Capítulo cinquenta e quatro

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Amores, meu conhecimento sobre julgamentos é quase inexistente. Então me perdoem qualquer erro, fiz o meu melhor, juro! Espero que gostem mesmo assim ❤️

Durante esses dias fiz o máximo que podia para não pensar na mamãe e no seu julgamento fora das consultas com o meu psicólogo, já que as sessões em que falo um pouco sobre a minha infância e do meu convívio com ela até o fatídico dia em que eu… ela colocou a minha vida em risco, me desgasta muito. Ao mesmo tempo que é libertador por tudo para fora com alguém que vai olhar em seus olhos com ternura e empatia e não com julgamento ou censura, é desgastante.

Sua punição é bem merecida, o tempo que ficará longe de nós, fará com que nossa família tenha mais luz e felicidade. Porém meu coração está abetumado com a ideia de ter que comparecer ao julgamento e não é por orgulho ou algo semelhante. Apenas não quero que ela me odeie mais, tenho certeza que mamãe não ficará nada contente se me visse lá, assistindo de camarote a sua condenação. Ainda não me sinto pronta para vê-la, essa é a verdade.

— O que foi? — Jisung franze a testa preocupado com meu silêncio. 

Nem tinha percebido que estava imersa em minha mente. 

— Nada… mas por que tão rápido? 

— Pelo que sei o caso foi levado ao juiz desde que você deu seu depoimento.  

Ela ainda tinha ruguinhas de preocupação. Meu coração desanda com a pergunta que irei fazer, não sei se ele irá concordar comigo.

— É obrigatório a minha presença? 

— Acho que sim, você é a vítima e tecnicamente fez a denúncia. 

Jisung entra no meu quarto e senta ao meu lado. Notando minha grande vontade de fugir. Não queria ir, não queria ver o ódio em seus olhos quando receber sua pena. 

— No caso, eu não deveria ter um advogado? 

Para mim é tão confuso, deixei as coisas passarem como se esse dia nunca fosse chegar. E continuo pensando assim, mesmo que a realidade me lembre mais tarde que não dá para fugir mais do que já fiz.

— Já sei, vamos lá falar com seu pai, ele deve ter todas as respostas que não paramos pra pensar. 

Ele estende a mão para mim; ainda recuperando o risinho que dei quando falou "seu pai". 

— Nosso pai. — Seguro em seu braço e nós deixamos o meu quarto. 

Papai estava na sala aparentemente em uma ligação. Andando quase na ponta dos pés, nós dois sentamos ao lado dele. Eu no seu lado direito e meu irmão no lado esquerdo. 

— Nos vemos amanhã, então Seo-joon. Boa noite. — Papai encerra a chamada e deixa o celular em seu colo.

— Pai, poderia nos explicar como vai acontecer o julgamento amanhã? — Indago com as mãos suando em ansiedade.

— Não sei muito bem, mas eu já tenho um advogado pra você. Ainda não sabemos qual vai ser o seu papel como vítima: se assistente ou testemunha. Ele irá conversar com você amanhã cedo. 

Ele explicou com parcimônia e todo meu corpo está tenso e trêmulo de ansiedade antecipada. Não tinha ideia de que essa história renderia tanto. 

— O que eu tenho que dizer? E irão muitas pessoas? Ai meu deus, eu estava contando com a possibilidade de nem ir. — Passo a mão em minha testa sentindo o suor frio nela.

— Calma, querida, o que você precisa fazer é falar a verdade. Não tem que decorar nada, o advogado já está por dentro de toda a situação. Ainda não se sabe sobre a sua mãe, mas ela também tem um advogado.

Good or BadOnde histórias criam vida. Descubra agora