Capítulo dezesseis

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— Porque toda vez que vocês brigam, ele fica insuportável, mais que o normal.

— A culpa é minha agora?

Viro a página.

— Não, amiga, é que é um pouco estranho você interferir tanto na mudança de humor dele.

Morgana shippava Hye e Taeyong, e qualquer migalha do casal já era motivo dela criar teorias. 

— Mor, isso não quer dizer nada. Você sabe como ele é chato, apenas juntou seu mau humor diário com a nossa discussão. 

— Por que vocês brigam tanto hein? Quando eu penso que está tudo bem, Tae e você aparece assim, com essas caras de cu.

A bibliotecária faz sinal de silêncio para Morgana.

— Eu apenas não posso ser amiga dele, nossa aproximação é apenas acadêmica. Por isso tantas brigas, mas não vamos mais falar sobre esse garoto, ele não me interessa. 

— Se você diz... 

. . . 

Mesmo que Hye queira se livrar de qualquer compromisso que tenha o Taeyong incluído, o trabalho juntos impede isso. 

— Temos mais um aviso a vocês, sobre a festa. — Taeyong se posiciona no centro da sala, ele tem muita facilidade de interagir com pessoas, mesmo com sua aparência de homem frio.

Dessa vez Hye estava por perto, mas ele não fez nenhuma gracinha do tipo abraçar ela como da última vez. Ele está chateado e quase dois metros de distância dela.

— O que dessa vez? — Cho-rong pergunta.

— Nós do grupo da decoração, pensamos em dois modos de conseguir dinheiro, pra comprar os materiais ou vocês achavam que seria de graça? A primeira é algum tipo de rifa e o outro é uma quantia em dinheiro igual pra todo mundo. 

— A segunda opção. — a maioria dos alunos queriam a segunda alternativa, eles estão numa das faculdades mais renomadas, não é muito difícil adivinhar qual que eles iriam preferir.

— Vamos olhar os preços e ainda essa semana ou começo da próxima a gente fala o valor. — Taeyong finaliza e volta para o seu lugar. 

O problema de Hye agora, além de falar com a professora da escola dominical, é mentir para sair e ver os preços. É obrigação tanto dela quanto do Taeyong, a garota não pode simplesmente pôr tudo nas costas dele.

— Tava pensando em ir ver os preços hoje. Vai ou não? — Taeyong diz sem enrolação e sem paciência.

— Acho que consigo sair de casa hoje. 

— Comigo não é achismo, decida, por que eu posso ir sem você, sem problemas.

— Não precisa me engolir, ignorante. Eu darei um jeito. Onde iremos nos encontrar?

— Eu sei que sou grosso, não precisa lembrar. Me encontra de frente a faculdade, as três, se demorar mais de dez minutos eu vou sem você. — ele vai embora a deixando falar sozinha.

— Estúpido. Argh. — Ela bufou alto.

— Espero que vocês não se matem hoje a tarde. — Morgana diz saindo junto da amiga.

— Tenho vontade de esganar ele, mas não vou perder meu tempo pensando nesse projeto de roqueiro. Eu preciso saber como vou fazer pra sair de casa.

— Mentindo né Hye, diz que vai estudar, comprar uma bíblia nova. Inventa garota, você combinou com Tae, se der bolo nele, ele nunca mais confia em você.

— Azar o dele. 

— Dá uma oportunidade de conhecer melhor ele, não é tão má pessoa assim e vai ajudar com o lance do trabalho. — a ruiva dá um beijo na bochecha da Hye e vai embora. Deixando-a pensativa.

"Eu? Me dá bem com ele? Não daria certo, a minha mãe me mataria, é melhor que a gente não se suporte, do que gostar de sua amizade e isso me prejudicar na convivência com a minha mãe."

. . . 

Hoje é terça, há culto na parte da tarde, mas Hye não costuma ir por conta da universidade. Seus pais sempre vão. Então ela estava pensando em como fazer para sair de casa. 

— Mãe, eu vou fazer um trabalho, ainda não sei em qual biblioteca ir, por que vou comprar matérias, e a mais próxima de alguma loja de convivência é a que vou ficar. 

Suas mentiras estavam ficando cada vez melhores, sua voz não falhava tanto como no início. Mentir bem é como se exercitar, uma hora você se acostuma e pega o jeito.

— Tudo bem. Precisa de dinheiro? 

— Sim, pra os materiais e o ônibus. 

Essa parte lhe causou um pouco de peso na consciência, ela não precisa de dinheiro, mas tem que pedir para não se tornar suspeito.

. . . 

Às 14:50 ela já saia de casa, torcendo para que o ônibus não atrase, e Taeyong pensar que ela deu um bolo nele.

Olhando em seu relógio prata de sempre ela se certifica, que são três horas da tarde. Espera na frente do grande edifício, o rapaz que não demorou a chegar.

— Me surpreendeu, confesso. — ele tira o capacete, ainda sentado em sua moto.

— Eu disse que vinha, e cumpro com o que falo. 

— Isso é bom santinha, agora sobe na moto. — ele pega um capacete para dar a ela.

— Tá louco?! Eu nunca ando de moto, além de eu tá de saia.

— Senta de lado, para de ser antiquada. Pega isso logo.

Não tinha outra opção, não há como ela pegar um ônibus sem saber aonde ele irá levá-la.

— Taeyong, se você me derrubar, eu te mato.

Hye procura a melhor maneira de subir, mas não encontra. É uma moto um pouco alta e ela não está acostumada com isso.

— Será que tenho que explicar tudo? Segura no meu ombro ou no meu braço, se apoia na moto e sobe. 

— Falar é fácil, faz anos que não subo em uma. Tipo, eu era criança na época. 

— Você tá pagando um micão na frente das pessoas é melhor se apressar.

Good or BadOnde histórias criam vida. Descubra agora