11. Ashley.

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Lauren Jauregui's point of view.

Senti meu coração disparar sobre o peito, e em um súbito ataque de susto, me levantei de forma brusca, cambaleando uma vez para trás. Halsey provavelmente era a única que estava prestando atenção em mim, pois apenas ela franziu o cenho ao meu ato, como se perguntasse o que estava fazendo.
Foquei meu olhar em seu rosto, em seus traços, tentando captar algo, lembrar mais até que possa ver quem era a mulher que estava comigo. Nada aconteceu.

Eu tinha uma irmã? Por que matei um padre e carbonizei uma igreja? O que tinha naquele colar que era tão importante pra mim? E o mais importante; por que eu, novamente, não me sentia assustada com meu próprio ato? Eu, definitivamente, sou uma assassina, mas... por quê?

- Você está bem? – Questionou, desconfiada.

- Estou. – Me limitei a responder, desviando de seu olhar para mirar Dinah e Camila envolta do corpo. – Vamos chamar a polícia ou...?

Deixei a pergunta no ar, notando pelo canto do olho que Halsey ainda me analisava, com um olhar que não consegui distinguir, mas que, por alguma razão, eu tinha a estranha sensação de já ter o recebido antes. Ela engoliu em seco, negando disfarçadamente com a cabeça antes de se afastar para a direção oposta em que estávamos, sacando o telefone do bolso.

- Dinah acabou de ligar. – Respondeu Camila, correndo o olhar lentamente pela redondeza. – Nem mesmo a cápsula da bala está por aqui... Posso estar enganada, mas tenho 98% de certeza que, quem quer que tenha o matado, está com você.

Franzi o cenho, demorando alguns segundos pra entender que quando ela disse "está com você", quis se referir às pessoas quem fez isso comigo. Assenti, aliviada por não estar dando motivos para que elas duvidassem de mim –por mais que estivesse–.

- É... vou chamar a perícia para analisar tudo certo e nos dar respostas concretas. Já deu de teorias pra esse caso.

Dinah comentou, e só então Halsey retornou, evitando o máximo que podia cruzar seu olhar com o meu. Foi possível ouvir as sirenes se aproximando, o que me fez parar para pensar no tempo em que eu fiquei presa no flash de memória. Céus, será que elas perceberam?
Resolvi manter a normalidade enquanto, fazendo o contrário do que Dinah falou, trocavámos algumas teorias bem construídas. O pessoal de Camila foi bem mais rápido do que nós em alcançar a região onde estávamos, e quando chegaram, demos total espaço para que fizessem seu trabalho. E quando pensei em começar a regressar o caminho de volta para pensar em tudo o que lembrei, avistei Camila acenando em minha direção, pedindo para que me aproximasse. Assim fiz.

- Bom... pode parecer que sim, mas o dia ainda não acabou. – Ela se pronunciou no canto onde estávamos. – Vamos visitar a casa da esposa de Richard hoje, e com esse contra tempo, teremos de ir sozinhas. Dinah e Halsey irão cuidar do corpo aqui.

Engraçado a forma que ela, mesmo não querendo –como ela mesma disse–, continua a me manter por perto. Eu sabia que ela poderia muito bem chamar uma das meninas para acompanha-la, mas ao invés disso, preferiu a mim. O que você quer comigo, delegada?

- Tudo bem. – Dei de ombros, visto que essa era a única opção viável que tinha no momento. – Vou ir para o carro.

Dei meia volta para me afastar, e então, senti meu pulso ser segurado pela sua destra, me fazendo recuar. Será que ela não percebe que olhar seu corpo e não poder toca-la como na noite passada não estava sendo fácil?

- Eu não quero que fiquemos em um clima estranho durante a conversa com a Sra. Swift. – Seus olhos vagavam por todas as pessoas ali, como se estivesse conferindo que ninguém estava nos observando. – Podemos pelo menos fingir? – Sugeriu, agora sim colidindo seu olhar com os meu.

Lake KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora