06. "eu vou ter que matar você"

5K 653 251
                                    

Camila Cabello's point of view

O passado daquela mulher ficou incontáveis vezes mais interessante de ser explorado agora. Como conseguiu pensar tudo isso em questão de minutos?! E o mais importante; quem diabos ela era antes de tudo isso para ter um raciocínio tão fluído?!

- Ela ficou três vezes mais gata agora. – Halsey comentou, boquiaberta como eu, recendo uma piscadela descontraída da mulher.

- Meu Deus, sim! – Reforçou Dinah.

- Calem a boca vocês duas. – Disse entre os dentes, me levantando após conseguir desgrudar os olhos de L.K. – Senhora, você terá que me acompanhar até a delegacia para responder umas perguntas.

- O quê?! – Ela se levantou em um pulo. – Vocês não podem me acusar sem provas concretas! Essa mulher nem é uma policial! – Apontou para L.K, que apenas suspirou fundo, como se já estivesse esperando por essa reação. – E inclusive, você não é a mulher que encontraram ao lado do corpo?!

- Por que a senhora está se exaltando? – Questionei em um tom calmo. – Se não tem nada a ver com este caso, provavelmente não irá ligar de responder à alguma simples perguntas.

Mariah trincou a mandíbula, e imaginando que não teria mais alternativas, se deu por rendida, mesmo que banhada em indignação. Minhas companheiras a escoltou em direção a saída entre seus murmúrios, e eu atrasei meus passos para poder alcançar L.K.

- Como você raciocinou isso tão rápido? – Perguntei um tanto que fascinada, tomando o caminho ao seu lado.

- Então não são só meus olhos que estão te cativando, delegada? – Questionou em meio a um sorriso, fazendo-me engolir em seco por reflexo. Mas o que era isso?!

- Do que você está falando?! – Por algum motivo, minhas palavras causaram a gargalhada dela, e eu pude perceber a calmaria que aquele som passava.

Nota mental; a risada da mulher do lago era muito gostosa.

- Eles apagaram a minha memória, a visão ainda continua intacta. – Comentou, desviando o olhar por alguns segundos. – Mas bem, respondendo à sua pergunta; não foi difícil. Já que vocês estavam focadas no interrogatório, eu gastei meu tempo observando o lugar, mesmo que a minha mente não conseguisse ignorar a conversa. Algumas coisas me chamaram a atenção e bingo!

- Quem você era antes disso tudo... – Perguntei mais para mim do que para ela, admirada por sua capacidade e inteligência. O que mais ela escondia através daquelas esmeraldas?

- Talvez eu fosse uma detetive. – Respondeu com um sorriso descontraído moldado nos lábios, encostando seu ombro no meu para dar um leve empurrãozinho. – Eu não sei... talvez eu só repare demais mesmo.

Acabei assentindo, desviando minha atenção dela por alguns segundos para ajudar minhas companheiras a acomodar Sra. Carey no banco traseiro, onde dividiria espaço com L.K e Dinah.
Tudo estava indo melhor do que eu esperava, até que um homem, aparentemente na casa dos vinte surgiu por detrás da porta, disparando a G18 em sua mão rumo ao céu, para chamar a atenção de todos ali.

Como reflexo, tentei apanhar a arma do coldre, mas outro disparo surgiu como um aviso indireto que eu entendi muito bem. Ergui minhas mãos, a deixando visível para seus olhos, assim como o restante das mulheres ali.

- Se afastem da minha mãe, ela não vai pagar o preço por se envolver com aquele cara. – Ele ordenou, apontando a boca da arma para Halsey e Dinah, que jogaram o olhar em mim, esperando por permissão. Assenti. Não poderia arriscar perde-las ali. – Ok, agora...

Ele encerrou a fala no exato momento em que bateu seus olhos em L.K, com as mãos erguidas ao meu lado. Seu rosto transpareceu surpresa – surpresa até demais –, fazendo-me franzir o cenho enquanto a mulher me olhava de soslaio, como se perguntasse o que ele estava fazendo.

- Você! – Ele praticamente berrou, apontando a arma para ela, agora já engatilhada novamente. Droga! – Eu sabia que eles iriam te mandar pra cá mais cedo ou mais tarde, mas pareceu um momento bem conveniente para fazerem isso, não? – Ignorei o que ele falava por um segundo, na tentativa de, disfarçadamente, apanhar minha arma. Falhei. – SE VOLTAR A SE MEXER EU ACABO COM ELA! Já estou esperando por isso a muito tempo mesmo... – ele abriu um sorriso sarcástico, voltando a fazer L.K de alvo. – Como se sente estando tão indefesa? Não era assim que você costumava viver...

- Você me conhece?! – Ela perguntou, quase em uma silenciosa súplica para que ele respondesse positivamente.

- Se eu te conheço? – Soltou uma risada irônica, como se a resposta fosse óbvia. – Eu trabalhava para você! É uma verdadeira pena as coisas terem saído do controle... – suspirou em uma falsa lamentação. – agora eu vou ter que matar você, porque se eles souberem que eu te encontrei, eles vão me matar. E eu não estou disposto a encarar a morte por você. De novo.

- Lamento não poder realizar seu desejo hoje. – Com isso, L.K arrancou a arma do coldre da minha cintura, a engatilhou e disparou no homem, atingindo perfeitamente seu ombro. Tudo isso em menos de cinco segundos.

- Segurem ele! – Gritei, e no mesmo segundo, Dinah correu até o homem se arrastando no chão, com a arma prontamente apontada. – Você ficou maluca?! – Usei o mesmo tom de voz para L.K, tomando o objeto de sua mão. – Ele poderia ter te matado!

- Ele não ia. – Afirmou com tanta convicção, que me fez semicerrar os olhos, desconfiada.

- Como você tem tanta certeza? – Questionei. – Está escondendo algo de nós, por acaso?

- O quê?! Não! – Se apressou em dizer, um tanto que convincente. – Se ele quisesse me matar, já teria o feito, não ficaria falando. – Se defendeu. – E por isso eu atirei em seu ombro, porque também não queria mata-lo.

Desarmei minha postura com aquela explicação. Meu Deus, Camila, você tem que se acalmar...

- Camila, temos que levar Sra. Carey logo, antes que mais alguma surpresa apareça. – Halsey se intrometeu.

O que L.K disse realmente fazia sentido, como sempre fez em todo os casos com cenas iguais a essas. Por algum motivo, a possibilidade daquela sua reação resultar em sua morte me deixou nervosa, com medo.

- Ok... Hal, leve ela para delegacia. – Ordenei, e a policial assentiu, contornando o carro para alcançar o banco do motorista. – E você, vá com ela também.

- Não! – L.K prontamente se posicionou. – Eu quero ficar aqui com você! Quero ajudar.

Se estivéssemos em um outro momento, eu sorriria com isso. Mas não agora, não com ela podendo correr perigo.

- Eu sei... mas não sabemos se mais alguém irá aparecer aqui, e não podemos arriscar sua vida, principalmente agora que temos alguém que te conhece. – Fui sincera, dando um leve aperto em seu ombro para passar confiança. – Se quer ajudar, vá com Halsey, ela vai te fazer companhia.

Lake KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora