Capítulo cinco

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Meu rosto ainda está um pouco vermelho e eu não tenho nenhuma maquiagem para cobrir. Visto uma blusa gola alta, meu pescoço está meio avermelhado. E uso também uma saia jeans que fica a altura do meu joelho. Estou com tanta fome por conta do jejum de ontem que me empanturro com muita comida antes de ir para a aula.

. . .

— Você terminou o trabalho? — Lee se aproxima de mim falando baixo perto do meu ouvido. Sei que a minha mãe não me quer perto dele mas é o único lugar disponível.

— Não, e não fala mais comigo. — digo baixo, estamos em aula.

— Nós somos parceiros, você tem que falar comigo.

— Algum problema Hye e Taeyong? Se querem namorar vão lá pra fora, comigo não tem bronca.

— Qual é professor, não faça esse tipo de brincadeira. — ele parece ter se ofendido em ter na mesma frase nossos nomes e namoro, como se ele fizesse o meu tipo. Deus nunca me mandaria esse tipo de rapaz.

Ele se ajeita na sua cadeira me deixando em paz.

. . .

— Quando vamos terminar a pesquisa? — Ele me para, impedindo que eu vá embora.

— Não tem nós, eu irei terminar ainda hoje minha parte, não se preocupe.

— Aconteceu alguma coisa entre você e a sua mãe?

— Não te interessa, me deixa em paz. — tento sair mas ele não deixa.

— Nós somos uma dupla e precisamos resolver juntos... O que houve com seu rosto? — Taeyong segura meu queixo com as pontas dos dedos, e eu retiro sua mão rapidamente, além do local está dolorido não quero que me toque.

— Não aconteceu nada. Eu quero ir embora, pode sair da frente?

Ele dá espaço e vou embora contendo as lágrimas, eu queria contar mas ele é a pessoa menos indicada para ouvir os meus problemas.

. . .

Fiz o trabalho em casa mesmo, com poucos recursos e o computador que uso apenas para atividades. Junto a minha parte com a daquele garoto. Espero que consiga uma boa nota, todas essas mentiras tem que servir para alguma coisa.

Hoje tem culto de oração e eu claro não posso faltar, nem lembro da última vez que faltei a um culto, se é que já fiz isso.

Assim que chego faço minha oração inicial e me sento olhando involuntariamente para as bancas de pessoas não evangélicas, percebendo que aquele motoqueiro que me mete em problemas não está aqui e eu prefiro assim, quanto menos vê-lo melhor. O culto se inicia e eu ouço um burburinho perto de mim de algumas garotas.

— Ele veio de novo. — Jina comenta baixo com as outras, mas eu escuto.

"Ele" será que é o...

Olho para trás e lá está ele. Seus olhos fitam os meus e mudo a visão para um ponto cego. Volto a atenção ao culto para que a minha mãe não perceba que eu estive olhando para ele. Ela já tem desconfiança em algo que nem ao menos é uma amizade. Além do que, alguém como eu não tem amigos homens.

Minha bexiga aperta, eu não queria me levantar dessa banca por hipótese nenhuma. Não quero correr o risco dele chegar perto de mim, mas não consigo me segurar e ainda faltam meia hora para terminar.

Peço permissão e me concedem. Não perco tempo no banheiro, apenas faço minhas necessidades fisiológicas.

— Ainda correndo de mim? — Ouço uma voz masculina, perto de minha nuca e meu corpo se arrepia de uma forma que nunca havia acontecido antes.

— Sim. — não tinha forças para me virar para trás e estou encurralada no bebedouro, novamente.

— Olha só, dessa vez ela admitiu. Eu só quero saber do trabalho, você particularmente não me interessa, não se preocupe.

Mais que...

Me viro para ele, que não se move do lugar nos deixando muito próximos um do outro. Ele não conhece o espaço pessoal.

— Eu já te falei que vou terminar sozinha. Aliás eu já terminei e juntei nossas partes. No dia de entregar eu irei levar, então não se preocupe mais, já terminamos. — digo olhando em seu rosto mas não consigo olhar em seus olhos. Ainda me dá borboletas no estômago para manter contato visual.

— Ah, então se já terminou, não temos mais o que conversar.

— Hye, nós iremos cantar agora se apressa. — ouço a voz fina da Jina e quase pulo de susto. Achando que era a minha mãe.

Taeyong dá um riso baixo e me dá espaço para sair dali.

Caminho junto com a minha colega de grupo que me dá um empurrão leve com o cotovelo e um sorriso engraçado.

— O que foi?

— Você e aquele garoto bonitão.

— Cala a boca, eu mal o conheço.

— Eu percebi, estavam quase se beijando.

— Garota! Isso não iria acontecer, estamos na igreja. — sento em meu lugar e logo nosso conjunto começou a cantar. Em pouquíssimo tempo Taeyong entra na igreja indo para o seu lugar. Minha mãe me encara sério e eu abaixo minha cabeça.

. . .

— Depois me conta sobre você e o bonitão. — Jina fala baixo para mim como se fossemos amigas íntimas, ela só está falando comigo porque pensa que estou ficando com o Lee.

— Não tenho nada para contar. — me afasto dela indo embora, o motoqueiro já se foi e eu agradeço mentalmente por isso.

— Você estava conversando com aquele garoto? — Minha mãe passa o braço em meu ombro falando em tom baixo.

— Quando?

— Na hora que saiu para ir ao banheiro.

— Não, eu não falo com ele, já disse, a senhora mesmo me proibiu disso, não irei desobedecer.

— Acho bom ser verdade, você sabe que descubro tudo, não sabe? — Ela sai de perto de mim indo ficar ao lado do meu pai.


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