29. Desabafos.

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[Capítulo não revisado]

Lauren Jauregui's point of view.

- Como assim quem é Sydney? - Ashley perguntou, afastando meu cabelo para encostar a pasta gelada e incolor no meu ombro, me fazendo gemer baixinho pelo choque térmico.

Ela começou a espalhar aquilo de forma lenta inicialmente, cobrindo cada extensão de onde a dor se localizava com mais intensidade. Por instinto, apertei o lençol da cama, como se estivesse em busca de canalizar aquela dor, mas, aos poucos, fui soltando, à medida em que ela me fazia acostumar. Só então percebi que ainda não tinha a respondido.

- Depois que desliguei a chamada, fui andar por um pouco por Nova York, e acabei parando no Brooklyn. Eu estava andando por lá quando um grupo me reconheceu, só sei o nome de dois; Nial e Sydney. Eles perguntaram sobre você, disseram que estavam com saudades, e Nial disse que você e Sydney transaram. - Meu rosto estava virado para a direção contraria a qual Ashley estava, e isso facilitava no meu trabalho de esconder as caretas quando ela apertava um pouco mais na massagem. - Quem são esses? Como conhecemos eles? E quem é Sydney?

Antes de responder, Ash apanhou meu cabelo com a mão que não estava coberta daquela pasta, e juntou os fios em um coque frouxo no topo da cabeça, para que não a atrapalhasse.

- Conhecemos eles quando éramos mais novas, antes do plano todo começar. Tirando os outros trabalhos pequenos, enquanto não estávamos na Sicília, estávamos no Brooklyn, e em nossas várias fugas para festinhas no gueto, acabamos fazendo amizade com esse grupinho. E sobre Sdyney... - ela suspirou - nós começamos a conversar mais; ela me chamava para fazer diversas coisas, e eu sempre aceitava, porque ela era muito legal, uma ótima companhia. E então, em uma vez que estávamos na casa dela, acabamos deixando o clima nos levar até os beijos, e depois, para mais que isso. Ficamos juntas, e depois tivemos que voltar para Sicília fechar um acordo em nome do nosso pai encima da hora, pois ele precisava estar aqui para resolver algo, e estava demorando mais do que o esperado. Não consegui avisar, e não liguei muito porque pensei que seria algo rápido, mas durou meses, e depois disso, eu tive de ir para Beaufort.

Confesso que me surpreendi um pouco com a forma que ela me contava tudo de forma simples e abertamente, claramente não escondendo nenhum detalhe relevante para o que eu queria saber. Ela não tinha medo da minha reação, pois sabia que não não importava qual fosse, aquela confissão não saíria dali.

- Você não ligou? - Perguntei, dando uma leve contorcida no corpo quando Ashley começou a intensificar a massagem, fazendo minhas costas ficar quente devido à pasta, que já exalava um cheiro forte, porém bom. - Não falou nada? Nem uma mensagem?

Ela soltou uma gargalhada nasal, sem humor algum.

- Por que eu faria isso? Não poderíamos nos encontrar enquanto eu estivesse lá, e mesmo que precisasse vir até aqui as vezes, não era tempo o suficiente para conseguirmos nos ver, tanto quanto o resto do pessoal. Não teria como explicar o que eu estava fazendo e onde estava que não poderia voltar, e eu também não sabia que desculpa você tinha usado pra eles se ainda estivessem se vendo. - Mudei a posição da minha cabeça para sua direção, afim de conseguir captar suas expressões. - Não me senti lá muito bem simplesmente ido embora, mas teve de ser.

Ela deu de ombros, mas eu conhecia minha irmã; não era nenhum "tanto faz". Foi então que me dispus a pensar em algo; todos nós tivemos que abrir mão de alguma coisa, e além da minha memória, o que eu precisei deixar pra trás? O que deixei nos lugares em que eu vivia que deveria me fazer falta? Não levo em consideração Ashley, e muito menos o restante do pessoal, pois, de uma forma ou de outra, eles sempre fizeram parte de tudo.

Lake KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora