Crazy In Love

Fere meu orgulho te dizer como me sinto

A pior parte de acordar e cair na realidade, é que eu não estava preparada. Trevor foi gentil comigo, eu agradeci quando ele me deixou em casa ontem. Ele não perguntou sobre o Michael, apesar de querer, mas garantiu que eu estivesse bem e eu menti. Não respondi as mensagens da Ashley naquela madrugada, esperava que o Trevor tenha mentido sobre qualquer coisa. Eu recusei a chamada da Ashley nessa manhã, por mais que pudesse ser algo relacionado ao seu salão. Eu me levantei, fui ao banheiro, tomei um banho gelado, escovei meus dentes e prendi meu cabelo, vesti só mais uma camiseta larga e short jeans. Eu não queria sair de casa hoje, eu me senti completamente mais fraca.

Desci até a cozinha, Melanie não estava mais em casa. Abri a geladeira e peguei a jarra de suco de morango que sobrou do almoço de ontem. Peguei um copo, um prato e o restinho de torradas que estava no armário, peguei algumas fatias de queijo e me sentei na mesa. Eu senti dor de cabeça, mas nada se comparava ao meu coração. Nada. Eu nunca senti nada como isso antes, eu nunca soube que amar pode machucar dessa maneira. Eu nunca amei antes, eu nunca me senti tão apaixonada assim e ter me tornado extremamente vulnerável me deixa assustada, eu não pensei que as coisas fossem capaz de tomar esses rumos ao esperar por alguém. Dói, como dói você colocar todas as suas expectativas e principalmente o seu amor em uma única pessoa, que te leva ao céu e ao inferno em segundos.

Escutei o barulho na porta de entrada, alguém estava batendo. Larguei minha última torrada, alcancei o pano de prato na cadeira ao lado e limpei minhas mãos, olhei para o relógio na parede da cozinha. Talvez Melanie apareceu no seu horário de almoço e esqueceu as chaves no trabalho, ela sempre faz isso. Me levantei e caminhei para fora da cozinha, passando pela sala de estar antes de ir até o hall de entrada e suspirei antes de destrancar a porta, pronta para dar as costas para a Melanie, mas antes que isso pudesse acontecer eu abri a porta e dei de cara com o Michael. Eu arregalei os olhos e ele colocou a mão no batente da porta, mas eu fui muito mais rápida ao fechar a porta na sua cara no mesmo segundo, ele tentou segurar a mesma e abri-la outra vez, mas eu empurrei ainda mais forte e rapidamente a tranquei novamente.

- Normani! - Jordan gritou do outro lado, ao tentar girar violentamente a maçaneta sem sucesso algum. - Precisamos conversar.

- Não! - Eu gritei de volta ao colocar as mãos fortemente na porta, tentando ainda mais impedi-lo de entrar de maneira nenhuma. - Some daqui! - Gritei ainda mais alto. - Não precisamos conversar porra nenhuma.

- Você só precisa me escutar! - Ele bateu na porta novamente e eu respirei fundo, balanço a cabeça negando, mesmo sabendo que ele não podia me ver.

- Te escutar? - Gritei de volta ainda mais forte, ainda mais ferida. - E desde quando você foi capaz de me escutar? Por que você acha que eu te escutaria agora? Eu não quero saber dos seus arrependimentos e palavras vazias. Vai embora!

- Eu não escolhi isso, Normani. Eu não escolhi aquilo para nós, eu só encarei a realidade. - Jordan disse mais alto, tentando a todo custo girar a maçaneta da porta da minha casa e tentar abrir, eu segurei ainda mais forte o batente da porta. - Eu me arrependo, eu me arrependo de não estar mais aqui quando talvez você só precisasse de apoio, assim que você perdeu a sua mãe.

- Não fale do que aconteceu com a minha mãe, não coloque isso a jogo! - Disse no mesmo segundo ao sentir o meu peito doer, doer ainda mais forte e as lágrimas tomaram conta dos meus olhos. - Se você tivesse se arrependido o bastante, você estaria aqui muito antes de tudo acontecer. Você nem sequer olhou para mim, Michael! Você nem mesmo me ouviu, eu praticamente implorei para você ficar.

- Eu estou implorando agora, por um minuto. Você só precisa me ouvir, eu só quero que você entenda que eu tentei viver longe de você para te proteger. - Ele insistiu, ao bater novamente na porta e mais uma vez eu balancei a cabeça enquanto engolia em seco.