45. Assassinas de aluguel.

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Lauren Jauregui's point of view.

Ashley me levou para um tipo de restaurante bar bem no centro da cidade, onde, segundo ela, só era frequentado por pessoas de alto escalão. E quando cheguei lá, não pude discordar; o ambiente escuro, com fracas luzes amareladas iluminando as mesas ou fazendo artes nas paredes. O bar com o mais variados estoque de bebidas ao fundo, os garçons bem uniformizados, os clientes portando roupas que você nem precisava saber a marca para entender que eram caras, a música de fundo tocando, o cardápio de comidas... e por aí vai.
Almoçamos por aqui, Espaguete à Carbonara com Gaunciale em meio a risadas e conversa jogada fora, e logo em seguida, começamos nossa estadia no bar. Mesmo no ambiente escuro, as pessoas nos reconheciam, e como esperado, duas delas saíram do banco próximo ao balcão para que pudéssemos nos sentar, e o barmen nos atendeu com prontidão. Começamos com um Negroni, que por sinal era muito bom o do estabelecimento. E depois de aproximadamente uma hora, ainda bebendo moderadamente para que não voltássemos pra casa carregadas de novo às duas da tarde, Ashley pediu algo mais forte, visto que a hora de ir estava, provavelmente, se aproximando.

- Dois whisky, por favor. - Pedi ao barmen, que logo assentiu. - Mas sem gelo.

- Mas como eu estava falando - Ashley prosseguiu, apoiando o cotovelo no balcão e a cabeça na mão -, não acho que isso vai dar em nada não. Digo, ele já é bem velhinho pra ainda termos que ficar... -

- Whisky sem gelo? Bastante ousadas, gosto disso. - Uma voz masculina chamou a nossa atenção, nos fazendo virar para a direção quase que instantaneamente.

Era um homem na casa dos cinquenta, com um bigode bem feito, corte de cabelo impecável, terno slim preto, anéis de ouro nos dedos... mercenário, traficante de alta, um narco, talvez.

Abri apenas um sorriso meio forçado pra ele, voltando a me virar para a minha irmã, afim de continuar nosso assunto, mas ele tornou a falar, no momento em que nosso whisky chegou.

- Que coincidência prazerosa encontrar as Irmãs Sicilianas por uma viagem rápida à Itália. - Ele disse de uma forma calorosa, mas não colou comigo, e imagino que nem com a minha irmã. Normalmente, só era citado nosso "nome" aqui na Itália caso a pessoa queira algo de nós.

Trocamos um olhar, e ela estava com um sorriso ladino pra mim.

- Uma coincidência ou você estava nos seguindo? - Perguntei com o mesmo sorriso ladino nos lábios antes de dar um gole no whisky. O homem sorriu da mesma forma. - O que quer, senhor?

- Não diga pagar uma bebida para introduzir o assunto depois, seja direto. - Ashley completou.

- Me desculpe o comentário, mas vocês são realmente facinante! - Ele exclamou com deslumbro. - Consigo sentir a conexão de vocês de onde estou. É uma honra estar na presença de assassinas tão famosas quanto vocês. - Eu e minha irmã sorrimos orgulhosas. Se eles soubessem o quanto esse tipo de comentário aumentava nosso ego, não os faria. - Agora me digam, vocês também fazem esse tipo de trabalho sendo pagas?

- Você voou até a Sicília para perguntar se somos assassinas de aluguel? - Ashley perguntou, e eu não precisei a olhar para saber que ela estava com uma das sobrancelhas arqueadas, se sentindo a própria Rainha da Inglaterra porque tinha noção que a resposta era sim. E ela não estava errada.

- Não me entendam mal, mas vocês são as melhores no que fazem. - Ele comentou, aproximando o rosto mais um pouco para não precisar gritar ou falar alto demais e mais alguém escutar. - E bem, meu trabalho é grande, preciso de alguém capaz para realizá-lo. Estou disposto a pagar quanto quiserem.

Ashley e eu trocamos outro olhar, e ela assentiu disfarçamente pra mim, com aquele sorriso de quem queria assaltar mais um barco no porto no rosto.

Lake KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora