•°•°•°47°•°•°•

1 0 0
                                    

No Capítulo Anterior:
- Bom, após analisarmos os depoimentos que foram apresentados está noite, nós decidimos que...

Vitor's POV:

- Bom, após analisarmos os depoimentos que foram apresentados está noite, nós chegamos a decidir que o réu, Arthur Palmeira, será preso... - Assim que eu escuto essas palavras saindo da boca do juiz eu sinto a minha cabeça girar e uma forte náusea atinge o meu estômago fazendo ele se remexer violentamente, o juiz volta a falar:
- O réu pegará uma pena de um ano e três meses, pena essa que deve ser cumprida em regime fechado, em solo nacional. O réu será conduzido ainda hoje para o presídio nacional Nacional de Cleveland. Além disso, ele terá uma medida protetiva aprovada contra a dona Letícia Santos e o seu filho Vitor Santos, o que implica que o réu deverá manter uma distância mínima de dois metros entre ambas as vítimas e, em casos mais extremos, o réu está impedido de transitar pelas mesmas ruas que suas vítimas a uma distância de dois metros. Caso essas ordens forem descumpridas minimamente pelo réu, ambas as vítimas terão total direito de ligar para as autoridades e denunciar o agressor, este que pode pegar a pena mínima de três anos de prisão por agressão, novamente.
Esta foi a nossa decisão tomada, e não haverá alterações, boa noite. - E o juiz bate o martelo. Então é isso? Acabou? Nós estamos livres do meu pai? Eu... "venci"? É muita coisa para processar ainda, Alex chega por trás de mim e deposita suas duas mãos por sobre os meus ombros. Eu me viro e lhe encaro sem expressão:
- Você não está feliz? A gente venceu meu pequeno, você está livre! - Alex diz com um sorriso largo para mim e eu não posso deixar de sorrir para o maior também. Subitamente uma onda fria passa pelo meu corpo e eu fico estático, por mais que tudo isso esteja acontecendo algo ainda me diz que isso não acabou. Eu me viro novamente e vejo o meu pai sendo algemado por dois policiais e os mesmos o tiram da sala mas, antes que ele saia o meu pai me dá um último olhar de ódio.
Eu abraço Alex de um jeito firme, para confirmar que tudo aquilo é real e o mesmo me abraça de volta na mesma intensidade.
- Obrigado. - Eu digo em um sussurro contra o seu peito.
- De nada... - Ele responde da mesma forma com seu nariz em meu cabelo. - Vamos? Nossas mães estão esperando a gente lá fora. - Alex diz estendendo a sua mão para mim que eu não demoro em pegar e entrelaçar os nossos dedos e caminhar para fora daquele tribunal.
Assim que eu avisto a minha mãe eu desvencilho os meus dedos da mão de Alex e vou correndo até ela para abraçá-la. Nós ficamos em total silêncio durante o abraço apenas sentindo nossa presença ali e matando a saudade aos poucos.
- Que saudade que eu estava de você meu filho. - Minha mãe diz com visível emoção em sua voz.
- Eu também estava com muita saudade da senhora. - Eu digo me desvencilhando do abraço e minha mãe faz um leve carinho em minha bochecha.
- Muito obrigado... Por tudo. - Eu digo me virando para a mãe de Alex que me devolve um sorriso gentil.
- Não foi nada. Vocês também estão ajudando muito a gente. - Ela diz gentilmente. Eu vou em direção à Alex que me abraça novamente e depois nós nos encaramos por alguns segundos até Alex desviar o seu olhar para algum ponto atrás da minha orelha. Eu me viro para quem estaria atrás de mim e eu vejo aquele homem nos encarando.
- Você acredita que venceu esse jogo? - Meu pai diz em um sussurro assim que eu chego perto dele.
- Isso não é nenhum jogo, e mesmo se fosse, sim, eu venci. - Digo lhe lançando um sorriso debochado.
- Você está com muita coragem né garoto, até se atreveu a trazer o seu namorado para me enfrentar. Impressionante! - A única coisa que eu pude fazer foi rir na cara dele.
- Você realmente não sabe nada da minha vida né? Eu não preciso de ninguém do meu lado para te enfrentar, e a partir de hoje, isso acabou. Você não vai mais poder chegar perto de mim.
- Você pensa que você se livrou de mim? Eu não sou o único que vai tentar te matar moleque, o mundo não gira em torno de nós dois. Acho melhor você abrir seu olho e prestar mais atenção ao seu redor.
- Eu estou de olho em tudo o que acontece na minha vida, principalmente em você. Então não tente fazer mais nada comigo, você não sabe do que eu sou capaz de fazer. - Digo em um tom ameaçador.
- Você não teria coragem de encostar um dedo em mim garoto. Você é fraco!
- Você quer testar? Por mais que eu odeie isso, é fato que eu tenho o mesmo sangue que você, eu ainda sou o seu filho, eu puxei o seu sangue ruim. Então não duvide de mim porque, a mesma coragem que você tinha para bater em mim e na minha mãe, eu tenho em dobro para te matar se eu quiser. Toma cuidado.
- Vou tomar. Nos vemos por aí filhinho. - Ele diz em puro tom de deboche e sai andando. Todas as palavras que ele me disse começam a rodar na minha mente, eu sinto de novo aquela mesma náusea. Ruim. Pior. Muito pior. Forte. Muito forte.
Corro para o banheiro.
Assim que eu chego ao sanitário eu caio em meus joelhos e o líquido azedo começa a ser derramado da minha garganta, acompanhado de uma dor de cabeça horrível. O gosto ruim na minha boca deixa tudo ainda pior, eu fecho o vaso sanitário e me apoio na parede encarando a luz amarelada do banheiro. Minha cabeça está girando e com uma dor insuportável, eu tomo um susto ao ouvir leves batidas na porta acompanhada de uma doce voz:
- Vitor? Está tudo bem? - É o Alex.
- Sim... Eu só... Fiquei com uma tontura e vim lavar o meu rosto. - Eu digo me apoiando em minhas mãos e me colocando em pé novamente sentindo tudo girar ao meu redor. Eu me apoio na pia e jogo uma água gelada em meu rosto e destranco a porta do banheiro.
- Está tudo bem mesmo? - Alex me pergunta assim que me vê saindo do banheiro.
- Sim, tudo bem, só... Vamos embora. - Eu digo já seguindo o caminho para a porta do tribunal e vou até a minha mãe com a cabeça baixa pela dor. Ela pega em minha mão e então finalmente saímos daquele lugar.

Alex's POV:

Assim que eu saio do tribunal ao lado da minha mãe e a grande porta de madeira se abre eu não posso acreditar no que eu estou vendo na minha frente.
- O que vocês estão fazendo aqui?! - Eu pergunto incrédulo enquanto passo o meu olhar de Priscilla para todas as meninas e o pessoal. Priscilla logo retruca: - O que você! Está fazendo aqui?! - Ela me pergunta apontando o dedo no meu peito visivelmente, irritada. - Qual é o problema de vocês? Fugir assim, sem mais nem menos, sem falar com a gente.
- Geralmente é assim que funciona, quando você foge você não fala para ninguém. - Digo em puro deboche.
- Fugir? - Escuto a minha mãe falar pela primeira vez após tanto tempo calada.
- Depois eu explico tudo mãe. - Eu digo olhando para a mesma que me lançava um olhar confuso.
- Vocês são muito irresponsáveis mesmo, isso porque eu sou a mais nova da família. Pelo amor de Deus! - Ela diz levantando as mãos para cima em visível drama.
- Parou com o drama? - Digo estreitando os meus olhos para a garota que faz o mesmo. Quando ela ia falar mais alguma coisa Vitor entra no meio da conversa.
- Gente, vamos resolver isso em casa, por favor? Eu não estou me sentindo muito bem. - Ele diz cansadamente e todos nós assentimos e vamos em direção aos carros.
- Dona Letícia, será que a senhora poderia por favor ir buscar as nossas malas que ficaram no hotel, por favor? O endereço é esse aqui. - Digo mostrando o endereço do hotel no meu celular para a mulher.
- Claro querido, eu vou lá pegá-las. Pode ir descansar. - Letícia diz simpaticamente e vai até o carro.
Depois de um cansativo caminho até a minha casa com a minha irmã ainda falando no meu ouvido o quanto eu sou irresponsável, nós finalmente chegamos. Vitor respirava pesadamente com a cabeça no meu colo, eu saio do carro e pego o pequeno em meus braços e o carrego até em casa, o levo até o quarto e lhe pouso delicadamente na cama. Eu desço para cozinha e pego um copo d'água e um comprimido para dor de cabeça e levo até o garoto.
- Pequeno? Hey, Vitor, acorda... - Eu chamo o garoto baixinho e vejo ele despertar lentamente e se sentar na cama. - Tome este remédio para dor de cabeça, vai te ajudar. Depois pode voltar a dormir. - Eu digo entregando o copo e o comprimido nas suas mãos e o garoto os bebe e depois se deita na cama novamente. Eu coloco o copo em cima da escrivaninha e me deito com o garoto lhe abraçando.
Logo eu adormeço junto dele.

Continua...

The Perfect Pace - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora