Capítulo quarenta e quatro

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Pessoal, aqui onde eu moro tá muito frio. Tá 7° e por isso não consegui escrever um capítulo maior. Espero que entendam e gostem do capítulo de hoje. ♥️

A decisão que irei tomar não é das mais simples que já fiz, mas desde sempre eu lido com decisões difíceis e tomo o caminho mais fácil. Diferente de agora. 

Tudo que aconteceu… é demais para mim e para decidir por um ponto final ou um ponto continuado. Eu reencontrei o meu irmão, a pessoa que merece a minha atenção no momento é ele e não no que será da minha relação com Taeyong que depois de hoje, está balançada. 

— Eu preciso de um tempo… 

Sua expressão relaxada demonstra que ele esperava ouvir algo parecido. Todas as coisas que vivemos — eu não esquecerei jamais de nenhuma delas, porém no momento não devo tomar partido de nada.

— Você que sabe. Eu vou… nessa.

Ele passou a mão no cabelo deixando sua testa descoberta de alguns fios antes de caminhar até a porta. 

Não mentiria para mim mesma que não estou assustada, abalada num nível que eu queria acreditar que tudo não passa de um sonho ruim e que amanhã eu irei viver a minha vida outra vez como se nada tivesse acontecido, todavia muitas coisas aconteceram desde o início do ano e por mais que eu repudie esse dia e todas as descobertas que ele me trouxe, estou grata por ter o meu irmão comigo novamente e ter certeza que ele está bem… na medida do possível.

— Temos que conversar.

Sentei na beira do sofá pondo a cabeça do Jisung em meu colo fazendo carinho nos fios loiros. Poderia batê-lo por ter me deixado tão preocupada nesses últimos anos, mas a surra que levou hoje foi o suficiente. 

— Eu sei… pergunte o que quiser, lhe darei todas as respostas.

Sua voz rouca me faz lembrar das vezes que cantava para que eu pudesse dormir. Até os 14 anos ele fazia isso para mim, antes de cada um ter o seu próprio quarto e espaço. 

Seus olhos se mantêm fechados enquanto recebe um carinho que não merece meu. 

— Por que a nossa mãe te expulsou de casa?

Essa pergunta me sufoca até agora. Busquei imaginar todas os motivos cabíveis para que a mamãe pudesse fazer algo assim com um de seus filhos.

— Porque ela queria que eu fosse um santo. Seguisse a sua religião, fosse aos cultos todos os dias, controlava minhas amizades, os horários que eu deveria voltar pra casa e até as pessoas que eu ficava. Eu não era como você Hye, que abaixava a cabeça pra tudo que ela dizia e isso a irritou. Principalmente no dia que eu falei que não faria merda nenhuma que ela mandasse, que não iria pra porra de culto algum e que fui convidado a uma festa… e eu iria com a permissão dela ou não.

— E você foi?

— Fui e quando voltei as minhas coisas estavam todas dentro de uma mala na porta de casa. A porra da festa nem era grande coisa, era um aniversário de um amigo, só que ele não era evangélico como a nossa querida mãe ordenava que todos os meus amigos fossem. 

Vejo uma lágrima descer próximo a sua têmpora e molhar a minha coxa. 

— Espera… ela te expulsou de casa só por conta disso?! Ah claro… desculpe eu esqueci que estamos falando de uma narcisista e egoísta que só pensa nela mesma. Mas… como você se virou sozinho na rua? Foi por isso que entrou nessa vida? 

Me angustiava e ao mesmo tempo me dava raiva. Ela não tinha nenhum direito de expulsar um de nós de casa, ele só tinha dezessete anos de idade. Tinha acabado de terminar seus estudos e como todo jovem que não se deixa controlar como eu, queria curtir um pouco a vida. A cada dia que passa, eu me sinto enojada em relação a minha mãe. 

Good or BadOnde histórias criam vida. Descubra agora