Capítulo cinquenta e dois

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A garota quer deixar bem claro que estão juntos, pois seus dedos estão enganchados no casaco dele. Como se fosse se perder do mesmo caso se afaste uns cinco centímetros. Ela está literalmente, muito literalmente grudada nele.

Encarei milimetricamente cada passo que eles davam curiosa para saber onde ela iria sentar. Nunca a vi nessa turma e em nenhum outro lugar da universidade. Certo, que o prédio é imenso e tem muitos cursos, contudo é nítido que ela está nessa classe.

Parada em frente a minha banca a garota me lançou um olhar hostil. Cruzei os braços atenta, querendo saber se ela tem alguma coisa para me dizer. 

— Esse lugar é meu.

Que? Isso é o apogeu da estupidez.

Bati meus cílios algumas vezes tentando ter certeza que não estou num pesadelo, não há outra explicação aceitável para tamanha audácia. A garota surge do nada, grudada no Taeyong como se ele fosse um tipo de guarda-costas seu e ainda diz que o lugar que sento desde o início do ano é dela. Palmas para essa boçal e para o seu amigo que não se prestou ao papel de explicar antes que ela ocupasse meu lugar na minha ausência, que essa é minha banca desde que as aulas começaram.

Cruzei as pernas esperando que Taeyong explicasse para a sua... seja lá o que ela for na vida dele — de maneira efêmera que o lugar não pertence a ela. Me ausentei por alguns dias por motivos de saúde e não por preguiça para que qualquer uma que chegue queira ocupar minha banca. Não é bem assim.

— Chae-young, esse lugar é da Hye a menina que estava no hospital.

Ele olha para nós duas enquanto explica para a tal de Chae-young.

Aos poucos a expressão hostil e dura dela se suavisa dando-me um sorriso enquanto põe a mão na bochecha.

— Oh, me desculpe. O T-Yong esqueceu de me avisar que esse lugar já tinha dono. Mas onde eu vou me sentar agora T-Yong? — Chae-young puxa a manga do casaco de Taeyong e segura por longos segundos a mão dele.

Tá, vamos por partes: Como assim T-Yong? E por que ela é tão grudenta? Espaço pessoal existe por algum motivo e ela não sabe vê a linha tênue disso.

— Só tem aquele lugar sobrando, não seja chata e vá pro seu lugar antes que o professor encha meu saco.

Ele mostra para ela com o indacor um lugar vazio, no qual ela tem muita sorte de existir. Nossa turma já estava completa não sei como ainda tem vaga para alguém que entrou no meio do ano.

— Aigoo, é tão longe!! Não vou conseguir vê nada do quadro.

A garota finalmente larga a manga do casaco dele muito revelador a propósito — e vai para o lugar que lhe sobra. Encaro com meus olhos serrados Morgana por ela não ter me contado, eu precisava me preparar para o que fosse encontrar. Ela por sua vez nem olhou em minha direção.

O Taeyong mal olhou para mim… pensei que estivesse bonita, o vestido que escolhi ficou até que bem em mim, mas para ele não parece ter feito diferença nenhuma. Tudo bem, que normalmente não nos cumprimentamos no início das aulas, tirando a parte da tal de Chae-young, está tudo normal. Apenas eu quem esperava um tratamento diferente vindo dele quando me visse assim, "mudada".

Como de costume o professor encheu o quadro de conteúdos que me custa entender, deve ser relacionado a aulas passadas que por ventura, faltei. Preciso pegar as anotações de Morgana para poder pelo menos acompanhar a turma, e pegar minhas provas também, talvez elas sejam as únicas notas boas que terei esse ano.

> . . .

Finalmente o intervalo chegou, agora posso conversar melhor com Taeyong. Não poderia me dá o luxo de perder explicações importantes das matérias para ficar de conversa, esses dias ausentes podem custar muitos pontos nas provas futuras.

Good or BadOnde histórias criam vida. Descubra agora