31. "a ideia foi sua"

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Preparem os coletes que daqui pra frente é um tiro atrás do outro meus amigos

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[Capítulo não revisado]

Lauren Jauregui's point of view.

Ela foi molestada pelo pai. Eu já desconfiava disso desde a questão do padre, mas tentei esconder, dizer para eu mesma que estava sendo paranoica demais, tirando conclusões precipitadas. Era era realmente isso.

Não soube explicar o que senti naquele momento; raiva, tristeza, a dor dela, frustração, dentre outros. Fora uma explosão dentro de mim, uma explosão que eu consegui controlar. Depois de ficarmos por longos minutos juntas, com a cabeça de Camila deitada no meu colo, eu perguntei o que estava incomodando meu cérebro, como quem não queria nada; "seu pai ainda está vivo?". Ela disse que não sabia, pois cortou todos os laços com ele desde que saiu de lá, mas que se estivesse, ainda estaria em Cuba.

Sugeri caminharmos mais um pouco para espairecer depois disso, e tentei manter o assunto mais leve possível enquanto segurava sua mão. Depois de quase três horas, voltamos pro hotel, com memórias do lago, do banco e do caminho de pedrinhas para guardar na cabeça. E então, nos dedicamos aos filmes. Fiz pipoca, e nós nos enfiamos no cobertor de um quarto escuro para assistir comédias românticas -que eu descobri que detestava, mas Camila amava, então eu fiz isso por ela-. Vezes ou outra, eu a olhava de soslaio, pensando em como era bom ter esses momentos com alguém. O quanto aquele dia estava sendo... especial? Passamos quase ele inteiro juntas, e agora, às nove horas da noite, quando Camila já estava quase dormindo no meu ombro enquanto o quinto filme passava na TV, meu aparelho vibrou, e eu disse que iria no banheiro para ver o que era. Estava na hora de me encontrar com Ashley.

Quando regressei, ela já estava cochichando, e eu até poderia sair sem dizer nada e a deixar dormir, mas não queria fazer isso, não depois de hoje.

- Hey... - a chamei, cutucando seu braço de leve. - eu vou sair para fumar, ok?

Ela abriu os olhos e me encarou, mas não de uma forma desconfiada, e então, assentiu logo em seguida.

- Cuidado. - Camila disse, e eu deixei um beijo na sua testa antes de começar a caminhar em direção a porta, porém, antes que conseguisse, sua voz me fez parar; - Espera! Posso te fazer uma pergunta? E eu preciso fazê-la agora porque sei que amanhã não terei mais coragem.

Eu estranhei, porém assenti, apoiando meu quadril na cômoda.

- Pode sim. - A vi se sentar, como se isso fosse ajuda-la a se concentrar.

- Eu sei que não daríamos certo pelo motivo de que, pelo o que sabemos, você era uma assassina e eu sou uma delegada, e eu também sei que combinamos uma coisa. - Meu coração tropeçou. O que ela queria dizer? - Mas hoje foi tão... legal. E sendo sincera, realmente seria tão errado assim se eu dissesse que não te quero só para ser meu "brinquedo sexual"? A pessoa que eu vou conviver o dia inteiro, mas só vou poder sentir seu toque à noite, dentro de quatro paredes escuras. Quero dizer, nós nem sabemos se você requerente era uma assassina, e se for, isso foi antes de perder a memoria.

Eu sei sim, Camila. Eu ainda sou uma assassina, mas não só isso, também sou uma ladra de auto escalão, uma traficante e todas as outras coisas que você queria nomear. Sou uma das pessoas que você veio aqui procurar, a que matou todos os seus companheiros no galpão, mas que te salvou depois de te arrastar pra isso. Eu sou essa pessoa. Não está no meu passado, essa é quem eu sempre vou ser, porque eu gosto de ser assim.

Lake KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora