou isso! - pensava.

Quando ele me deu as costas e sumiu das minhas vistas, eu desabei. Mas foi isso que me motivou a entrar na Yuuei. Era um segredo meu e da minha família, e a minha motivação. Eu não o perdoaria. Jamais!

Subo as escadas, entrando na parte demarcada para os alunos do 3A, me deparando com olhos arregalados e mais ovação.

- S/N! S/N! S/N! - gritavam, e eu me senti envergonhada por um momento.

- Ok, ok, já deu. - finjo indiferença, gesticulando com a mão.

- Você é foda demais garota! - Denki me elogiava, bem bicha escandalosa mesmo.

- Tinha que ser minha namorada mesmo. - Katsuki se gaba, vindo pra me dar um beijo. Eu arqueio uma sobrancelha pra ele. - Não fala nada, só deixa eu te beijar. - reviro os olhos, logo os fechando quando sua boca veio de encontro a minha.

- De quem é essa blusa? - Hannah pergunta, e eu parto o beijo para respondê-la.

- Do pai do Shoto. - eles arregalam os olhos. - Ou pelo meno acho que é. - dou de ombros.

- O que o Endeavor queria com você? - Kiri pergunta, desconfiado.

- Apenas me parabenizar. - minto. Eles não precisam saber da grande merda da minha vida. - Qual a próxima luta? - mudo o assunto, desviando a atenção.

O dia passou rápido, e considerando que eu estava imersa em pensamentos, pra mim foi como se tivesse voado. Por incrível que pareça eu fiquei em segundo lugar. Bakuhoe conseguiu a proeza de me derrotar. Aquele safado. Teve a audácia de ficar me provocando, me deixando excitada no meio da luta. Jogou baixo, mas tudo bem, ele que se prepare pro estrago que eu vou causar naquele cuzinho lindo.

Desço do pódio, cansada física e mentalmente. Tudo o que eu quero é dormir. Mas foi quando eu estava indo pro dormitório, que vi que isso demoraria um pouquinho para ser feito. Afinal, eu tinha que ter uma conversa séria com alguém.

𝐁𝐀𝐊𝐔𝐆𝐎 𝐊𝐀𝐓𝐒𝐔𝐊𝐈, 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora