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Vitor's POV:

Eu acordo com o sol batendo diretamente no meu rosto, eu abro os meus olhos com muita dificuldade e vejo a cortina aberta... Esqueci de fechá-la.
Eu me levanto da cama com dificuldade e fecho as cortinas, pego o meu celular que por algum motivo estava no chão e vejo o horário, ainda estava bem cedo.
Eu entro no banheiro e tomo um banho frio para despertar, esse é um hábito que venho criando ultimamente.
Eu termino o meu banho e visto uma roupa qualquer para ir até à faculdade e já separei uma roupa para a reunião que vai ser logo depois do horário da faculdade e eu vou direto.
Assim que eu já estava devidamente vestido eu desço à cozinha, pego uma maçã e saio de casa, a minha mãe já saiu para o trabalho.
Coloco uma música para tocar em meus fones e vou caminhando até a faculdade.
🎧Happier — Marshmello & Bastille🎧

Assim que eu chego nos portões da faculdade não encontro nenhum dos meus amigos, mas também, eu cheguei cedo demais hoje, tanto que a faculdade nem está tão cheia assim.
Eu caminho em passos lentos sem olhar a minha frente e meus pés me levam até o estúdio, igualmente vazio.
Eu entro no mesmo e me sento em um pufe e pego um violão começando a dedilhar a música "All Of Me" do John Legend.
— Você canta bem. — Uma voz feminina me tira do meu transe e eu olho em direção á porta do estúdio e vejo a professora nova, Danielle, sorrindo para mim.
— O-obrigado. — Digo um pouco sem jeito.
— Você sonha em seguir carreira como cantor... Acertei?
— Em cheio! — Digo sorrindo gentilmente.
— Continua assim, você vai longe... Assim como os seus amigos.
— Você já viu a gente cantar?
— Sim... Eu andei observando vocês quando vieram nesse estúdio.
— Ah... Entendi.
— Bom, eu vou indo. Tenho que preparar as coisas para a aula de hoje. Não se atrasa hein!
— Pode deixar. Vou chegar no horário. — Digo sorrindo gentilmente para a professora e ela me retribui o sorriso e sai.
Eu me viro e começo a observar os instrumentos que estavam expostos na parede do estúdio, até um Ukulele tinha ali... Nunca reparei.
Pego o pequeno instrumento e começo a dedilhar um ritmo animado em pé mesmo. Checo o meu celular para ver o horário e ainda faltavam vinte minutos para a primeira aula, eu realmente cheguei muito cedo na faculdade hoje.
Quando eu ia me virar para sair do estúdio eu sinto braços fortes rodearem a minha cintura e um beijo quente e molhado ser depositado na base da minha nuca me fazendo arrepiar.
— Bom dia, você está aqui desde quando? — Alex diz contra o meu pescoço.
— Desde às sete da manhã.
— Por que tão cedo?
— Ah, eu acordei nesse horário e não quis ficar sozinho na minha casa então eu vim direto para cá.
— Você sabe que podia ter ido até a minha casa e me esperado, não precisava ir sozinho.
— Não queria acordar vocês, eu saí de casa ainda um pouco antes das seis da manhã então...
— Hm... Você está bem?
— Estou sim, por quê?
— Por nada, só para saber... Vamos para a aula? Já vai começar. — Alex diz checando o seu relógio de pulso.
— Vamos. — Eu digo e logo eu e Alex já estamos nos dirigindo até a sala antes que a aula comece.

Bom, nas duas primeiras aulas não aconteceu nada de mais, apenas mais aulas teóricas e massantes.
Nosso grupo todo está sentado na mesa do refeitório conversando animadamente sobre o encontro que nós teríamos mais tarde.
— Bom, pelo que eu fiquei sabendo a reunião vai ser em um restaurante no "shopping" de Cleveland. — Ingrid diz mexendo no seu celular.
— Tem algum horário específico para a gente chegar lá? — Alex pergunta.
— Bom, ao que parece as reservas estão marcadas para às oito da noite. Mas a gente tem que chegar pelo menos uns quarenta minutos antes apenas para garantir.
— Ok, mas, a gente vai assim? Digo... Com as roupas direto da faculdade? Sem nem tomar um banho antes? — Bruna pergunta incrédula.
— A gente pode tomar banho nos vestiários do ginásio. — Leandro sugere.
— Que ginásio? Tem ginásio aqui? — Priscilla pergunta curiosa.
— Mas é claro. Isso daqui é uma faculdade, tem outros campos além da música. — Leandro diz como se fosse muito óbvio.
— Vocês nunca foram para os outros campos da faculdade? — Rodrigo pergunta sendo a sua vez de ficar indignado.
— Claro que não. Por que a gente iria? — Ingrid diz dando de ombros.
— Vocês são estranhos. — Leandro diz em claro tom de deboche e nós apenas rimos do jeito do garoto. O resto do nosso almoço se seguiu normalmente e logo nós já estamos a caminho da sala de aula novamente.

Alex's POV:

Agora nós estamos em uma das últimas aulas e a tarefa desta aula é tentar criar uma melodia qualquer no programa de edição, porém, em apenas dez minutos. Não sei qual o objetivo disso, mas eu estou fazendo.
Eu até mesmo decidi cronometrar o meu tempo para ver o que eu realmente sou capaz de fazer em dez minutos.
Eu estou me saindo bem até, considerando que já se passaram seis minutos desde que eu comecei e já tenho metade de uma melodia, nada mal.
— Oi... Alex, né? Posso escutar o que você está compondo? — A professora Danielle diz se aproximando de mim com um sorriso.
— Oi, pode sim. — Digo gentilmente dando espaço para a professora chegar mais perto.
Ela se aproxima mais da mesa e se inclina para frente para ver o notebook.
Eu confesso que isso está me incomodando de certo modo, eu posso estar errado, mas ela parecia estar invadindo o meu espaço pessoal. Eu espero estar errado.
— Muito bem. Você até que conseguiu fazer um bom trabalho considerando que só tinha dez minutos. — Ela diz se posicionando novamente no mesmo lugar, mas sem antes eu notar que ela deslizou a sua mão pelo meu braço lentamente. — Meus parabéns. — Ela diz com o rosto muito próximo ao meu e depois sai.
O que foi isso? Porque essa aproximação toda?
Desvio esses pensamentos da minha mente e volto a prestar atenção na aula.

Clara's POV:

Eu chego no restaurante um pouco antes das duas da tarde e converso com a moça da recepção, ela me informa sobre o número da mesa e começo a caminhar enquanto observo o interior do restaurante, ele não é muito chique, mas, também não é tão simples.
Eu finalmente chego na mesa informada, 17, e vejo Renato brincando com os seus dedos em cima da mesa enquanto me espera.
— Oi. — Digo me aproximando.
— O-oi. — Ele diz se levantando um pouco sem jeito e puxa a cadeira para eu poder sentar.
Eu me sento e logo nós começamos a conversar.
— O que você quer tanto conversar comigo? — Falo direta.
— E-eu voltei para Cleveland porque eu já não aguentava mais ficar longe dos meus filhos e longe de você. — Ele diz sem olhar nos meus olhos.
— Pensasse isso antes de ter feito tudo o que você fez anos atrás.
— Eu sei que eu errei, com você e principalmente com os nossos filhos e não tem um dia que eu não me arrependa disso. Mas, eu quero tentar de novo... Eu só quero tentar esquecer as coisas que eu fiz no meu passado e seguir com a minha família... Que são vocês. — Renato diz tudo isso com amargura e tristeza na voz.
— Mas isso não se trata apenas de você Renato, não foi só a mim que você prejudicou, foi ao Alex também e consequentemente a Priscilla... Por mais que naquela época ela ainda era uma criança ela sofreu com a sua ausência. Cada um de nós naquela casa sofremos por alguma coisa que você fez... Você errou muito no passado.
— Eu sei... Eu estou disposto a me redimir, isso se vocês me derem essa chance. Se vocês me falarem que me aceitam de volta em casa eu vou fazer o possível para recompensar tudo de ruim que eu proporcionei a vocês. Eu prometo que eu vou ser um marido melhor e principalmente, um pai melhor para os meus filhos.
— Renato, tudo na vida é uma questão de processos e adaptações... Caso você volte para casa você sabe que não vai ser nem um pouco fácil para as crianças lidarem com isso... Principalmente o Alex.
— Eu sei, e eu estou disposto a enfrentar qualquer coisa para ter a minha família de volta, como era antes.
— Fico feliz de ouvir isso, eu espero que você realmente tenha mudado.
— Mudei... Eu prometo... Eu posso voltar para casa?

Continua...

The Perfect Pace - 2° TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora