The Perfect Pace - 2° Temporada

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Letícia's POV:

— Oi Maurício, boa noite. — Digo assim que chego no restaurante onde marcamos de nos encontrar. Assim que ele nota a minha presença ele se levanta da sua cadeira e puxa outra para eu me sentar.
— Boa noite Letícia, como você está? — O homem me pergunta enquanto servia um pouco de vinho em duas taças.
— Eu estou bem, graças á Deus, o meu filho também está bem.
— Que bom, eu fico feliz. A minha filha também está bem, ela está passando alguns dias lá no meu apartamento, ela está fazendo isso porque ela está participando de um projeto muito importante na faculdade dela e, o meu apartamento é bem próximo da faculdade então... — Maurício diz enquanto rodeia a borda da taça com o dedo médio.
— Entendo. Bom, eu ainda não entendi o motivo desse jantar, é algum motivo especial? O convite foi tão de repente.
— Eu sei, me desculpa por isso, mas, é que já á algum tempo eu estou querendo falar sobre isso com você então... Eu acho que não dá mais para ficar empurrando esse assunto para frente. — Maurício diz enquanto batuca os seus dedos da mão esquerda freneticamente na mesa.
— Mas é um assunto tão sério assim? — Eu pergunto e observo a expressão do homem que me parecia indecifrável, ele estava nervoso.
— Olha Letícia, eu sei que isso pode parecer loucura... O que realmente é, mas, eu não consigo mais guardar isso só para mim. Eu sei que a gente se conhece á muito pouco tempo... Quer dizer, não estou dizendo que conhecer você á quase cinco meses foi pouco, não foi, de verdade. Na verdade, eu acho que esse foi o tempo suficiente para eu conseguir entender o que eu realmente estou sentindo neste momento, eu gosto muito da sua amizade, muito mesmo, eu me sinto á vontade quando eu estou com você e feliz... Coisa que eu já não sentia á muito tempo e, se você quiser, caso você aceitar, eu queria saber se você aceita passar para um próximo "nível" da nossa relação... — Maurício termina de dizer todas essas palavras e então toma um pouco de vinho e me encara esperando uma resposta minha.
Eu fico parada por longos minutos processando tudo o que ele acabou de me falar e então eu solto a seguinte frase:
— Você está querendo me dizer que quer namorar comigo Maurício? — Eu solto essa frase com um tom brincalhão enquanto ergo uma das minhas sobrancelhas.
— Erh... Não é exatamente namorar sabe... Assim, se você quiser a gente pode sair e...
— Eu aceito. — Digo o interrompendo.
— Sério?
— Sim. — Digo sorrindo para o homem e ele retribui com um sorriso de lado.

Alex's POV:

Acho que passar o dia fora de casa me ajudou a botar a minha cabeça no lugar e pensar o que eu vou fazer agora que o meu "pai" voltou á morar na casa da minha mãe. Ele pode ter esquecido o que ele me fez, mas eu não esqueci, eu lembro disso até hoje e lembro muito bem também quais foram os motivos pelos quais ele tomou aquelas atitudes comigo no passado. Eu não posso arriscar deixar que isso aconteça de novo, até porque isso não se trata só de mim agora, isso também envolve o Vitor e a sua segurança, de certa forma.
Eu sei muito bem o que fazer e, eu sei que isso vai ser difícil, me afastar de todos dessa forma, ainda mais em um momento como esse, mas, isso é para o meu bem, se eu ficar longe existem grandes chances de nada de muito grave acontecer.

Eu chego em casa tarde da noite, já passavam das uma da manhã. Eu percebo que já está todo mundo dormindo então aproveito essa oportunidade, eu entro de fininho em casa e caminho até o meu quarto.
Assim que eu chego lá, fecho a porta e subo em cima da minha poltrona para pegar uma mochila grande que eu tinha guardada em cima do meu armário, sem pensar muito eu abro o meu guarda-roupa e começo á esvaziar as minhas gavetas e botar o máximo de roupas que eu consigo na mochila, eu remexo o meu guarda-roupas inteiro até pegar o máximo de roupas que eu consigo. Quando eu puxo uma blusa de moletom que estava guardada na parte de cima do guarda-roupa eu acabo puxando junto uma caixa que estava guardada no fundo da prateleira, ela caiu no chão fazendo um barulho um pouco mais alto do que eu imaginei que seria. "Merda", penso enquanto me abaixo para pegar a caixa, espero que isso não tenha acordado ninguém. Assim que eu pego a caixa eu resolvo abri-la por curiosidade, eu nem me lembrava mais do que havia dentro desta caixa.
Eu me sento na cama e abro a tampa da caixa quadrada vendo quatro cadernos pequenos empilhados na caixa, eu abro um deles e logo na primeira página já está escrito: "Pertence á Alex Petrillo". É um dos meus diários antigos, de 2012, para ser mais exato. Eu não tenho tempo para ler isso agora, eu fecho a caixa e deixo ela em cima da minha mesa de estudos, fecho a minha mochila e saio de casa apenas com o meu telefone e a carteira.
Eu já sei exatamente onde eu vou ficar, a minha sorte é que eu fui morar em uma casa que fica á apenas dois quarteirões de distância de um hotel onde a diária não é muito cara, é para lá que eu vou.