17. Arquivos.

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Lauren Jauregui's point of view.

Meu coração batia forte sobre o peito quando a enfermeira abriu a porta do quarto em que Camila se encontrava. Já havia pensado em mil formas diferentes dela ter me reconhecido, e quando adentrasse o cômodo, ela estaria com uma algema em mãos, pronta para me prender.
Mas não foi muito bem isso que aconteceu, pois, quando me pus sobre a batente, tentando manter a expressão mais normalizada possível, mal tive tempo de achar Camila no quarto e a mesma já havia saltado em meus braços, me apertando sobre ela de forma que deveria ser reconfortante, mas ainda estava um susto para mim.

Demorei alguns segundos para retribuir seu abraço, e com o cenho franzido, a imaginava me apunhalando pelas costas, como eu já havia feito com alguém que agora deveria estar enterrado a sete palmos do chão. Ok, Lauren, deixa de ser paranoica.

- Eu achei que iria morrer. – Ela disse quase que em um sussurro, ainda enlaçada a mim. – Obrigada por me encontrar.

Engoli em seco, e me perguntei se ela conseguiria sentir meu peito se contraindo, já que estava tão perto. Sim, eu havia a encontrado, depois de ter a feito se perder.

Pigarreei antes de me afastar de seus braços, sorrindo levemente para ela pra não levantar suspeitas. Camila estava com a roupa do hospital, o rosto livre de sujeira e o cabelo completamente solto e um hematoma roxeado na parte direita da testa. Arqueei as sobrancelhas, levando uma das mãos até aquela região; isso eu não tinha feito.

- Você está bem? – Questionei, para não perguntar algo do tipo; "quem fez isso com você?". Ela assentiu, indo em direção a cama para voltar a se sentar enquanto passava a mão em sua nuca.

- Só estou com uma dor de cabeça pelo machucado que a Siciliana fez, mas isso já já passa. – Respondeu antes de suspirar fundo. Ela já não parecia mais com alguém que havia acabado de andar quilômetros por um bosque depois de ter sido acertada. – Eu estou eufórica, Lauren, eufórica!

Minha testa franziu novamente enquanto eu me sentava na poltrona ao lado da cama. Todos os seus companheiros morreram, ela foi acertada, amarrada e largada em um galpão "abandonado", por que estava eufórica?

- Aush! – Camila bufou. – Eu deveria te prender, sabia?

Camila Cabello's point of view

- Por quê?! – Lauren perguntou com o tom de voz levemente mais alto depois de tossir duas ou três vezes, engolir em seco e se consertar na poltrona.

- Por ficar me olhando assim! – Argumentei, saltando da cama novamente. Eu estava inquieta, e depois de fazer algumas ligações quando os médicos me liberaram para isso, foi questão de segundos para que decidisse que iria ir mais afundo no evento em que testemunhei mais cedo. – Eu preciso da sua ajuda.

- Com o quê?

- Eu quase morri hoje, Lauren, e eu senti isso diversas vezes enquanto Dinah praticamente me arrastava pelo bosque. A primeira foi quando acordei naquele galpão, com a corda prendendo minha circulação, e depois disso, eu sequer poderia responder meu nome caso me perguntassem. – Passei a mão sobre as marcas que a corda fez em meus pulsos, suspirando fundo. – E eu estava a um passo de desmaiar quando avistei você no bosque, correndo na minha direção. Obrigada, de verdade, você não sabe o quanto isso significou pra mim.

Algo em mim se destravou quando a vi no bosque, era verdade. Não que eu tivesse muitas duvidas sobre ela, já que a convidei para minha casa e até hoje não penso em repensar essa decisão, mas qualquer outra que restou se dissipou com aquela cena. Minha confiança nela cresceu, e eu posso dizer que, neste momento, confiava nela tanto quanto confiava em Dinah ou Halsey. Ela salvou minha vida, afinal.

Lake KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora