37. Lauren era uma Sicicliana.

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Camila Cabello's point of view.

Lauren era uma Siciliana, e eu tinha certeza disso.

Ainda não estou segura de qual escalão ela pertence, e para ser bem sincera, não acho que seja um dos maiores, pois eles não arriscariam mandar alguém grande sem memória alguma para fazer seja se lá o que querem. Talvez ela seja apenas uma Siciliana comum.
E eu tenho certeza disso por juntar alguns fatos como; nenhum banco de dados ter qualquer mínima coisa sobre ela, o jeito que ela julgou o cappuccino "americanizado" e disse que o certo era o que servia na Itália, as Irmãs Sicilianas disse que eu era "importante" para o que eles queriam, e por isso foram me salvar no território inimigo, Lauren não quis entrar em 'Ndrangheta, ela era uma assassina, e se tudo estiver certo, era uma assassina de homens com passagem criminal, como o meu pai tem, ou tinha. La Cosa apoia isso, então ela também apoia. Ela era uma Siciliana.

Mas eu não menti quando disse que queria conhecer o eu dela, e nem quando disse que não queria mais ficar com medo. Para ser honesta comigo mesma, quando meu pai me invadiu, tudo que eu queria era que ele morresse, pois não aguentaria mais olhar pra ele sem travar, e mesmo tendo a idade que eu tinha, eu sabia que aquela vez foi uma porta para ele. Uma porta que ele iria atravessar outras centenas de vezes. Eu queria que ele morresse, e eu não me importaria, na época, se tivesse sido no estilo Cosa Nostra, apenas queria que ele desaparecesse para sempre.

Hoje em dia, quando se prende um homem por abuso sexual, principalmente de menores, ele até vai preso, mais um grande porcento dos casos, eles são soltos antes mesmo de completarem a pena, e em sua maioria das vezes, voltam a fazer o que faziam antes, porém, ficam mais cuidadosos. "Os mortos não fazem nada", como eu completei o pensamento de Lauren, e aquilo era verdade. Eu não gostaria de ver meu pai de novo, e ter que sofrer a mesma coisa que sofri a anos atrás, e ninguém me garante que isso não iria acontecer, a não ser que ele tivesse morto. Então... por que era tão errado quem fazia o medo dessas crianças ou mulheres desaparecerem? Fazia o alívio, por mais mínimo que seja, chegasse? Eu sabia o que era temer o dia em que ouviria a noticia de que seu abusador foi solto.

Eu já tinha tomado minha decisão enquanto a esperava, mas precisava fazer algumas perguntas antes, como "tem algo a mais?". O caso das Sicilianas e o de Lauren até eram os maiores de toda minha carreira, mas se eu simplesmente a entregasse, resolvesse todo o caso e ainda ganhasse a maior promoção que poderia existir, eu voltaria a minha vida infeliz, para ser bem sincera. Iria acordar, trabalhar, voltar pra casa e dormir, sem ninguém para me dar o propósito que ela me dava. Isso pode ser vida pra alguém, mas pra mim que provei de outra coisa, não era.

- Você tem certeza de que é isso que quer? - Lauren me perguntou, avançando um passo. - Não que eu não queira que escolha essa opção, mas, como eu disse, não quero ser uma metade aí dentro. Ou ser um alguém que você vai ficar idealizando na sua cabeça, quero que goste de mim por completo.

- Você vai ter que me mostrar tudo se quer que eu goste de você por completo. - Disse, tentando manter minha postura firme, pois não queria que ela pensasse que estava brincando.

- Eu vou, amor, eu vou. - Agora, ela não ficou receosa ao se aproximar, e apenas segurou meu rosto com suas mãos, me surpreendendo com um selar demorado. - Só preciso esperar um pouco. Não posso te falar tudo ainda, primeiro porque nem eu sei, mas... acho que o mais importante você já aceitou.

- Mas eu tenho uma condição. - Disse, afastando um pouco quando percebi que ela iria voltar a selar nossos lábios novamente.

- Que condição? - Ela perguntou desconfiada, escorregando uma de suas mãos até minha cintura para repousa-la ali.

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