53. O Assassino de Richard Swift.

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Camila Cabello's point of view.

Ashley se recusou a ir com Dinah sozinha no carro, e eu sequer insisti, pois sabia que qualquer coisa podia acontecer enquanto não estivesse ninguém para impedir. Dinah poderia tocar no assunto de Lauren de novo, como uma deixa pra perguntar porque ela avançou encima dela, e Ashley podia fazer de novo. E para ajudar, eu não sabia até que ponto podia interferir, porque, no fim das contas, agora não era eu, delegada, com Halsey, minha companheira. Era eu, namorada de Lauren, e era Ashley, filha do chefe.

Sim, eu já estava tratando nós duas como namoradas. Afinal, eu já até conheci a família dela mesmo.

Ashley e Lauren foram em um carro juntas, e Dinah e eu em outro. O silêncio reinava entre nós, tal qual eu não me importava em quebrar. Também não tinha achado nem um pouco legal a ouvir chamando Lauren de sociopata.
Quando paramos em um sinal vermelho, meu celular tocou, e o nome da mulher brilhou na tela.

- Algum problema? - Perguntei assim que atendi a chamada.

- Não, só achamos que é melhor pararmos um quarteirão antes para não chamar a atenção de quem quer que esteja lá dentro. - Lauren sugeriu, e eu assenti com a cabeça. Eles poderiam realmente fugir. - Está no viva-voz?

- Não, pode falar. - Olhei para Dinah por reflexo, conferindo se ela não estava depositando toda sua atenção em mim enquanto trocava o telefone para o lado oposto do dela.

- Vimos pegar mais armas na casa da Ash, para o caso de acabarmos topando com alguns 'Ndrangheta. O pessoal já está avisado que tem esse risco também, mas acabamos de sair daqui. Vamos ir rápido, mas você vai ter que distrair Dinah.

- Ela tem um estoque em casa? - Perguntei com o cenho franzido, comendo algumas palavras para Dinah não notar. - Como eu nunca vi?

- Se lembra do galpão? Da mala que pegamos lá? - Ela perguntou, e só então aquele acontecido voltou à minha cabeça. - Armas, munições... era isso.

- Meu Deus, eu nem estava lembrando disso. - Algumas perguntas surgiram na minha cabeça, porém, a hora de fazê-las com certeza não era essa. - Mas tudo bem, manda um beijo pra sua filha. Vou ir ver vocês assim que ficar mais tranquila aqui.

Disfarcei após notar o olhar de Dinah em mim por soslaio assim que ela avançou com o carro.

- Manda um pra mim também. - Lauren disse, e eu tive que segurar o sorriso que queria abrir. - Na verdade, é melhor você me dar um quando... -

- Michelle. - Ouvi a voz de Ashley ao fundo, a interrompendo.

- Meu Deus, deixa de ser intrometida. - A mulher bradou, para então, voltar a falar comigo; - Ok, chegamos daqui a pouco.

Depois disso, a chamada se encerrou, mas eu esperei alguns segundos para realmente tirar o celular da orelha. Era bom se sentir parte de algo em que a responsabilidade não seja toda minha, e que eu não precise lidar com homens como Roger quando algo nos os agrada. Estava sendo bom fazer parte daquele grupo, mesmo que eu sequer saiba qual era a razão de tudo isso. Entendia que era por precaução.

- O hospital ligou pela manhã - Dinah abriu a boca pela primeira vez enquanto cruzava uma rua -, para avisar que deram a alta total para o homem na casa da Sra. Carey.

Aquele homem era de 'Ndrangheta? Era mais uma das pessoas que estavam disfarçadas?

- Ele ainda está no apartamento de custódia? - Perguntei, guardando o celular no bolso.

- Não, foi embora assim que o hospital liberou. - Eu conseguia ouvir o tom de indignação bem no fundo da sua voz, como se ela estivesse tentando escondê-lo. - Perdemos a oportunidade de conversar com a única pessoa que conheceu ela.

Lake KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora