Capítulo quatorze

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A noite de ontem foi pura tensão. Taeyong gosta do perigo, Hye está começando a gostar também. O que o fazem ansiar por mais momentos assim, mesmo que não admitam. Entretanto, Hye tinha tomado a ceia ontem e queria dar um tempo, pelo menos de vinte e quatro horas. Mesmo sabendo que Taeyong marcou de conversar com ela novamente hoje. 

Passou o dia todo tentando despistar a mãe, e ficar sozinha na sala de estudos para mandar mensagens ao garoto. Mas a senhora não dava trégua, estava sempre à espreita, parecia desconfiar de algo, mas não dizia o que. Hye não podia reclamar e pedir para ficar sozinha, ou perguntar se estava havendo alguma coisa. Daria muita bandeira branca, de que sim, ela está aprontando. 

A garota de dezenove anos não tem privacidade no próprio quarto, quem dirá no computador. 

. . . 

As horas se passaram e a hora de ir para a doutrina chegou. Não podia faltar nem se estivesse doente. Se arrumou sem pressa e depois da bronca da mãe por ter pedido permissão ao pai e não a ela, teve que esperar para ir com eles.

Os minutos passaram, e o garoto de cabelo preto e piercing chegou. Usando roupas de cores parecidas, ele ficou em seu lugar quase fixo. 

Hye mal trocava olhares com ele, não podia se arriscar hoje, precisa de um tempo para digerir tudo que ocorreu ontem.

Ela viu quando Lee foi para o corredor esperar ela. Mas não saiu do seu lugar. O tempo passou e ele estava impaciente ali, o obreiro o olhava sem entender do por que ele está ali sem fazer nada. Ele precisava fazer alguma coisa para trazer aquela garota. E lembrou da morena que ele entregou a cartinha ontem. Taeyong jogou uma bolinha de papel nela pela janela, Jina ficou contente quando viu quem era. Ele a chama com a mão, e a garota pensa que é algo sobre ela. 

— Oi... 

— Oi, tem como você entregar isso a Hye? 

Ele dá uma folha bem dobrada a menina que desanima.

— Você acha que eu sou algum tirou de carteira? 

— Não pode fazer isso por mim? Novamente? 

Ele cerca com seus braços a garota lhe encarando de cima. Ele percebeu que ela tem um certo interesse nele e queria aproveitar isso, mesmo não querendo nada com ela.

— Sim. — ela disse num murmúrio quase um gemido, apenas por sentir o olhar intenso dele no seu.

Taeyong sorriu satisfeito, e saiu de perto da garota.

Ela foi com as bochechas vermelhas para o seu lugar. Quase suspirando, e entregou o papel a Hye, que já sabia quem era. Pensou em rasgar, guardar para ler em casa, mas a curiosidade era maior.

Bilhete:

Estou te esperando a quase uma hora aqui, eu não tenho que perder meu tempo com você só por que sua família é esquisita e não deixa você ter redes sociais e um celular. Então se apressa e vem falar comigo, ou eu vou contar ao professor que você não está ajudando em nada. Você não é boa em mentir, mas eu sou.

Ela sabia que ele podia muito bem ser capaz de algo assim. Não tinha outra alternativa a não ser ir falar com ele. Sua promessa de passar vinte e quatro horas sem fazer algo errado não deu muito certo.

— O que é agora? 

— Não dá pra conversar aqui. 

Ele segura na mão dela, levando-a para o banheiro masculino, novamente. Mas o diferencial é que ele não a puxou pelo pulso.

— De novo isso? 

Ele empurra Hye para dentro da cabine. É, não mudou muita coisa.

Taeyong parece sério, chateado com ela.

— Que cara é essa?

— Você ia mesmo me deixar plantado? — Ele cruza os braços.

— Eu tomei ceia ontem, queria passar umas horas sem pecar, entende?

— O trabalho não pode esperar você escolher dias específicos para pecar ou não.

— Você me irrita, sabia? Fica me levando para o banheiro sendo que é extremamente errado isso.

— E você quer conversar onde? Lá no meio da igreja perto da sua querida mãe? Eu estou fazendo isso por sua causa, por que você não pode fazer um trabalho. Não eu. 

E ela se calou sabendo que ele tinha razão. 

— Se eu marcar com você uma coisa, você tem que comparecer, menos quando acontecer alguma coisa importante. Mas essa baboseira que me falou agora... 

— Não é nenhuma baboseira, mas me desculpe, estou aqui, não estou?! 

— Claro, depois da ameaça que eu fiz, você veio.

— Tá bom Taeyong, chega de brigar e me diz o que quer falar de tão urgente? 

— Eu disse ontem, resolver como vamos conseguir dinheiro para a festa. 

— As ideias que tenho, é que podemos fazer algum sorteio ou pedir pra que cada um contribua com alguma quantia.

— As duas opções são boas. A gente pode propor as duas. Mas o que vamos rifar? 

— Coisas que esses jovens gostam, eu não sei, mas você deve arrumar alguma ideia.

— Amanhã nós falamos com eles. Beleza? 

— Era só isso? 

— Sim. Por que? Quer falar mais alguma coisa? — Ele se aproxima mais dela umedecendo os lábios.

— Não... Vamos embora.

— Aquela sua amiga, ela é a fim de mim não é? 

— Jina? — Ela riu baixo.

— Deve ser essa, ela pode nos ajudar. — ele se aproxima mais da garota que se encolhe na porta.

— Como?

— Eu vou dar em cima dela, em troca de favores, como fiz hoje.

— Você é péssimo. — ela abaixa a cabeça rindo sem acreditar.

— Isso é pra ajudar você. Não se esqueça.

— Tá, vai bora logo.

Ele abre a porta e dá uma verificada no corredor e volta novamente.

— Hye, sua mãe tá lá fora e acho que está te procurando... 

Good or BadOnde histórias criam vida. Descubra agora