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Vitor's POV:

Eu não digo que eu dormi, isso é uma palavra muito forte para o momento. Prefiro dizer que fiquei me revirando na cama a noite inteira pensando nas mensagens, relendo as mensagens... Eu só queria entender o que o meu pai quis dizer com "pegar o meu dinheiro". E o mais importante de tudo, quem era a pessoa com quem o meu pai estava trocando aquelas mensagens?
Esses pensamentos infelizes rondavam a minha cabeça e eu não conseguia dormir de jeito nenhum... Por um lado eu estava feliz de saber que a minha mãe pode finalmente seguir a vida dela sem o encostado do meu pai, do lado dela.
Mas, por outro lado, eu estava preocupado com a reação do meu pai quanto a isso.

Letícia's POV:

— Quando você pretendia me contar?
— Te contar o quê?
— Isso. — Eu digo lhe mostrando o celular com as conversas que eu achei.
— O que é isso? — Ele diz tomando o celular da minha mão.
— Não se faça de desentendido Arthur, você sabe muito bem o que é isso. E eu não quero nem saber quem é essa pessoa com quem você está trocando mensagens, eu só quero que você vá embora dessa casa agora. — Eu digo com raiva para o homem.
— Você enlouqueceu por acaso?
— Eu que te pergunto Arthur, porque você quer tanto prejudicar a vida do meu filho?
— Para começar, ele também é meu filho, Letícia.
— Ah Arthur, fala sério. Eu vejo muito bem o jeito que você trata o Vitor, e um pai de verdade nunca levantaria a mão para um filho... Muito diferente de você.
— Isso que você está falando é bobagem.
— Eu estou falando sério Arthur, eu quero você fora desta casa, agora! — Eu digo enfurecida abrindo o guarda-roupa e pegando as roupas dele.
— Você vai se arrepender de fazer isso. — Ele diz enfurecido enquanto eu descia as escadas da casa.
— Vou? Eu já fiz isso uma vez, posso muito bem fazer de novo. — Digo enquanto abro a porta de casa jogando a mochila de Arthur para o lado de fora.
— Você está ficando louca Letícia.
— Acabou Arthur, acabou!

Bruna's POV:

Hoje eu estava com muita dificuldade de pegar no sono, eu consegui dormir apenas por algumas horas e depois acordei novamente e estou até agora sem dormir.
Resolvi mexer um pouco no celular para ver se o sono vinha, mas nada. Eu estou agora apenas de barriga para cima encarando o teto, até que escuto batidas vindas da minha porta. Levanto-me para ver quem era:
— Oi Vitor! Aconteceu alguma coisa?
— Oi amiga, desculpa te atrapalhar, a gente pode conversar?
— Claro, entra aí. Está sem sono também? — Pergunto para o garoto enquanto lhe dou passagem pela porta.
— Sim, é exatamente por isso que quero conversar com você. Aconteceu uma coisa e agora eu estou preocupado.
— Pode falar amigo, fica á vontade. — Digo enquanto nos sentamos na cama.
— Amiga, os meus pais estão querendo se separar. — Ele diz de uma vez.
— Olha amigo, eu vou te contar tudo com base nas minhas experiências, ok? A separação pode acabar sendo um baque no começo... De ambos os lados, mas, depois a gente meio que acaba se acostumando. E às vezes a gente nem perde completamente o contato que a gente tinha com os nossos pais depois disso. Eu mesmo, mesmo os meus pais sendo separados eu ainda tenho contato com os dois normalmente. Nesse caso é mais com a minha mãe... — Eu digo enquanto abraçava o garoto. — E na maioria das vezes toda essa questão de processos é uma coisa bem rápida, nada muito complicado. — Eu continuo a dizer.
— Mas se tratando do meu pai duvído muito que esse processo seja pacífico. Você não sabe o que ele fez... Além de estar traindo a minha mãe ele ainda por cima estava me ameaçando e ameaçando vocês, que não tem nada a ver com a história.
— Agora tem, nós somos seus amigos, estamos do seu lado para qualquer coisa que você precisar. Posso ver a conversa? Se não for incomodar é lógico.
— Pode, toma aqui. — Ele diz me entregando o celular com as mensagens e eu começo a lê-las.
— Amigo, meu Deus, esse caso é mais sério do que eu pensei... Se isso que ele está dizendo nas mensagens for verdade eu acredito que no mínimo ele vai pegar alguns anos de cadeia. A sua mãe tem que arrumar um bom advogado ou advogada para isso. — Eu digo entregando o celular de volta para o garoto.
— Eu ainda vou conversar com ela sobre isso, obrigado amiga, de verdade. — Ele diz isso e eu o abraço novamente.
— Vai ficar tudo bem.

The Perfect Pace - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora