Você está hesitando, mas poderia me dar um pouco mais

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Eu estava me sentindo melhor no dia seguinte, eu não sabia ao certo como encararia essa semana, mas eu estava me sentindo bem. Um pouco assustada ao pensar no que aconteceu naquele rolê furado com a Ashley e Ariana? Sim. Pensando sobre a turma do Jordan? Sempre. Nele? Quase todas as horas. Inclusive, ao fato dele não se importar, ao fato dos nossos desejos não serem os mesmos. Naquela mesma noite, após o dia inteiro na sua turma, quando cheguei em casa eu precisei ligar para a Ashley e conversamos por horas, ela estava nitidamente animada com o aniversário dele que está chegando e o Lakeith a convenceu. Eu estava me esquivando, ainda conversei por horas no mesmo dia com a minha mãe ao comentar sobre a Zazie e esses meus "amigos novos" obviamente a Zazie estava certa, mães reconhecem outras mães.

Minha mãe estava tão tranquila e eu estranhava esse comportamento, nessa manhã tivemos o horário livre e até mesmo fomos ao salão das suas amigas, coisa que não fazíamos a anos. Aproveitei para retirar as extensões do meu cabelo, marquei um novo horário para refazer e cuidar, isso me distraiu mais do que eu imaginava. Quando voltei para o Spitz nessa tarde, o Senhor Larson aceitou até que bem o meu atestado médico e a explicação do meu estado caótico do final de semana, Ariana ficou bem mais preocupada, mas conversamos sobre as mesmas coisas que eu expliquei para a Ashley, sobre o que poderia estar acontecendo, que inclusive eu tive que esconder delas os meus sentimentos confusos e desequilibrados. O que mais parecia certo a se fazer nessas circunstâncias era me afastar, era não esperar pelo o Jordan e mais ninguém da sua turma, mas eu não imaginava que pensar nisso me causaria sentimentos estranhos e vazios, a realidade é que eu não gostaria que isso acontecesse de verdade. Eu me sinto uma idiota, uma verdadeira covarde ao perceber que eu estou permitindo que ele me deixe tão fraca e desarmada assim. A verdade é que sou muito mais vulnerável, na presença do Jordan.

- Oi. - Escutei a Ashley e me surpreendi, ergui o olhar e ela estava bem a minha frente, se sentou na banqueta do bar e colocou as mãos no balcão ao me olhar, seus olhos mostravam preocupação. - Pensou que iria se livrar de mim essa semana?

- Oi. - Respondi sorrindo fraco. - Não, é claro que não. É tecnicamente impossível, fugir de você.

- Tudo bem? - Ela perguntou assim que eu parei com a limpeza do balcão de madeira e eu balancei a cabeça assentindo. - E esses olhinhos tristes?!

- Confusão. - Respondi, tentando ser mais sincera nas minhas palavras, mas a verdade é que eu não queria transparecer mais nada. - E insegurança, só confusão e a mesma insegurança de sempre.

- Eu sei que já falamos sobre tudo no telefone, mas... - Ashley alcançou a minha mão e rapidamente coloquei um sorriso no rosto, não era exatamente um disfarce. - Eu me assustei muito mais, realmente acho que eu não deveria ter bebido tanto quanto aquela noite e que bom que Lakeith estava com você, ele é um cara tão bom. - Ela afirmou e eu balancei a cabeça assentindo, realmente tinha a mesma opinião.

- E eu aposto que ele está te infernando sobre o final de semana, vocês realmente formam a minha dupla de demônios! - Exclamei e a mesma abriu um sorriso sem jeito. - Você sabe que a resposta é não.

- Você gosta dele. - Ela disse, inesperadamente.

- Não gosto não. - Respondi rapidamente.

- Gosta sim. - Ashley murmurou, me observando atentamente e suspirou. - E eu não acho bizarro, afinal ele está cuidando de você e estranhamente isso é até que bom.

- Não, Ashley. - Respondi novamente e a mesma deu de ombros ao cruzar os braços sobre o balcão.

- Ok. - Ela disse tentando se conformar. - E a nossa maior dificuldade é dar um perdido nisso tudo, parece que está proibida de dobrar a esquina. - Ela resmungou e eu a encarei seriamente, ela riu baixinho. - Saudade de quando você tinha a intenção de fazer a vida dele um inferno, pelo menos você não estaria assim e pense no agora... Ele no mínimo está seguindo a vida como um filho da puta qualquer, não podemos deixar de esquecer que ele é um homem.

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