Capítulo Nove

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- Vem logo.

Como eu estava estática esperando que ele falasse que era brincadeira, Taeyong agarrou minha cintura fazendo minhas pernas tocarem os seus joelhos. Um gesto que nas nossas condições não deveria existir, não somos amigos ou coisa pior. Sem ter escolhas, atento-me em suas coxas para poder me sentar sobre elas.

Amanhã ele vai ouvir poucas e boas por está me colocando nessa situação constrangedora. Sou uma moça de família, não fico me enfiando em banheiro masculina e não principalmente não sento no colo de homem nenhum. Estou furiosa pela primeira vez de um ato tão íntimo como esse, que deveria apenas acontecer com meu futuro marido, tenha sido realizado com um garoto qualquer que não tem ao menos conexão comigo. Enquanto eu estou constrangida sem ter ideia para onde focalizar o meu olhar, ele está relaxado, numa boa, suspendendo as minhas pernas, afinal de contas a sua ideia não faria sentido se eu ainda continuasse com os pés no chão.

Depois de eternos dois minutos ouvimos a porta ser fechada. Em sinal de o homem havia deixado o banheiro. Mais rápida que um tornado eu levantei do colo dele. Num dia mal nos falamos e agora... me faz mal lembrar de segundos atrás.

Ele percebeu a aversão com o que aconteceu estampado no meu rosto e falou:

- Eu não fiz porque eu quis, foram as circunstâncias, já disse que você não me interessa.

- Cala a boca seu tarado - dou tapas em seu peito chateada com suas ideias malucas.

- Eu tarado? Não me aproveitei da situação em nenhum momento. Não fico em cabines com garotas sem acontecer nada, você é a primeira, então não crie teorias - sua voz está repleta de frustração pela minha acusação.

Que idiota! Idiota!

O desejo que tenho é de esbofetear o rosto dele, mas não irei fazer isso. Não conheço Taeyong o bastante, não tenho noção do que ele é capaz de fazer se fosse revidar. Limito-me em apenas lhe lançar um olhar atravessado.

Passando por mim que tenho os braços cruzados, ele esbarrou em meu ombro de propósito indo lá fora e não demorou a retornar.

- Vem, não tem ninguém.

Quase nas pontas dos pés eu saio do banheiro masculino totalmente desconfiada indo tomar uma água para disfarçar. Nós demoramos muito aqui fora, além de mamãe desconfiar que estávamos juntos vou levar uma bronca dos meus dirigentes que confiam tanto em mim. Tudo culpa daquele cabeça oca, me envolve em cada ideia estúpida... eu preciso me acalmar. Tomo dois copos d'água avidamente.

Como se não bastasse tudo que fez, ele piscou o olho para mim indo para o seu lugar. Enrolei um pouco mais pelos corredores para não dar muita bandeira que eu estava com ele. Espio pela janela e vejo mamãe um pouco inquieta em sua banca, ela acabou de perceber que Taeyong retornou para o seu lugar. Respirando fundo eu vou para o meu lugar. Por puro medo não olhei em direção dos meus pais, iria parecer desconfiada se o fizesse. Acomodo-me em meu lugar.

Espero uns minutos para pegar o pedaço de papel que ele havia me dado. Pego a folha que trouxe de casa e começo a rabiscar, para que eu saiba diferenciar na hora de jogar os papéis no chão.

Leio seu bilhete:

"Ei, santinha. Será mesmo que você vai ser corajosa o suficiente para dar continuidade ao nosso plano? Eu não tenho esperanças. Mas estou fazendo mesmo assim. O que acha de pegarmos um tema das apresentações do musical ou do teatro e fazer a festa? Se decidir que sim, amanhã nós conversamos com os outros caras responsáveis pela decoração. Siga as instruções que te dei e você se sairá bem."

Tanto risco apenas por isso? Taeyong, seu cérebro de minhoca, você não vale nada mesmo. Ainda nem sabemos o que os grupos irão apresentar.

Respondo:

"Você me fez passar por todos aqueles perrengues para me dizer isso? Sinceramente eu não sei o que fazer com você. Sim, eu acho uma boa nós pegarmos algum tema, mas ainda nem sabemos qual. Você é apressado demais. Nunca mais me puxe para um banheiro novamente ou baterei em sua cara."

Escrevo a resposta do bilhete como se estivesse anotando alguma passagem bíblica. Guardo dentro da Bíblia e quando me dou conta já terminou o culto de hoje. Espero que eu consiga diferenciar os papéis, no escuro que está do lado de fora. Me aproximo de sua moto que está de frente a igreja a deixo os papéis cair como combinado.

- Que desastrada Hye. Presta mais atenção nas coisas - mamãe apertou o meu braço enquanto eu apanhava o que deixei cair com exceção do recado para
Taeyong.

- Desculpe mamãe.

Deixei o bilhete para ele e fui embora. Nem me dou o trabalho de olhar para trás para saber se ele pegou.

. . .


- O que tanto você escrevia no culto? - Mamãe estava parada perto da porta do meu quarto, mal havíamos chegado.

- Bobagens minha, mãe.

Até nisso ela se incomoda. O seu comportamento está começando a me sufocar. Provavelmente estou ficando esgotada com todas as suas perguntas, suas acusações. São anos assim.

- Posso ver o que? - Estendeu a mão.

Torço para que eu tenha deixado cair o papel certo. Entreguei a ela que não disse nada e foi embora. Olho para a folha e respiro aliviada. Esse é um versículo que anotei na bíblica a um tempo atrás.

Começo a sorrir sozinha com o que aconteceu hoje. Adrelina de fato, não é algo ruim. Eu me senti de alguma maneira bastante viva, senti meu sangue circular em minhas veias e sensações nunca antes sentidas, bateram os picos mais altos. Contudo se a minha mãe sonhar que eu estive no banheiro masculino, na mesma cabine que um garoto cujo Lee Taeyong, eu estou literalmente morta. Se fez o que fez quando viu apenas um trabalho nosso juntos, imagine saber tal coisa. Estremeço apenas por imaginar.

. . .

- Você seguiu minhas instruções direitinho ontem e deu tudo certo no final. - Ele se gabava com seu plano idiota.

- Estava até esquecida seu imbecil, como pôde me fazer sentar em seu colo? Dentro da igreja? Templo sagrado, não se pode fazer essas coisas.

- Mas nem fizemos nada, você sentou nas minhas coxas, não no meu pau - deu de ombros como se fosse a coisa mais normal do mundo dizer isso em voz alta.

- O sangue do meu corpo pareceu se concentrar na cabeça. - Cala boca seu nojento, nunca mais ouse tocar em mim. E aliás isso não pode ficar acontecendo com frequência, minha mãe vai perceber a nossa demora.

- Eu sei, eu tenho uma nova ideia. - Ele esfregou uma mão na outra mordendo o lábio como se acabasse de ter a ideia do ano.

- Lá vem. - Me concentro para dá ouvidos a mais um de seus planos.

- O que acha de fazer um perfil no facebook pra falar comigo?

- Não, tá louco? Minha mãe não deixa eu ter.

- O Facebook é seu ou da sua mãe? E ela não precisa saber santinha. Faz sem ser com a sua foto e nome e adiciona apenas eu.

Não é uma ideia horripilante, confesso.

- Mas eu não sei fazer facebook.

- É fácil fazer uma conta, siga passo a passo e você conseguirá. Se não conseguir, eu faço pra você amanhã.

Saímos do edifício juntos.

- Como eu te acho lá?

- Pesquisa numa lupinha "Lee Taeyong", e você me encontrará. Com o tempo vai perceber que não é um bicho de sete cabeças - deu a piscadela de sempre e se foi junto com a sua moto.

E lá vamos nós para mais uma loucura.

Good or BadOnde histórias criam vida. Descubra agora