Como já imaginado, não consegui arrancar absolutamente nada da Sra. Carey, que só abriu a boca apenas para dizer que só responderia algo na presença de seu advogado, que, depois de telefonar, avisou que estava em um congresso fora do país, mas que voltaria assim que possível.
Não vou mentir que, depois disso, eu me auto-agradeci por ter convidado L.K para o bar, assim eu poderia aliviar toda essa dor de cabeça que me cercava desde cedo.
E inclusive, neste momento, eu estava terminando de colocar meus brincos em frente ao espelho quando ouvi as batidas na porta surgir.Gritei em uma confirmação para que L.K pudesse entrar, e assim que o fez, consegui ver pelo reflexo do espelho seu olhar correndo por todas as curvas do meu corpo. E por mais que tenha sido um ato rápido, me sinto na obrigação de dizer que senti inúmeras partes se esquentar. A pergunta era; por quê?
- Am... eu já estou arrumada. – Ela se pronuncia assim que choca seu olhar ao meu. – E você está linda! Nossa...
Seu tom de voz exalava deslumbre, e por algum motivo, ouvir esse elogio me deixou mais feliz do que deveria, porém, claramente não demonstrei isso.
- Eu também terminei. – Digo, saindo da proximidade do espelho para alcançar o móvel ao lado da cama e apanhar meu batom. – E obrigada pelo elogio, posso dizer o mesmo sobre você.
A mulher usava uma calça jeans escura, uma t-shirt e uma jaqueta; todas as peças emprestadas por mim, por motivos óbvios. Devo admitir que elas caíram bem melhor em L.K do que caem em mim, e claro, reforçar a ideia de que ela fica inacreditavelmente mais bonita com roupas casuais – não que eu já tenha visto ela com um vestido de gala ou algo do tipo –.
- Eu não faço a mínima ideia do que as pessoas usam para ir em um bar, então coloquei qualquer coisa. – Ela comentou, dando uma analisada em suas próprias roupas enquanto eu apanhava minha bolsinha de ombro em cima do colchão.
"Sendo bonita do jeito que você é, se ir com um saco de lixo para o shopping, eu garanto que não será nisso que as pessoas irão prestar atenção" – foi o que pensei.
- Não se preocupa, as pessoas normalmente usam o que se sentem confortáveis para ir em um bar. – Foi o que saiu da minha boca.
Ergui meu olhar por reflexo para a mulher novamente, percebendo que, mais uma vez, ela me analisava, porém com mais calma e atenção.
Abri um sutil sorriso ladino para ela, caminhando em passos lentos para sua direção, na intenção de sair do quarto enquanto segurava seu olhar.Neste momento, eu descobri que gostava que ela me analisasse assim, como se... me desejasse?
- Vamos? – Perguntei, assim que consegui sair da armadilha que eram seu par de esmeraldas, e ela prontamente assentiu.
A levei em um dos meu bares preferidos do centro de Beaufort, onde o clima era sempre agradável e nunca tinham problemas relatados. E desta vez só foi diferente por um motivo; eu estava na companhia dela, e ali, descobri que, sem dúvidas, era uma das melhores.
Conversamos inicialmente sobre um assunto que a mesma puxou enquanto dávamos início a noite com um bom copo de whisky; desbloqueamento de memórias. Pontuei algumas coisas que poderíamos usar para fazer com que isso aconteça, e depois de alguns minutos paradas no mesmo assunto, com a ajuda do álcool que vinha e ia, fomos nos soltando mais.
L.K já portava um olhar diferente do que eu estava acostumava a ver; mais intenso, profundo e misterioso. E inúmeras vezes, a peguei analisando minhas coxas ou curvas da cintura segundos antes de abrir um sorriso para si mesma enquanto desviava o olhar para um ponto qualquer.
Aquele ato me esquentava, e com a ajuda do álcool, tornava isso ainda mais intenso.
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Lake Killer
Mystery / ThrillerUm corpo brutalmente assassinado é encontrado nas margens do lago de uma pequena e tranquila cidade do Sul dos EUA. Porém, não é apenas isso que choca os moradores; havia uma mulher jogada ao lado do corpo, com o pulso esquerdo coberto por tatuagens...