Capítulo sessenta e quatro

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Ausentei-me por problemas pessoais. Sinto muito por isso.

O livro está no finalzinho e eu queria muito agradecer a todos vocês que sempre comentam e que deixam a estrelinha em cada capítulo. Não há nada mais gratificante para um autor que o feedback de seus leitores. Obrigada por acreditarem em mim, obrigada por não ter desistido de mim com todas as minhas falhas e ausências. Por favor continuem comigo até o último capítulo. ♥️


Taeyong estava estático ao dizer a notícia. Eu não sabia o que pensar, não sabia se deveria consolá-lo, afinal é o seu pai, mas ao mesmo tempo estou receosa em dizer qualquer coisa, eles não se davam muito bem e com certeza não sei um terço do que ocorreu depois que ele descobriu a verdade sobre o pai.

- No que está pensando?

Toco o cabelo dele e percebo que nada está cobrindo o meu corpo. Lembrar disso não me deixa insegura, eu só quero que ele fique bem.

- Eu... eu não sei. Desde que eu descobri tudo eu quis matá-lo, mas saber que ele está ou pode está morto... sei lá, eu não sei o que estou sentindo.

Aos poucos sua cabeça repousou para o lado, na palma de minha mão. Seu olhar estava perdido em algum lugar e meu coração se comprimiu com a bondade dele. Depois de tudo que passou com seu pai ele não se sente feliz com a possibilidade do senhor está morto. Eu o entendo perfeitamente, ainda me dói lembrar de tudo que aconteceu com a minha mãe e que ela sofre de transtorno de personalidade antissocial. Me entristece pensar que eu nunca tive uma mãe que me apoiasse, que me entendesse e que me desse os melhores conselhos que me ajudariam muito futuramente.

Nós dois tivemos pais problemáticos, que nos trataram mal e que causaram um buraco enorme em nossas almas que nada conseguirá tampar e o que nos resta é seguir em frente mesmo assim. A dor de Taeyong deve ter sido imensurável, ao ponto dele querer mudar para poder afastar o próprio pai, de ter se fechado para as pessoas porque elas são sim decepcionantes. Ter me dado uma chance para conhecê-lo, para conhecer o garotinho perdido que muitas vezes precisou do pai e ele nunca esteve lá por ele. É algo muito importante e grandioso para mim. Duas pessoas de almas feridas se abrindo uma para outra é algo tão bonito que deveria entrar nos livros.

- Não tem problema se sentir mal por conta disso. Como também não te julgaria se estivesse aliviado com a notícia. Eu não vivi a sua dor, eu não posso julgá-la, e muito menos seus sentimentos pelo seu pai.

Os olhos perdidos se fecharam e senti uma lágrima molhar a minha mão. As minhas palavras pareciam dar voltas em sua cabeça e talvez lembranças também. Escorreguei meu polegar em sua bochecha me sentindo mal por ele, mas preciso ser forte para passar esse tipo de confiança para o mesmo. Eu nunca passei por um luto que me machucasse. Os meus avós maternos morreram quando eu nasci e os paternos faleceram quando eu tinha uns cinco anos. Não tenho muitas recordações deles e por isso não sei realmente a dor de uma perda. Não sei as palavras certas para uma situação como essa e muito menos a do Taeyong que é tão delicada, porém não quero sair do lado dele sem que me peça primeiro para isso.

- Eu o odeio, Hye, mas agora eu só consigo lembrar de como era a minha relação com ele antes de toda a merda acontecer.

Os olhos permaneciam fechados, a voz um pouco embargada e mais uma lágrima conseguiu derrubar a barreira que ele construiu para esconder as suas dores.

- Vocês se davam bem?

O encorajo a pôr para fora o que está lhe ferindo. Talvez eu seja a primeira pessoa para quem ele está tentando contar.

- Sim... eu sou filho único e homem. Um herdeiro era tudo que ele sempre quis e por isso nós nos dávamos bem. Quando era pequeno eu era mais apegado ao meu pai... então foi muito complicado conviver com ele depois que eu descobri o caso que tinha com a empregada.

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