Lauren Jauregui's point of view
12 casas, 28 pessoas, 28 depoimentos, nenhum que preste.
Tentei o máximo que podia não me intrometer no interrogatório que a delegada e suas companheiras faziam, e ao contrário delas, gastei meu tempo observando cada detalhe da casa onde nos encontrávamos, na tentativa de achar algo em que poderíamos usar como prova do assassinato e, enfim, fazer os moradores dessa cidade pararem de me olhar torto por acharem que eu sou a culpada.
Eu não os culpo, longe disso; eu também me acharia suspeita se estivesse no lugar deles. O problema se rodeia em; eu não sou a assassina – ou pelo menos não que eu me lembre –, e receber um julgamento precoce apenas com o olhar, sem nenhuma prova concreta e não poder fazer absolutamente nada a respeito era agoniante.
Em uma das casas que visitamos, o morador tentou avançar em mim, alegando que não queria assassinos em sua propriedade. Eu não me movi, pois, por algum motivo, eu sabia que se ele chegasse perto demais, eu saberia me defender, porém delegada Cabello o deteu, e disse que se não colaborasse, teria de responder às perguntas na delegacia.
É óbvio que a partir daí ele se comportou como um anjo. Eles sempre fazem isso.
Halsey e Dinah não concordaram muito com a ideia da delegada de me levar junto, porém não me trataram mal ou olharam como os civis em nenhum momento. Foram até mais gentis do que eu esperava. Talvez seja pena.
Ambas argumentaram que minha presença tornaria o interrogatório desconfortável para os moradores, e inclusive, estavam discutindo sobre isso agora enquanto, mais uma vez, achavam que eu não estava ouvindo.
Tadinha da delegada Cabello, estava sozinha contra as duas...
- (...) Nós não podemos simplesmente prende-la! – A delegada exclamou. – Ela pode ser uma civil comum que teve sua vida arrancada para cobrir os rastros do verdadeiro assassino. Não importa o que um bilhete diz, isso não é uma prova e está longe de ser! – Repetiu a frase pela terceira vez na manhã. – Não tem digitais, as letras não foram identificadas; aquilo é só um pedaço de papel, e o que está escrito pode ser só uma besteira! Não sabemos de nada aqui! E estamos na busca por respostas, é por isso que ela está aqui! Vocês sabem muito bem que se alguém a reconhecer, vai encurtar nosso trabalho em pelo mesmo sessenta porcento.
Apoiei minhas costas no tronco rígido da árvore enquanto elas discutiam na entrada da varanda da próxima casa em que iríamos. Por que eu não acordei antes daqueles policiais chegarem e consegui fugir?
Isso seria realmente o melhor?
- Você já notou a forma que ela observa tudo?! – Halsey questionou. – Casa detalhe? Cada fala? O olhar dela, os desenhos que compõe a tatuagem... – pude imaginar ela negando com a cabeça. – ela não era uma civil normal, Camila. Pode até não ser uma assassina, mas que ela é uma criminosa, é!
- Sim... – Dinah concordou, pensativa. – e se não for, ela é de algum departamento grande... CIA... FBI... o jeito não engana.
CIA, FBI... Isso é a maior besteira que eu ouvi desde que despertei. Por que eles me enviariam para uma cidadezinha do Sul com um corpo morto do lado?
- Ok, vamos guardar as teorias para mais tarde quando reunirmos tudo que o dia de hoje ainda nos dará. – A delegada disse, visivelmente cansada. – Agora sobre ela conosco, eu não vou repetir o que acabei de falar de novo. Já chega desse assunto.
A porta finalmente só abriu, revelando uma mulher com um sorriso receptivo no rosto, cumprimentando as policiais como se já as conhecessem, o que não me surpreendeu. E eu pude, enfim, caminhar em direção a elas e adentrar a casa em conjunto.
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Lake Killer
Misterio / SuspensoUm corpo brutalmente assassinado é encontrado nas margens do lago de uma pequena e tranquila cidade do Sul dos EUA. Porém, não é apenas isso que choca os moradores; havia uma mulher jogada ao lado do corpo, com o pulso esquerdo coberto por tatuagens...