Estou sozinha numa encruzilhada

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Jordan me deixou em casa. Eu via a pequena confusão que estava em seus olhos e o pouco que eu consegui decifrar, dizia ser algo sobre a Tessa. Ele estava abalado, mesmo que por baixo de uma armadura, com as palavras e notícias que o Donald levou até o seu apartamento. Ele estacionou o carro na frente da minha casa, se despediu de mim ao tocar no meu rosto e de um jeito sem graça, eu correspondi o seu toque com um beijo roubado em seus lábios, curto e rápido. Ele não me impediu, sai do seu carro e entrei na minha casa, minhas mãos estavam começando a suar novamente enquanto eu somente conseguia correr até o meu quarto para procurar o meu celular, no caminho ele me prometeu me enviar as imagens do possível cara que seja o meu pai.

Assim que eu peguei o meu celular, eu vi as inúmeras mensagens da Ashley me questionando se eu já estava em casa e me lembrando que ela ficou com a minha carteira. Faltava pouco para escurecer e eu ainda precisava ir para o Spitz. Antes de tudo eu precisava de um banho, corri para o banheiro e retirei as minhas roupas dessa última noite, uma das mais inesperadas noites para mim. Tomei um banho quase gelado, evitei lavar o cabelo, meu corpo finalmente parecia ter ganhado uma energia só de pensar nas mensagens que o Michael pode me encaminhar. Me sequei, vesti uma das minhas lingeries, vesti um jeans justo e surrado claro, uma das minha camisetas brancas e enquanto eu soltava o cabelo eu corri até o meu celular. Finalmente, ele acendeu e notificando as imagens que o Michael acabou de me enviar.

Meu coração parou por um segundo. Enquanto eu olhava para a sequência de três fotos, fotos de uma possível câmera de segurança, mas que focava bem no rosto desse homem desconhecido. Ele estava em movimento próximo ao estabelecimento que mais parecia ser um banco e enquanto a minha mente só lutava para tentar encaixar essa figura na minha vida, parecia impossível. Eu respirei fundo, eu ainda estava sozinha em casa e eu teria só um curto tempo. Sai do meu quarto e corri em direção ao quarto da minha mãe, com o coração na boca eu simplesmente comecei a vasculhar todas as suas coisas. Abri cada gaveta das suas cômodas, até mesmo do seu guarda-roupa e tudo isso para conseguir encontrar uma pista, algo que comprovasse que o rosto que estava no meu celular era... O rosto do meu pai.

Me abaixei por último no criado ao lado da cama da minha mãe, abri rapidamente as três gavetas e enquanto descartava alguns papéis, livros e outras fotos, além dos documentos eu vasculhava cada canto. Um agenda caiu no chão, assim que eu fechei a última gaveta e já iria descartar a agenda de contatos que parecia mais velha que tudo, eu passei os dedos pelas páginas que estava quase caindo aos pedaços e comecei a ler algumas anotações da minha mãe, alguns eram recados embaixo de cada número antigo e nas últimas páginas pareciam mensagens, mas a letra já estava fraca demais. Até eu realmente encontrar algo que pudesse relacionar, eu encontrei a pequena fotografia, não consigo nem imaginar quantos anos a minha mãe aparentava ter, mas ela era tão mais nova e com um sorriso tão largo ao estar abraçado com um homem alto, seu tom de pele igual ao meu ou mais escuro, usava óculos e eu rapidamente tirei meu celular do bolso do meu jeans, desbloqueio e comparei os dois rostos. Era ele.

Só podia ser mesmo o meu pai. As lágrimas tomaram conta dos meus olhos, mas eu respirei fundo ao tentar segurar cada uma delas, foi mais difícil. As lágrimas caíram enquanto eu me levantava e jogava a agenda para dentro da última gaveta novamente, bloqueio a tela do meu celular e encaro somente a pequena fotografia nas minhas mãos. Minha mãe, tão nova e aparentemente tão alegre. Isso partiu o meu coração enquanto eu caminhava para sair do seu quarto, passei a mão pelo meu rosto e tentei me recompor. Fechei a porta do seu quarto, no mesmo segundo ouvi o barulho de passos próximo as escadas e nosso corredor não era tão largo, por isso coloquei em um susto a fotografia dentro do meu bolso de trás.

- Normani... Finalmente em casa! - Minha mãe disse assim que subiu as escadas e me encontrou mais próxima do meu quarto. - E essa carinha de assustada? Já está saindo para ir trabalhar? Olha a hora.

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