Minhas pálpebras tremem quando abro os olhos lentamente como se estivesse muito cansada ou um sono que nunca passa.
Minha visão está embaçada e meus olhos doem quando vejo um pontinho brilhante um pouco distante. Fecho-os de imediato, quase como um morcego ansiando pela escuridão e repudiando qualquer raio de luz. Mas minha mente traz à tona os últimos acontecimentos e os sinais de alerta em meu corpo despertam junto com os meus batimentos cardíacos, a todo instante batendo como louco numa maratona.
Minha cabeça dói quando vejo formas e figuras na minha frente. Como reflexo tento levar minhas mãos na direção da minha cabeça, entretanto sou impedida por uma dor angustiante em meus pulsos percebendo que eles estão presos numa corda de sisal grossa. O desespero se alastra ainda mais inundando meus olhos, quando finalmente consigo identificar as silhuetas diante de mim. Reconheço de imediato, Jaeyoon, de braços cruzados me olhando atentamente, como se estivesse esperando eu acordar. Dois outros homens fortes e com mais de 1.80 também têm a atenção caída sobre mim.
— Onde… estou?
Tenho dificuldade ao falar. Minha garganta está muito seca e meus lábios rachados. Parece que fui atropelada por um ônibus a todo vapor.
— Isso não é importante… você passou tempo demais desacordada, não reagiu bem ao sedativo. Você por acaso tem algum problema cardíaco? — Jaeyoon pergunta enquanto anda em volta de mim, com um copo de vidro na mão dando pequenos goles ao terminar sua indagação.
— Sedativo? Você é louco? Por que me sequestrou?
Não me parece que ele queira negociar uma espécie de recompensa pelo meu resgate, já que o cômodo que nós estamos parece bem arrumado. Não chega a ser luxuoso, mas também não parece que seja de alguém que esteja precisando de dinheiro.
Tudo em mim dói quando tento me mexer e ele põe a mão em meu ombro fazendo com que eu pare de fazer movimentos bruscos e inúteis de me soltar dessa corda.
— Não é nada pessoal gatinha. Sei que terminamos mal, por conta do seu gosto ruim pra relacionamento. Mas não é você que me interessa e sim quem vai vir te buscar.
Ele termina com todo o líquido escuro meio avermelhado em seu copo e põe em cima do sofá.
— E quem vai vim me buscar? Está falando do… Taeyong?
— Não só ele, mas o amiguinho também. Que você conhece bem demais.
Jaeyoon põe os braços sobre meus ombros enquanto fica atrás de mim, felizmente encostando seu corpo na cadeira e não em mim.
— De quem está falando? Não faz suspense, minha cabeça tá latejando e eu não consigo pensar direito.
Parece que levei uma tijolada na cabeça e um corte profundo no braço, mas nada sangra.
— Seu querido irmão. Park Jisung.
— O que?!
Não, calma. Como assim o Taeyong conhece o Jisung e desde quando eles são amigos?
Queria pensar que é uma piada de mal gosto, mas Jaeyoon não me sequestrou a toa e como ele saberia que tenho um irmão se eu nunca o mencionei em conversa nenhuma?
— O que você ouviu. Eu queria ter contado na quarta, mas você não quis me ouvir além de que, você serve de isca fácil pra eles dois virem até mim.
Ele voltou a ficar na minha frente e inclinou meu queixo fazendo com que lágrimas quentes desçam por minhas bochechas.
Que ligação eles dois tem e por que Taeyong não me contaria nada? Estou há anos procurando e esperando notícias do meu irmão e nunca recebi nada. Sei que nunca contei sobre ele, porém acho que ele já sabia e mesmo assim não me informou nada, sequer uma pista.
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Good or Bad
Teen FictionCriada em uma família tradicional evangélica, Hye não sabe distinguir bem o que é melhor para si mesma sem ser baseado nas coisas que sua mãe fala. Ela concluiu o ensino médio, mas agora sua nova jornada é numa universidade onde tudo irá mudar. Con...