42. Penso di amarti davvero

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Camila Cabello's point of view.

Beaufort, South Carolina - 11:40PM

Eu estava sentada no sofá da sala, com um pacote de salgadinho nas mãos, fingindo assistir qualquer besteira na TV. Na verdade, estava com ela ligada pois queria que a conversa dos personagens do outro lado da tela cobrisse meus pensamentos, mas não estava dando muito certo. Lauren não era apenas uma Siciliana, ela era uma das Irmãs Sicilianas, as pessoas que eu fui buscar em Nova York, que eu sempre repugnei, que eu arrepiava só de ouvir o nome. Uma das pessoas mais buscadas do mundo dormia no quarto ao lado, e a outra era minha companheira no departamento de policia.

Isso me fez pensar que você pode odiar as Irmãs Sicilianas, mas não pode, nunca, dizer que elas não são as melhores no que fazem. Para os outros criminosos, as duas deveriam ser ponto de referência, e para os escritores, deveriam servir de inspiração para a criação de thillers. E essas duas pessoas eram Lauren e Halsey -ou Ashley-.
Também há outra coisa que não posso negar; Halsey é uma das melhores pessoas que eu conheço. Desde que ela chegou, foi fácil começar a gostar dela, e confesso que, comparando a Dinah, tínhamos mais "intimidade". As ideias dela batiam com as minhas -e agora eu descubro que ela é uma serial killer. Isso chega até a ser engraçado-. Mas eu não sabia se existia um abismo entre Halsey e Ashley, tirando o fato da sua origem.

Era engraçado a forma que, se não fosse daquele jeito, eu nunca daria abertura pra nenhuma delas. Nunca. E também não saberia que elas eram algo atrás das Irmãs Sicilianas.

O que aconteceria se eu as entregasse agora? Eu tinha nome, rosto, e até mesmo registros de Halsey. Provavelmente ganharia a maior promoção que poderia imaginar, subiria de cargo até o topo do FBI ou CIA, e isso tudo em menos de uma semana. Mas essa ideia sequer passava na minha cabeça. Talvez eu estivesse sendo boba, mas eu iria entrar para a CIA, e depois? Acordar, ir trabalhar, voltar pra casa e dormir, e em algumas sextas iria num bar qualquer para afogar as mágoas.

Sem amigas nenhuma; Dinah não iria mais olhar na minha cara e Halsey estaria presa. Um romance? Nem se fala.

Expulsei os pensamentos para apanhar meu telefone, decidida a ligar pra ela. Eu precisava ouvir sua voz de novo para voltar à realidade, e chegar a conclusão de que ela ainda era ela. E pensar que eu a chamei de monstro, sem saber que era realmente ela.

Duas assassinas, mas assassinas de homens que assassinam suas vítimas aos poucos.

Com três toques, ela atendeu.

- Ciao? - Involuntariamente, sorri com seu sotaque. Aquele sorriso já me revelava tudo; a escolha era ela.

- Oi...

- Ah, é você! - Ela exclamou. - Não conferi o número antes de atender. Como está?

- Foi por isso que você ficou incomodada sobre eu chamas as Irmãs... - pigarreei - chamar vocês de monstros? Ou não conseguiu olhar pra mim quando disse que fui abusada pelo meu pai? Ou quando você praticamente se pôs na frente do homem que ia atirar em mim em 'Ndrangheta depois de ir lá para me salvar... bom, agora sim eu sei que é você, pela silhueta, e não Halsey.

Levantei a questão, sentindo meu peito se apertar mais a cada palavra dita. Como eu fui tão burra ao não perceber esses detalhes?

- Ashley. - Lauren me corrigiu. - O nome dela é Ashley, amor.

- Agora sim eu sei que é você, pela silhueta, e não... Ashley. - Ajeitei a frase, enfiando mais uma mão de salgadinho na boca. - Me desculpe, acostumar com o seu nome que eu nem sabia qual era foi fácil, agora, eu acho ela de Halsey a cinco anos, quando entrou aqui. Não sei como consegui me deixar ser enganada por cinco anos! Estava tudo de baixo do meu nariz e... -

Lake KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora