Alex's POV:
Eu já estava acordado a bastante tempo, no momento estou com o meu notebook no colo, eu estava compondo uma melodia, eletrônica lógico. Eu estava vidrado na tela do meu computador tomando um gole do meu café e escutando a melodia da música ecoar em meus ouvidos pelos fones.
Após mais alguns minutos eu sinto algo se mexer ao meu lado na cama, assim que eu me viro dou de cara com um pequeno ser humaninho se remexendo na cama e coçando os olhos enquanto se levantava.
— Bom dia. — Digo para o garoto com um sorriso e ele retribui ainda meio sonolento.
— Bom dia... — Ele olha para os lados procurando Priscilla, que foi tomar café e dar uma volta com as meninas. — Onde está a Priscilla?
— Ela foi tomar café e dar uma volta com as meninas.
— Hum!? O que você está fazendo aí? — Ele me diz enquanto lançava um olhar curioso sobre a tela do notebook em meu colo.
— Ah, eu estou só compondo uma nova melodia para ser entregue lá na gravadora. — Digo me virando para Vitor.
— Entendi, você está compondo desde que horas? — Ele me olha com os olhos quase fechados como uma criança enquanto dava uma golada em seu Cappuccino.
— Eh... Desde às 5:00 da manhã. — Digo lhe lançando um sorriso amarelo, ele automaticamente desfaz o sorriso de seu rosto. Eu sabia que ele não ia ficar contente em saber que eu estava acordado desde cedo compondo.
— Você ficou sem dormir de novo? — Ele me olha preocupado.
— Sim, mas juro que foi pela última vez... — Eu digo lhe fazendo um carinho na bochecha. — Quer ouvir? — Eu digo enquanto estendo o fone de ouvido na direção do garoto.
— Pode ser. — O pequeno se aproxima de mim com um sorriso e eu lhe coloco os fones. Ele se aconchega em meu peito enquanto escutava a melodia nos seus ouvidos.
Ele escutava a melodia e sorria, eu o acompanhava vendo o sorriso de satisfação em seu rosto. Ele para de sorrir por um momento e fica pensativo.
— O que foi, não está bom? — Pergunto olhando o garoto ao meu lado.
— Não, está ótimo... Mas pode ficar ainda melhor.— Ele diz e eu fico sem entender, ele vai até o canto do quarto e pega um violão que nós tínhamos comprado.
— Toca aí! — Ele disse enquanto se sentava na cama, se referindo a melodia no computador.
Eu tiro os fones do notebook e coloco a melodia para tocar desde o começo.
Vitor então começa a fazer um dedilhado suave no violão enquanto a melodia tocava no computador, eu encarava o garoto vidrado enquanto ele tocava, ele ia acompanhando a melodia da música como se ele já soubesse aquilo a anos. Esse garoto não cansa de me surpreender.
Eu encarava o garoto com um sorriso completamente bobo no rosto. Ele tocava de um modo tão sereno que eu ficava impressionado.
Assim que a melodia terminou e ele parou de tocar eu o encarava com um sorriso bobo no rosto.
— E então, você gostou? — Ele me encara esperando uma resposta.
— Nossa... Como você sabe todas essas coisas? — Eu pergunto me referindo a ele tocar violão tão bem.
— Ah, a minha família sempre me rodeou da música, logo que eu fui crescendo acabei me apaixonando e a primeira coisa que eu fiz foi aprender a tocar violão. Toco desde os oito anos. — Ele me dizia enquanto olhava para o nada com um sorrisinho e um brilho no olhar.
— Isso foi impressionante. — Eu digo para o pequeno enquanto ele sorria para mim.
— E você? — Ele me surpreende com uma pergunta.
— Eu o quê? — Pergunto para ele franzindo o cenho.
— Você não tem algum costume de família? Algo que você fazia com os seus pais, ou com a sua irmã.
— Ah, uma coisa que eu fazia muito com a minha irmã quando ela era menor era contar algumas teorias bem loucas que eu inventava na minha cabeça. — Eu digo sorrindo me lembrando daquela época. Bons tempos.
Vejo Vitor se aproximar de mim com um sorrisinho, como uma forma de dizer querer que eu contasse uma dessas histórias para ele.
— Bom, vamos lá... — Eu digo dando uma leve risada de nervoso me preparando para contar uma de minhas histórias malucas. — Espero que você não durma de novo.— Digo enquanto o mais novo dava uma leve risada. — Uma coisa que eu sempre me perguntava era, quais são os valores da vida? Qual é o sentido da vida e o seu real propósito?
Porque, por exemplo, se você descobrisse que tem só um único mês de vida sobrando, eu tenho quase certeza que você não ia viver ela do mesmo jeito, você teria outra perspectiva sobre ela. Você ia começar a entender um pouco mais sobre a questão do afeto e da coletividade... Você ia dar um abraço apertado nos seus pais e nos seus familiares.
A gente começa a entender o sentido verdadeiro da vida.
Uma vez li um texto que diz que, o rio, quando ele vai de encontro com o oceano, ele treme a base de medo porque ele sabe que quando ele encontrar com o oceano ele vai desaparecer para sempre.
E ele sabe como foi difícil chegar até ali, desde a sua nascente ele passou por várias curvas, todo aquele percurso, mas, ele não quer simplesmente desaparecer porque, ele sabe que ele não vai poder voltar, o caminho é só de ida, sempre para frente, por isso que o passado é para trás...
Mas aí ele perde o medo quando ele finalmente vai de encontro com o oceano, porque ele percebe que ele, na verdade, não some, mas, ele se torna o oceano, ele é o oceano.
E, na verdade, eu acredito que todos nós somos rios à caminho do oceano. Para mim, o oceano reflete ao paraíso, a vida pós morte... O que vem depois disso tudo. — Eu termino finalmente de dizer e olho para o pequeno que estava com a cabeça encostada no meu ombro com os olhos marejados.
— Eu não estou chorando, você que está! — Ele diz se levantando e enxugando algumas lágrimas que insistiam em cair.— Você já pensou em virar poeta? — Vitor me pergunta com um sorriso enquanto se sentava na minha frente.
— Ah, nem foi nada tão impressionante assim, isso era só uma coisa que eu pensava quando mais novo. — Digo dando um sorriso para o mesmo.
— Como assim, isso não é nada demais? Isso foi a coisa mais incrível e sábia que eu já ouvi na minha vida — Ele me dizia com um brilho no olhar, parecia uma criança.
Quando eu ia falar mais alguma coisa, nós escutamos o som da maçaneta da porta girando, indicando que Priscilla já havia chegado.
— Oi oi meninos! — Ela diz sorridente quando entra no quarto.
— Oi! — Eu e Vitor respondemos em uníssono.
— Meninos, se arrumem, hoje nós vamos almoçar fora. — Ela dizia batendo palmas.
— Almoçar? Que horas são? — Vitor se questiona enquanto pegava o seu celular em cima da escrivaninha do quarto.
— Meu querido, já vai dar quase uma da tarde aqui. — Ela diz estalando os dedos, indignada na frente do garoto, ele largou o celular na cama e saiu correndo para tomar um banho. Eu não tinha reparado que eu passei tanto tempo assim dentro desse quarto... O tempo voou.
— E aí maninho, estava fazendo o quê? — Priscilla me pergunta se sentando ao meu lado na cama.
— Eu estava criando uma nova melodia no meu notebook, o Vitor estava me ajudando... — Eu digo para ela, a puxando para se deitar ao meu lado na cama. — Eu inclusive falei para ele sobre quando eu e você ficávamos até de madrugada compartilhando os nossos pensamentos e histórias, umas mais malucas que as outras. — Eu digo relembrando tudo o que nós fazíamos.
— É verdade, eu sinto falta disso às vezes, eu acho tão ruim crescer. — Priscilla me diz meio cabisbaixa.
— Não fica assim, por mais que não pareça, crescer é bom, muito bom, na verdade. Não tem coisa melhor do que você crescer e depois, quando lembrar do seu "eu" do passado, ver o quanto você evoluiu mental e espiritualmente. Você se orgulha de lembrar de tudo o que passou e lutou sem desistir e de tudo o que você conquistou durante essa longa caminhada. Por mais que pareça algo ruim, as suas cicatrizes dizem quem você é e por tudo o que você passou. Por isso a gente não deve ter vergonha delas e nunca escondê-las. — Eu termino de dizer assim que vejo Vitor sair do banheiro sorrindo.
— Eu te amo maninho. — Priscilla me diz enquanto me abraçava.
— Eu também te amo, e é por isso que eu vou tomar o meu banho primeiro que você. — Eu digo e já me levanto correndo, me dirigindo até o banheiro e ouvindo alguns resmungos da mais nova do outro lado da porta.
— Ah não, que droga! Você sempre toma banho primeiro que eu.
— Deixa de ser mentirosa, a maioria das vezes deixo você tomar banho primeiro. — Digo sínico rindo da cara da minha irmã já entrando no banho.Vitor's POV:
Enquanto Alex e Priscilla discutem sobre algo que eu não faço ideia do que é, eu escolho uma roupa para ir almoçar... Eu não faço ideia se o restaurante é muito chique ou não, então no final eu só coloco uma calça jeans preta com uma camiseta cinza, uma jaqueta marrom e tênis branco e para finalizar uma bandana branca na cabeça.
Mais alguns minutos depois, todos nós já estamos prontos e arrumados para sair para almoçar, estão todos até que bem bonitos.
Depois de umas boas horas caminhando e conversando pelas ruas sempre movimentadas da cidade nós chegamos a uma hamburgueria enorme.
Aquele lugar era demais, tinha um ar meio rústico, mas moderno ao mesmo tempo, e a iluminação era bem suave, o que dava um ar relaxante para o local.
Pegamos uma mesa bem no meio do restaurante e fizemos os nossos pedidos.
Enquanto todos na mesa estavam conversando eu não parava de pensar nas palavras do Alex hoje de manhã, elas ficaram rondando a minha cabeça o dia todo. Eu não imaginava que ele podia saber tantas coisas bonitas daquele jeito.
O almoço foi bem divertido, nós comemos, rimos e conversamos bastante, nós decidimos dar uma volta pelas ruas até anoitecer e nós voltamos todos para o hotel.Eu pego o meu celular na escrivaninha ao lado da cama para ver o horário e vejo que já eram 4:57 da manhã. Eu estava sem sono nenhum, a minha cabeça estava com um milhão de pensamentos, eu me remexia de um lado a outro da cama e o sono não vinha.
Eu decidi então me levantar e ir até à varanda do quarto, se eu me mexer mais na cama eu posso acabar acordando o Alex que estava dormindo bem calmo. Eu me levanto e pego um caderno preto que eu trouxe comigo, me sento na varanda e enquanto eu observava as estrelas eu comecei a escrever a letra de uma música.
As palavras saiam no papel com tanta facilidade que fiquei até surpreso, eu escrevia a letra da música baseado em tudo o que escutei hoje, nas palavras do Alex que ainda estavam guardadas muito bem na minha mente.
Eu termino de escrever e já eram quase 5:30 da manhã, eu guardo o meu caderno na bolsa e me deito na cama. Por incrível que pareça, escrever me deixou com a cabeça mais leve e eu consegui pegar no sono mais rápido.Continua...
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The Perfect Pace - 2° Temporada
Lãng mạnUm ano já se passou e os nossos jovens estão de volta! Após vencerem o concurso da faculdade onde estudam Vitor, Alex, Priscilla, Beatriz, Ingrid e Bruna vão se aventurar sozinhos pelo mundo afora na chance de se tornarem famosos. Eles vão fazer nov...